Exposição “Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak” chega ampliada ao CCBB RJ

Lideranças indígenas visitadas por Nagakura e Krenak participarão de conversas sobre a exposição

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Foto de Hiromi Nagakura

No dia 28 de fevereiro de 2024, o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro inaugura a exposição “Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak”, mostra idealizada pelo Instituto Tomie Ohtake, de São Paulo. Com curadoria de Ailton Krenak e curadoria adjunta de Angela Pappiani, Eliza Otsuka e Priscyla Gomes, a exposição apresenta 160 fotografias inéditas no Brasil do premiado fotógrafo japonês Hiromi Nagakura, realizadas em viagens com Krenak, principalmente pelo território amazônico, entre 1993 e 1998. A mostra, com entrada gratuita, chega ao CCBB RJ ampliada, com uma nova seleção de imagens, além de objetos dos povos visitados, que não estiveram presentes na edição paulistana da exposição, em cartaz no ITO até o início deste ano.

Além disso, lideranças indígenas de diversas etnias participarão de conversas realizadas em torno da exposição, junto com o fotógrafo e o curador.  No dia da abertura da exposição, às 17h, haverá a roda de conversa “Hiromi Nagakura e Ailton Krenak encontram os povos da floresta”, com a presença da dupla e também das lideranças indígenas Moisés Pyianko Ashaninka e Leopardo Huni Kuin, com a participação de Marize Guarani, presidente da Associação Indígena Aldeia Maracanã. No dia 29 de fevereiro, também às 17h, haverá mais uma roda de conversa, “Hiromi Nagakura e Ailton Krenak encontram os povos do cerrado”, com Krenak, Nagakura e as lideranças indígenas Marineuza Pryj Krikati, Maria Salete Krikati e Caimi Waiassé Xavante, com a participação de Carlos Tukano, presidente do Conselho Estadual de Direitos Indígenas do Rio de Janeiro. No dia 1 de março, às 17h, Ailton Krenak e as cinco lideranças indígenas da Amazônia convidadas farão palestra no CCBB RJ. 

“Nagakura-san é um samurai. Sua espada é uma câmera que ele maneja com a segurança de quem já passou por campos de refugiados e esteve no centro das praças de guerra, por lugares como África do Sul, Palestina, El Salvador e Afeganistão. Depois desse mergulho no inferno global, quando sentiu de perto a loucura dos seres humanos, o samurai da câmera descobriu a floresta amazônica e seus povos nativos”, escreveu Ailton Krenak, curador da mostra, no texto que acompanha a exposição.

A exposição é patrocinada pelo Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. A mostra segue para os CCBBs Brasília e Belo Horizonte após temporada no Rio de Janeiro.

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PERCURSO DA EXPOSIÇÃO

A exposição ocupará todas as oito salas do primeiro andar do CCBB RJ e a rotunda, onde haverá uma instalação aérea inédita, em formato circular, pensada especialmente para o espaço, com imagens da exposição plotadas em tecido.

As salas seguirão a ordem cronológica das visitas da dupla à Amazônia, como se o público estivesse viajando junto com eles. Na primeira sala estarão fotografias dos povos Krikati e Gavião, localizadas em regiões impactadas por invasões, desmatamento e hidrelétricas na Amazônia.

Foto de Hiromi Nagakura 02 Exposição “Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak” chega ampliada ao CCBB RJ
Foto de Hiromi Nagakura

Na sala seguinte, estarão fotografias dos povos Ashaninka, Yawanawá, Xavante e Kaxinawá. Nos cofres, estarão salas imersivas com sons da floresta e cantos indígenas, levando o público a uma verdadeira viagem por estes territórios e etnias. Além disso, haverá um vídeo com registros de viagens de Nagakura por todos os continentes. Haverá, ainda, uma grande sala inteiramente dedicada aos Yanomami.

