Fábrica Verde: Rio ganha espaço destinado à reciclagem, na Avenida Brasil

Com o equipamento, a capacidade de reciclagem dos resíduos gerados na cidade será aumentada; trabalhadores terão cursos de capacitação profissional e a sua produção será direcionada ao mercado

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Fábrica Verde ocupa uma área de seis mil metros quadrados na Avenida Brasil / Beth Santos (Prefeitura do Rio)

A primeira fase da Fábrica Verde, em Cordovil, na Zona Norte, foi inaugurada nesta quarta-feira (3), com as presenças do prefeito Eduardo Paes (PSD), da secretária municipal de Meio Ambiente e Clima (SMAC), Tainá de Paula (PT), e do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, também do Partido dos Trabalhadores. Com o equipamento, a capacidade de reciclagem dos resíduos gerados na cidade será aumentada. A iniciativa também promoverá a inclusão social e econômica da população de baixa renda através da economia circular.

“É muito bom a gente poder fazer essa estrutura aqui na Avenida Brasil para vocês (catadores). O mais importante é que a Fábrica Verde começa a funcionar com a gestão da Secretaria de Meio Ambiente, mas sempre olhando para uma transição, para que isso aqui seja de vocês. Que o governo faça só um impulsionamento, mas que esse espaço seja sustentável e possa caminhar somente com o esforço de vocês”, disse o chefe do Executivo municipal.

A unidade, que vai funcionar em um prédio com 6.000 m², localizado na Avenida Brasil, terá as suas atividades iniciadas em duas semanas. A administração municipal já começou a selecionar as cooperativas que irão atuar no espaço, onde também serão oferecidos projetos de capacitação profissional para mais de 1.500 trabalhadores por ano.

“Hoje, a gente apresenta a primeira fase de nossa fábrica. É a primeira vez que a gente está garantindo o lucro e o pagamento aos catadores. Eles são capazes de se autogovernam, e vão tirar o lucro a partir dos produtos. Não vão precisar terceirizar e entregar o material para as grandes empresas recicladoras. Todos os produtos da Fábrica Verde vão estar à disposição na plataforma de venda online da Prefeitura e nós vamos vender a produção diretamente ao consumidor, não vamos distribuir lucro com empresas não preservam o meio ambiente”, explicou Tainá de Paula.

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O ministro Márcio Macêdo ressaltou que objetivo do projeto é estimular a evolução das atividades e as políticas públicas de preservação e conscientização ambiental.

“Essa experiência aqui da Fábrica Verde enche os olhos e tem que dar certo para ser exportada para o país inteiro. A cadeia produtiva da reciclagem é um trabalho digno como qualquer outro, não pode ser discriminada. Além de tudo, são agentes ambientais porque evitam que uma quantidade de material polua o meio ambiente”, comentou Macêdo.

Os catadores participantes do projeto receberão uma bolsa, além de uma participação pelo material reciclado. Caso se qualifiquem, estarão aptos a encontrar empregos no mercado formal de trabalho. As cooperativas selecionadas terão os itens recicláveis direcionados para a fábrica e apoio logístico para a comercialização do material.

“Para a gente, esse espaço vai ter um significado muito importante, com a inclusão direta dos catadores e catadoras de material reciclável. Isso valoriza a mão de obra e  agrega valor ao nosso trabalho dentro da cadeia produtiva da reciclagem. A gente vai ter um espaço que diminui os custos, porque muitos de nós pagamos aluguel pelo espaço onde são montadas as nossas bases. Tem também outros gastos, como água e luz. Então, quando se tem um parceiro que vai arcar com esses custos, você consegue agregar valor para poder aumentar a renda do catador e da catadora”, ressaltou Claudete Costa, que será a gestora da parte de reciclagem de resíduos da Fábrica Verde.

Com a qualificação dos trabalhadores, o equipamento será ainda uma fábrica-escola geradora de produtos-finais, com valor agregado, segundo a coordenadora da Fábrica Verde, Lívia Galdino

“A Fábrica Verde é um grande centro não só logístico, mas também para a aplicação dos resíduos em toda a cadeia produtiva da reciclagem. Hoje, a maior parte do trabalho dos catadores consiste na triagem e prensa do material coletado. A proposta aqui é que o catador consiga, por exemplo, lavar e triturar o plástico, que passa a ter outro valor agregado e, assim, ele vai ganhar mais. Isso é transferência de tecnologia social para que esses catadores consigam agregar mais valor ao produto do seu trabalho”, comentou Lívia.

Na Fábrica Verde vários produtos serão criados a partir dos resíduos coletados. O material têxtil será usado na confecção de roupas, bolsas e estojos, que poderão ser destinados a algum projeto-piloto das redes municipal de educação e saúde. O óleo residencial, por exemplo, poderá ser transformado em cosméticos, e, futuramente, em biodiesel. Outros produtos, como alumínio e papelão também voltarão para a cadeia produtiva através da Fábrica Verde.

A Fábrica Verde terá capacidade de produzir 300 toneladas de material reciclado mensalmente, destinando o material diretamente para a indústria, gerando 32 postos de trabalho diretos. No espaço, também serão produzidos nove mil cobertores e quatro mil peças de vestuário por mês, com um faturamento mensal de R$ 204 mil e geração de 42 empregos.

Mensalmente, duas toneladas de sabão e sabonetes serão produzidas, com o retorno de R$ 15 mil e geração de 12 postos de emprego. Outros materiais, como placas de embalagem longa vida, eletrônicos, e coco também serão processados e transformados em outros materiais, resultando em mais empregos e lucro.

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