Everton Gomes – Sem tabus: concessão do Jardim de Alah como oportunidades de trabalho e renda para o Rio

Colunista do DIÁRIO DO RIO diz que Parcerias Público Privadas, quando feitas de maneira inteligente e responsável, são instrumentos úteis para a melhoria dos serviços públicos

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Pedestres caminham em frente ao gramado do Jardim de Alah • Foto: Rafa Pereira, Diário do Rio

Em março deste ano, a Prefeitura do Rio lançou o edital de concessão do Jardim de Alah, histórico equipamento urbano que divide Ipanema e Leblon e conecta a Lagoa Rodrigo de Freitas ao mar. A empresa vencedora da licitação de Parceria Público Privada (PPP), anunciada na sexta-feira, dia 21/07, assumirá os custos da revitalização do Jardim de Alah, com investimentos de R$ 112 milhões. Como a concessionária vai se manter? Com a exploração econômica do local, faturando com a operação de bares e restaurantes e das vagas no estacionamento, que passará a ser subterrâneo. O mais importante: a entrada para a população continuará sendo franca, sendo aquele um espaço de lazer para todos, dos moradores do Vidigal, do Cantagalo, da Cruzada São Sebastião e de outras áreas carentes da cidade, além dos do Leblon, Ipanema, Lagoa e demais bairros da Zona Sul. A cidade existe para ser usada por todos porque é isso que vai trazer turistas, segurança, trabalho e vários outros benefícios.

Todo mundo sabe que eu sou trabalhista. Não tenho, portanto, uma visão ultraliberal da economia, mas keynesiana, desenvolvimentista. Defendo que o Estado atue firme nos monopólios naturais (segmentos da economia onde não há viabilidade de concorrência) e nos setores estratégicos, garantidores da soberania nacional. Mas a experiência com a máquina pública, tanto na Fundação Parques e Jardins quanto na Secretaria Municipal de Trabalho e Renda do Rio, me fez encontrar um caminho do meio, que acolhe as parcerias com a iniciativa privada sem que o Estado abra mão de suas obrigações. No caso da concessão do Jardim do Alah, trata-se de uma medida que vai revitalizar um espaço que hoje sofre com processo de degradação. A atração de investimentos privados recuperará esse espaço público sem que isso implique em ônus para a população. A concessão do Jardim de Alah vai garantir melhorias sem custo para quem gosta de frequentar o parque, inaugurado em 1938.

Com a concessão do Jardim de Alah, mais recursos do município poderão ser liberados para investimentos em parques e praças de bairros em áreas economicamente menos favorecidas, que precisam com urgência de aparelhos urbanos de lazer. A atuação da Prefeitura do Rio na promoção de uma cidade mais verde está, literalmente, nas ruas: projetos como o Parque Piedade, que vai ajudar a revitalizar um bairro esvaziado economicamente desde os anos 90, o Novo Parque da Cesário de Melo, em Campo Grande, e o novo Parque de Realengo trarão mais verde e mais ar puro a bairros demograficamente adensados e muito carentes de parques e praças. Isso para não falar na revitalização da Quinta da Boa Vista, que recebeu investimentos de R$ 14,6 milhões da Prefeitura do Rio em comemoração ao Bicentenário da Independência, com monumentos como o Templo de Apolo restaurados.

É preciso compreender, sem tabus, que as Parcerias Público Privadas, quando feitas de maneira inteligente e responsável, com foco no bem-estar da população, são instrumentos úteis para a melhoria dos serviços públicos. Todas essas inovações que mencionei, somadas às intervenções do dia a dia nas praças e parques da cidade, são muito importantes para a construção de um Rio ancorado numa economia de baixo carbono, que reduz ilhas de calor e garante temperaturas mais amenas e agradáveis. Consequentemente, um Rio mais verde com imenso potencial de geração de empregos verdes.

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