O mês de julho e as queridas férias do meio do ano vão chegando ao fim. O sol brilha, o vento sopra frio nas madrugadas, mas o Rio de Janeiro ainda tem surpresas e festas julinas para esquentar. A princípio, aquela que se destaca para o fim de semana é na sexta-feira e sábado, 26 e 27 de julho, na Praça Tiradentes. Será a primeira Tiradentes Julina, um arraiá com entrada gratuita promovido pelo Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB) e Sebrae Rio. O evento oferece ao público uma variedade de atrações, incluindo shows, apresentações de cordelistas, quadrilhas, danças típicas regionais, e barracas de comidas e artesanato. Entre as atrações destacam-se o Bumba Meu Boi de Morros, a dança do Cacuriá e o Tambor de Crioula do Maranhão, além da Orquestra Sanfônica Balaio Nordeste da Paraíba e a tradicional quadrilha junina carioca.
Outra boa opção gratuita é a performance itinerante “Ato I: ensaio sobre uma atriz que está ficando cega”, de 25 a 28 de julho no Espaço Municipal Cultural Sérgio Porto (Rua Humaitá, 163 – Humaitá). Com atuação de Lais Lage, a apresentação sensorial aborda acessibilidade global, inspirada nas vivências da atriz como uma pessoa negra, periférica e PCD. Dirigida por Wallace Lino e Bruma Machado, inclui audiodescrição da própria atriz e intérprete de Libras. O público é guiado por diferentes ambientes, começando no estacionamento com Lais compartilhando suas experiências de Santa Cruz, e revelando memórias através de cenas que evocam família e sonhos.
Por outro lado, o começo do mês de agosto não tem nada de desgosto com o festival Minitrama que chega à sua segunda edição de 1º a 3 de agosto no Centro Cultural Justiça Federal (Av. Rio Branco, 241 – Centro), com o objetivo de promover o musical autoral carioca. O evento conta com apresentações de quatro novos musicais de até 20 minutos e oficinas de corpo, voz e dramaturgia. A anfitriã será a atriz Stella Maria Rodrigues. Os musicais incluem “A Pandêmica Comédia”, “Casa dos Artistas Fodidos”, “Sem Sinal” e “Antes que tudo acabe”. As oficinas abordam técnica vocal, dramaturgia, corpo em cena e análise de canções teatrais. Ingressos estão disponíveis pelo Sympla, com preços variados.
O espetáculo “De Mim Ecoaram Vozes” ocorre nos dias 28 de julho, 1 e 2 de agosto nas Arenas Jovelina Pérola Negra (Praça Ênio, s/n – Pavuna) e Dicró (Parque Ari Barroso – Entrada pela, R. Flora Lôbo, s/n – Penha Circular), com entrada gratuita. Criado pelo coletivo Mulheres ao Vento (MAV), narra a vida de mulheres periféricas enfrentando machismo e racismo, mostrando seu fortalecimento e esperança. O MAV, focado em mulheres acima dos 40 anos, promove saúde física e mental através de dança, música e teatro, inspirado em Oyá, a deusa guerreira africana. O projeto já acolheu mais de 50 mulheres, integrando histórias pessoais com expressões artísticas afro-brasileiras. As apresentações incluem oficinas e rodas de conversa sobre os desafios de fazer arte na favela.
Pequenas Cartas Obscenas no cinema
Nos cinemas o grande destaque é a estreia de “Deadpool & Wolverine”, sobre o qual já falei na semana passada, inclusive. Contudo, se antes vi somente 37 minutos do filme, essa semana pude ver inteiro a convite da BcBiz, Espaço Z e Disney. O longa-metragem é a aposta de 2024 da Marvel Studios para reanimar o público após uma sequência frustante. Consegue? Em parte. A obra é recheada de comédia e ação, traz muitas surpresas para os fãs de quadrinhos e filmes de super-heróis, e entretém bastante. O roteiro é fraco, mas o filme entrega o que promete no fim das contas: diversão. Além disso, como bônus, homenageia os filmes da Fox antes de sua aquisição pela Disney, buscando dar um encerramento a esse universo.
Entretanto, para quem quer sorrir e refletir de outras maneiras, a sugestão é o ótimo “Pequenas Cartas Obscenas”, que estreia em 25 de julho, trazendo uma comédia irresistível estrelada com maestria por Olivia Colman. Situada nos anos 1920, em uma cidade litorânea inglesa, a trama, surpreendentemente baseada em uma história real, mistura mistério e humor ao narrar o conflito entre Edith, uma vizinha conservadora, e Rose, uma imigrante irlandesa acusada de enviar cartas maldosas. Com direção de Thea Sharrock e performances brilhantes de um elenco afinado, o filme diverte do início ao fim com diálogos hilários e críticas ferinas ao patriarcado e ao machismo.
Stopmotion no CCBB
O CCBB Educativo – Lugares de Culturas oferece a Oficina de Animação Stopmotion, nos dias 27 e 28 de julho, das 13h às 15h, onde os participantes exploram a técnica de animação quadro a quadro. A oficina oferece a oportunidade de aprender fundamentos do stopmotion, experimentar materiais, desenvolver animações e colaborar em projetos sob orientação de profissionais. A atividade é gratuita e acontece na Rua Primeiro de Março, 66, Centro do Rio.
Parayba Rock Fest 2024 em Bangu
O Parayba Rock Fest retorna no dia 28 de julho, em Bangu. Realizado pelo Selo Parayba Records, o festival traz shows de bandas independentes, DJs, exibição de documentário, feira cultural e gastronomia vegana. Após um hiato desde suas primeiras edições em 2007 e 2008, o festival celebra também os 50 anos de Michael Meneses, criador do selo e figura famosa na cena cultural carioca. O evento é na Areninha Hermeto Pascoal (Praça Primeiro de Maio, s/n – Bangu) e apresenta bandas como Welcome To Tenda Spírita, NoSunnyDayz, e Benkens, além de uma exposição de fotografias e a exibição do filme “VER+ – Uma Luz Chamada Marcus Vini”. Os ingressos estão à venda no site da Rio Cultura.
Curso gratuito no Morro da Babilônia
O projeto Favela Hope oferece 100 vagas para um curso gratuito de fotografia e vídeo no Morro da Babilônia, com inscrições abertas até 26 de julho. Aberto a moradores de toda a cidade, o curso é voltado para inclusão social e geração de renda no mercado audiovisual, com 10% das vagas reservadas para o público LGBTQIA+. Para participar, é necessário ter mais de 15 anos e apresentar documentos na Rua Santo Amaro, 4, no Centro Cultural Jardim da Babilônia. O curso dura dez semanas e fornece certificado aos participantes com pelo menos 70% de presença. Favela Hope, iniciado em 2013 em parceria com a universidade americana BYU, já formou mais de 200 jovens. O projeto é patrocinado pela Prefeitura do Rio, Secretaria de Cultura e outros, via Lei Municipal de Incentivo à Cultura. Mais informações pelo WhatsApp 21 2236-4129.
