Fábrica de gelo, em Bangu, fazia ‘gato’ de luz de mais de R$ 30 mil mensais

Light perde por ano R$ 750 milhões por conta do furto de energia, prática definida como crime no Código Penal, com pena prevista de até 8 anos de prisão

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Operação realizada em fábrica de gelo, em Bangu, na Zona Oeste / Divulgação

Uma fábrica de gelo localizada em Bangu, Zona Oeste do Rio, foi alvo de uma operação da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) e policiais do PROEIS, nesta quarta-feira (24), após técnicos da Light identificarem o crime de furto de energia. Segundo a concessionária, a empresa desviava 32Mwh/mês, o equivalente a cerca de R$ 30 mil em contas de luz. Dois representantes da fábrica foram levados à DDSD para prestar depoimentos.

Também chamado de “gato”, o furto de energia provoca sobrecarga no sistema de transmissão de energia elétrica, gerando prejuízo financeiro à empresa e à população, além de ser causa de incêndios e acidentes. O Código Penal, por meio do artigo 155, define a prática como crime, com pena de até oito anos de prisão.

Por conta da grande quantidade de ligações irregulares em estabelecimentos desonestos e, especialmente em favelas, a Light, entre todas as distribuidoras brasileiras, sofre um prejuízo anual de aproximadamente R$ 750 milhões. Um levantamento realizado pela companhia verificou que, para cada 10 clientes regulares existem outros 6 que furtam energia.

A prática da fraude é um dos grandes motivadores da falta de luz na cidade. Nesse verão, as favelas cariocas, onde se encontram a maior parte das ligações clandestinas, devem ser as mais impactadas pelo problema, já que o consumo aumenta exponencialmente. Isso ocorre porque os transformadores são configurados para atender ao número de clientes cadastrados na Light. Em muitos lugares, no entanto, o número de ligações criminosas é até 5 vezes maior que capacidade suportada pelo transformador, gerando sobrecarrega e danos ao equipamento.

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