O Teatro Rival Petrobras, comemorando 90 anos de história, prepara-se para uma celebração especial da música negra brasileira com o evento Eu Amo Black Music, no dia 8 de novembro. Este baile homenageia os 50 anos da chegada da black music ao Brasil, exaltando ritmos como soul, funk, charme e hip-hop que se tornaram símbolos de resistência e identidade cultural para a população negra.
O evento, que também reflete a temática da redação do ENEM 2024 – Desafios para a valorização da herança africana no Brasil –, reforça a importância da black music como pilar cultural e social, alinhando-se à discussão sobre a descolonização do pensamento e valorização da herança africana.
Inclusive, Juliana Rettich, professora e coordenadora do PB Colégio e Curso, comentou sobre o tema da redação do ENEM, que este ano destaca os desafios para valorizar a herança africana no Brasil. Segundo ela, apesar de sermos influenciados por três matrizes culturais, vivemos sob uma “colonialidade” que perpetua a marginalização da cultura e do conhecimento dos povos africanos. Rettich enfatiza a necessidade de combater o “epistemicídio” – o apagamento da cultura e história afro-brasileira – e chama a atenção para a Lei 10.639, que institui o ensino da cultura e história afro-brasileiras, ainda pouco implementada.
“O nosso primeiro desafio é combater o epistemicídio, o assassinato do conhecimento, história e cultura produzidos pelos povos africanos e afrodiaspóricos. Esse apagamento é uma ferramenta de poder para manter no imaginário social a inferiorização dos povos de África o que perpetua o racismo no Brasil”, diz Juliana.
Esses desafios ecoam no baile Eu Amo Black Music, que celebra não só a música, mas a importância da black music na formação de uma identidade cultural forte e independente.
“Em meio a tudo isso, na nossa sociedade mesmo, fomos convencidos de que a cultura europeia e norte-americana são superiores, vendo os africanos como exóticos e ou apenas na perspectiva da escravidão, como se a história deles começasse com o sequestro do Atlântico. Como já disse Januário Garcia, existe uma história do negro sem o Brasil, mas não existe uma história do Brasil sem o negro. A África é o berço da humanidade e da civilização, precisamos urgente nos voltar para os registros que temos sobre isso, desde a filosofia à medicina, a África contribuiu com o progresso de toda a humanidade”, completa a professora Juliana Rettich.
Afinal, no Eu Amo Black Music, nomes emblemáticos como Dom Filó e DJ Corello prometem agitar a noite ao lado de DJ Gab, DJ Pachu e DJ A, relembrando sucessos que marcaram época. Com projeções visuais da Cultne TV, que trazem imagens históricas do movimento negro no Brasil, o evento reforça como a black music inspira, educa e impulsiona debates fundamentais para a sociedade.
Para além do entretenimento, Eu Amo Black Music é uma noite de celebração da cultura negra e uma manifestação da importância de preservar e valorizar essa herança cultural que, como o tema do ENEM aponta, ainda enfrenta grandes desafios para o reconhecimento pleno no país.
Serviço: Eu Amo Black Music – Baile Show
Data: 8 de novembro de 2024
Horário: 19h
Local: Teatro Rival Petrobras, Rua Álvaro Alvim, 33 – Centro, Rio de Janeiro, RJ
Ingressos: A partir de R$ 35, disponíveis na plataforma Sympla
Classificação: 18 anos