O Governo do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, anunciou a implementação do programa “A Voz da Infância”, que visa capacitar profissionais da comunidade escolar para identificar sinais de violência contra crianças e adolescentes. A proposta é promover a escuta especializada diretamente nas escolas públicas municipais, em parceria com prefeituras de diferentes regiões do estado.
Com início previsto para o primeiro semestre de 2025, o projeto será implantado inicialmente nos municípios de Belford Roxo, Mangaratiba, Paraty e Rio das Flores. O objetivo é transformar as escolas em espaços de acolhimento e detecção precoce de situações de violência.
“O Governo do Estado tem o compromisso de garantir que nenhuma criança ou adolescente sofra em silêncio. Com o programa, conseguimos criar uma rede de proteção ainda mais eficiente, que se inicia na escola, local que passam a maior parte do dia”, afirmou o governador Cláudio Castro.
Os profissionais da educação receberão capacitação para reconhecer sinais e indicadores de violência infantil. Uma vez identificados, os casos serão encaminhados a uma equipe técnica do município — formada por psicólogos e assistentes sociais — que realizará a escuta especializada na própria escola.
“Estamos trabalhando em sintonia com diversas prefeituras neste projeto porque entendemos a importância de estarmos ampliando essa oferta da escuta especializada, e assim evitando novas vítimas, ou oferecendo o suporte imediato para crianças e adolescentes”, destacou a secretária de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Rosangela Gomes.
A escuta especializada é um instrumento de proteção legal previsto para atender crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência. A abordagem deve ocorrer em ambiente acolhedor, com privacidade, por profissionais qualificados da rede de proteção, garantindo suporte emocional e encaminhamento adequado.
Segundo o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, cerca de 81% dos casos de violência contra crianças e adolescentes ocorrem dentro do ambiente familiar. Por isso, a escola se torna um espaço estratégico para prevenção e acolhimento.
“O maior índice de violência contra a criança e adolescente é intrafamiliar. Sabemos que a realidade dessa violência acontece dentro de casa. E muitas vezes, o professor passa mais tempo com a criança na escola do que a família. Então, capacitar esse educador é um grande passo para alcançar essa criança e conseguir uma medida protetiva de urgência”, ressaltou o subsecretário de Estado da Criança e Adolescente, Arthur Souza.