Seguindo o percurso da exposição, chega-se à sala “Imagem e Cultura”, com fotografias totalmente inéditas e objetos dos povos visitados, que não estiveram na exposição em São Paulo. Este será um espaço multiétnico, com imagens que conversam entre si, agrupadas por temas, situações, cores ou paisagens, sem divisão por etnia, acolhendo todos os povos em um só lugar. 

Na última sala estarão os núcleos “O Reencontro” – onde será exibido um vídeo com conversas de Ailton Krenak e Hiromi Nagakura com lideranças indígenas de todas as etnias visitadas na década de 1990, além de outro com a íntegra da conversa entre o fotógrafo e o curador registrada para o projeto “Conversa na Rede”, gravada na Casa Ateliê de Tomie Ohtake, em São Paulo – e “A Viagem”, com registros de bastidores, retratando Krenak e Nagakura durante a viagem, a cumplicidade deles e junto aos amigos das aldeias. Também neste espaço estará a obra “Território imemorial ou Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak” (2023), do artista Gustavo Caboco, feita especialmente para a mostra, que apresenta um mapa com os territórios visitados por Nagakura e Krenak.

VIAGENS AO LONGO DE CINCO ANOS

As viagens de Nagakura e Krenak abarcaram quase cinco anos, de 1993 a 1998, dezenas de horas, sempre na companhia da produtora e intérprete Eliza Otsuka. A exposição, acompanhada dos encontros, é o resultado de uma “união de esforços para fazer uma celebração em torno dessa amizade alimentada pelo sonho e beleza da obra do fotógrafo Hiromi Nagakura”, diz Ailton Krenak.

Segundo Krenak, a mostra traz algumas das belas imagens das viagens às aldeias e comunidades na Amazônia brasileira. “Momentos de intimidade e contentamento entre ‘amigos para sempre’ inspiraram esta mostra fotográfica mediada por encontros com algumas das pessoas queridas que nos receberam em suas cozinhas e canoas, suas praias de rios e nas aldeias: Ashaninka, Xavante, Krikati, Gavião, Yawanawá, Huni Kuin e comunidades ribeirinhas no Rio Juruá e região do lavrado em Roraima”, destaca o curador. As viagens alcançaram os estados do Acre, Roraima, Mato Grosso, Maranhão, São Paulo e Amazonas.

A aproximação entre Krenak e Nagakura começou numa conversa, sentados em esteiras, na sede da Aliança dos Povos da Floresta, no bairro do Butantã, em São Paulo, onde se conheceram, quando Eliza Otsuka apresentou o plano de viagens de Nagakura. “Ela [Eliza] resumiu com estas palavras o conceito todo do projeto para alguns anos dali para frente: ele vai ser a sua sombra por onde você for, quando estiver dormindo e quando estiver acordado”, recorda-se Krenak. Esta história toda está reunida em um dos livros escrito em nihongo, publicado pela editora Tokuma (Tóquio, 1998), intitulado “Assim como os rios, assim como os pássaros: uma viagem com o filósofo da floresta, Ailton Krenak”, assumido por Krenak como a sua biografia feita por Hiromi Nagakura.

Serviço: Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak

De 28 de fevereiro a 27 de maio de 2024

Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro 

Endereço: Rua Primeiro de Março, 66 – 1º andar – Centro – Rio de Janeiro – RJ

Informações: (21) 3808.2020 | ccbbrio@bb.com.br

Funcionamento: De quarta a segunda, das 9h às 20h. Fechado às terças-feiras.

Classificação indicativa: livre

Entrada gratuita

Ingressos disponíveis na bilheteria física ou pelo site do CCBB – bb.com.br/cultura.

Ingressos para as rodas de conversa e palestras distribuídos na bilheteria física e virtual a partir das 9h do dia de cada atividade.

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Renata Granchi
Renata Granchi é jornalista e publicitária com mestrado em psicologia. Passou pela TV Manchete, TV Globo, Record TV, TV Escola e Jornal do Brasil. Escreveu dois livros didáticos e atualmente é diretora do Diário do Rio. Em paralelo, presta consultoria em comunicação e marketing para empresas do trade.
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