Fachada do Cine Leblon chama atenção de moradores

Apesar da fachada ter sido mantida, a construtora responsável pela obra, Mozak Engenharia, afirmou que o interior do cinema foi modernizado

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Foto: Reprodução Internet

Após quase 4 anos em obras, o reaparecimento da fachada do Cine Leblon chamou atenção. O mais tradicional cinema de rua do bairro fechou em 2015, após 64 anos de funcionamento. Um ano após encerrar as atividades, as obras tiveram início.

O cinema foi inaugurado em 1951 e tinha 1.294 lugares a disposição dos clientes quando exibiu o seu primeiro filme, “Terceiro homem”, um clássico do diretor Carol Reed. Na época, o acontecimento foi destaque na Revista Cine Repórter, na qual um cronista escreveu: “Sem exageros e requintes de nouveau riche, o Cine Leblon é uma casa com fachada simples. A sala de espera em mármore rosa prepara o frequentador para o salão de projeção amplo, todo atapetado, um tapete grosso e macio.”

O Cine Leblon funcionou com apenas uma sala até o dia 30 de setembro de 1975. Depois, passou por reformas e, uma segunda sala de exibição foi construída. Em junho de 2014 os administradores do cinema anunciaram que o local seria fechado, vencido por uma crise financeira. “Após mais de uma década de tentativas sem sucesso, no sentido de tornar o Cinema Leblon não deficitário, informamos que suas atividades serão encerradas em breve”, dizia o recado na porta. O filme “Jersey boys”, de Clint Eastwood, foi a última exibição do Cinema Leblon antes de ele fechar as portas, em novembro de 2015. Um ano depois as obras foram iniciadas.

Foi construído um prédio, nos andares acima das antigas salas de cinema, com salas comerciais, livraria, café e salas de cinema modernizadas. Localizado na esquina da Avenida Ataulfo de Paiva com a Rua Carlos Góis e considerado um dos lugares mais tradicionais do bairro, o novo projeto preservou a fachada que nos últimos anos era amarela e agora está branca.

Márcio Roiter, presidente do Instituto Art Déco Brasil, elogiou a atitude de manter a fachada. Ele contou que as pessoas não queriam que o cinema fosse demolido, devido à memória afetiva que tinham do local. Ele explicou também que o Cine Leblon não está no padrão dos cinemas Art Déco de ponta, pois foi construído de forma tardia.

O Cine Leblon não está no padrão do Art Déco de ponta, aqueles maravilhosos cinemas Art Déco, que já perdemos todos exceto os que viraram igrejas. O Cine Leblon é um Art Déco tardio. Ele é já de 1951, ele não é do auge do Art Déco como a Cinelândia e o Palácio, por exemplo”, contou Márcio.

Quando questionada sobre o interior do espaço, a Mozak Engenharia afirmou que apenas a fachada foi mantida. O interior foi todo modernizado e o cinema terá três salas vips, oferecendo todo o conforto aos clientes.

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