Estamos no auge da Temporada de Caça de Fotos dos Ipês

Wagner Victer fala sobre a beleza dos ipês em plena floração. Saiba mais sobre o plantio, preservação e curiosidades dessas árvores encantadoras

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Foto: Roteiro dos Ipês/FNJ

Estamos em agosto, praticamente no meio da chamada “Temporada dos Ipês“, que vai de junho a outubro, e é o mês em que essas belas árvores da Mata Atlântica chegam ao auge da sua floração.

Tenho, ao longo dos anos, realizado mutirões de Voluntariado Ambiental para o plantio de diversas árvores, incluindo os ipês, que são árvores belíssimas e que começam a florescer em poucos anos após o plantio. Os eventos são sempre gratificantes e contam com a participação de centenas de jovens e crianças.

Na minha vida profissional, um dos trabalhos dos quais me orgulho muito é a criação de seis viveiros de mudas quando fui presidente da Cedae, inclusive utilizando mão de obra proveniente do sistema penitenciário em um projeto chamado Replantando Vidas, coordenado até hoje por Alcione Duarte. As árvores produzidas nos viveiros são majoritariamente da Mata Atlântica e são belíssimas. O maior viveiro ainda existente no estado do Rio de Janeiro está localizado dentro do Presídio Agrícola de Magé, com capacidade de produção anual de um milhão de mudas.

Nesse histórico processo de replantio, conseguimos até mesmo quebrar o recorde mundial durante o evento chamado “Dia C”, quando plantamos quase 60 mil árvores em um único dia. Esse desafio foi lançado pelo então Ministro do Meio Ambiente na época, Carlos Minc, um grande amigo de vida que tenho.

Nessa trajetória de plantar, uma das árvores que mais gosto e que fiz questão de ter uma grande produção nos viveiros são as mudas do ipê. Nesse período em que estivemos na Cedae, plantamos centenas de milhares deles, espalhados por todo o estado, especialmente às margens dos rios, para recompor as matas ciliares, que contribuem para a formação de água e preservam as margens dos rios.

Historicamente, produzimos nesses viveiros que criei pela Cedae mudas de ipês como os brancos, amarelos, rosas, verdes e, especialmente, os ipês roxos. Esses ipês, que começam a florescer no início de junho e continuam até outubro, ganham maior beleza a partir de agosto, e já podemos observar centenas deles florindo pelas ruas do Rio e em nossas matas.

Até no Centro do Rio encontramos exemplares, como em frente à Nova Sede da ALERJ, antigo Banerjão, no espaço reservado ao tradicional Buraco do Lume, onde existe um ipê-roxo belíssimo que chama nossa atenção. Também dentro da Cidade Universitária da UFRJ existem belos exemplares, alguns até escondidos para quem não for atento.

Sugiro a todos que, ao caminhar nas ruas e ao passar nas estradas, observem a bela florada que pode render lindas fotos e que, inclusive, em algumas cidades do interior, como Miguel Pereira, virou atração, pois o prefeito André Português, um insulano expatriado, fez o plantio de 2 quilômetros de ipês-amarelos adornando o acesso à aprazível cidade.

Esse hábito, nesta época do ano, permite perceber o florescer dos ipês brancos, rosas e amarelos, o que acaba sendo um grande presente para todos nós. Aliás, historicamente, eles são destacados em fotos publicadas na tradicional Coluna do genial Ancelmo Gois, intitulada “Temporada dos Ipês”.

O ipê está incluído no gênero Handroanthus, atingindo uma altura entre 6 e 14 metros na fase adulta, e seu tronco normalmente varia de 30 a 50 centímetros.

Sugiro às pessoas que caminham pela cidade que comecem a apreciar a beleza dos ipês destacados em nossa paisagem, pois é uma “caça sustentável” pelos fotógrafos amadores de belas imagens que fazem bem aos olhos e à alma.

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4 COMENTÁRIOS

  1. Bom dia.
    Gostaria de saber sobre a possibilidade de plantio de muda de Ipê branco. Busco autorização para o plantio em Copacabana.
    Poderia me orientar neste sentido?
    Obrigada

  2. Parabéns pela iniciativa…
    Precisa ser mais divulgado e ampliado em todo Estado do Rio.
    Existem muitas ruas com poucas árvores ou até mesmo sem nenhum exemplar..

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