O estudo Mapeamento dos Fluxos de Recicláveis do Estado do Rio de Janeiro, realizado com base em dados oficiais de órgãos ambientais e publicado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), verificou que mais de 1 bilhão de reais em materiais recicláveis são desperdiçados anualmente no Rio. Em 2019, foram mais de 319 000 toneladas de resíduos sem coleta ou descartados de fora inadequada, apontou a Firjan. O volume é oito vezes superior ao total recolhido pela coleta seletiva de todos os municípios. As informações são do jornal O Globo.
Atualmente, segundo o Instituto Estadual do Ambiente (INEA), o Rio de Janeiro possui 5 lixões: Teresópolis, Bom Jesus do Itabapoana, Itaperuna, Miracema e Porciúncula, apesar da Lei Federal nº 12.305, de 2010, ter determinado a extinção de tais locais até 2014. De acordo com o Globo, dados levantados pelo ICMS Ecológico revelaram que, em 2019, 15 municípios fluminenses – 4,7% da população do Estado – enviaram seus Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) para lixões
Em entrevista ao jornal, a especialista em sustentabilidade da Firjan, Carolina Zoccoli, destacou que as atividades nos lixões podem resultar em impactos ambientais por décadas. Ela também destacou que, por conta dos altos preços de instalação dos aterros sanitários, a maior número de municípios fluminense ficam privados do descarte adequado de lixo.
“Além de ser uma obra de infraestrutura cara, a gestão do espaço [dos aterros sanitários] também não é barata. Essa estimativa de R$ 1 bilhão de recicláveis enterrados por ano ainda é conservadora, uma vez que, ao contrário dos aterros sanitários, não temos como precisar tudo o que vai para os lixões”, disse Carolina Zoccoli ao veículo.
O Mapeamento dos Fluxos de Recicláveis do Estado do Rio de Janeiro verificou ainda que aproximadamente 1,7 milhão de resíduos descartados nos aterros sanitários poderiam ser reciclados. O Mapa também verificou que a cada 60 000 toneladas de metal recicladas, mais de 80 000 com o mesmo potencial são aterradas. No comparativo ao papel e ao papelão, o desperdício também é impressionante: 740 000 toneladas do material são desperdiçadas, para apenas 50 000 toneladas recicladas no Estado do Rio.
Eu tento incentivar a coleta seletiva no meu prédio, alguns participam, outros não. Mas só conseguimos dar destinação por meio de programas de empresas parceiras e catador local. Não podemos contar com a burocrática coleta seletiva da cidade do Rio de Janeiro.