Fachada do Museu Nacional de Belas Artes recebe propaganda ‘política’ no Centro do Rio 

Prédio histórico na Avenida Rio Branco exibe mensagens como “O Rio de Janeiro é terra indígena” e “somos estrangeiros em nossa própria terra”, o que segundo o MNBA seria parte de uma exposição do MAM, que já terminou.

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Fachada dp Museu Nacional de Belas Artes

Quem passa pelo prédio do Museu Nacional de Belas Artes, no número 199 da Avenida Rio Branco, no Centro do Rio, se depara com uma cena no mínimo curiosa. A fachada do imóvel, que passa por obras, está tomada por faixas manuscritas com propagandas políticas, alusivas à votação em que o governo federal foi derrotado no congresso, do chamado “marco temporal”. Os “outdoors” improvisados exibem mensagens em prol da comunidade indígena no Rio de Janeiro, com dizeres como “O Rio de Janeiro é terra indígena”.

O cenário de aparente descuido com a construção levantou a dúvida sobre quem teria autorizado a instalação das faixas, que são sustentadas por estruturas de madeiras localizadas acima das placas que protegem o acesso ao museu e são visíveis de toda a região da Cinelândia, no Centro do Rio. O material é assinado por lideranças que representam os chamados ‘povos originários’. 

Veja

O Código Eleitoral, em seu artigo 377, prevê que o “serviço público de qualquer repartição […], inclusive o respectivo prédio e suas dependências, não poderá ser utilizado para beneficiar partido ou organização de caráter público”. A pena prevista para quem cometer a infração é de pagamento de multa. Segundo a legislação de Patrimônio Histórico, qualquer intervenção na fachada de bem tombado nacional – mesmo transitória – precisa de licença do Iphan.

DIÁRIO DO RIO entrou em contato com a administração do Museu Nacional de Belas Artes, e foi atrás de explicações do órgão federal, que informou, em nota que as faixas seriam parte de uma “mostra individual”, ou seja, uma exposição de arte, que já foi até mesmo encerrada no MAM-RJ. A nota está reproduzida abaixo.

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As faixas sobre os tapumes das obras restauração do Museu Nacional de Belas Artes/Ibram são um desdobramento da mostra individual “Aqui Estamos”, da artista indígena Uýra, que como se sabe, já foi encerrada no MAM-RJ.

Estas obras, da série intitulada NOSSAS LETRAS, consistem em uma série de faixas de ráfia com desenhos e textos da artista e de pensadores indígenas sobre assuntos diversos, como a diáspora, racialidades e retomada ancestral e foram instaladas em diferentes instituições culturais do Rio de Janeiro, dentre elas o MNBA.

Esta ação criou um oportuno diálogo entre as instituições culturais parceiras na cidade do Rio de Janeiro, ampliou o contato do museu com o seu público, bem como destaca o importante papel dos museus na discussão de assuntos constitucionais, republicanos e de cidadania. Assuntos estes que reverberam na produção artística contemporânea.

Esta ação proposta pelo MAM-RJ em parceria com o MNBA e demais instituições culturais, deu início ao projeto institucional do MNBA de ocupação dos tapumes por trabalhos de artistas visuais.”

https://www.instagram.com/p/CtMz2T4u3kx/?img_index=1

Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro

Considerado um dos mais importantes museus de arte do país, o Museu Nacional de Belas Artes, situado na capital fluminense, ocupa uma área de 18 mil metros quadrados no centro histórico da cidade. O acervo do museu é composto por mais de 70 mil itens representativos de vários períodos da história da arte e da contemporaneidade do país.

Atualmente, seu edifício centenário, concluído em 1908, vem passando por obras de restauração de fachada, esquadrias, claraboias, cúpulas e a implementação do Projeto de Proteção contra Incêndio e Pânico (PPCIP). 

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7 COMENTÁRIOS

  1. Bom ter uma publicação que aprecie o visual, a ordem urbana e o cumprimento da lei. Excelente abordagem. Seria bom que o carioca valorizasse mais a coisa pública. Bom ter em mente que o público é de todos e não de ninguém

  2. A manchete é enganosa e enviesada. Coisa de jornalismo apelativo.
    E que bom que temos indígenas podendo se manifestar e expor suas mazelas e melhor ainda através da arte.
    Ainda bem que saímos do obscurantismo pra um governo democrático de novo . . .

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