Devido à falta de profissionais, a Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) tem, atualmente, apenas 60% de sua capacidade física sendo utilizada. Essa situação foi apresentada pela diretora de Desenvolvimento de Educação Básica e Técnica da instituição, Márcia Farinazo, durante audiência pública promovida pela Comissão de Ciência e Tecnologia, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), na última sexta-feira (19/05).
No encontro, que reuniu servidores, estudantes e representantes sindicais da Faetec, Farinazo destacou que é urgente a necessidade de concurso público para suprir a demanda de alunos, pois também há professores com pedido de aposentadoria.
”Em número de turmas, só tenho 60% da capacidade pois há um problema de pessoal. Eu precisaria de mais 971 profissionais para atender às necessidades de todas as escolas técnicas. Também há uma projeção de mais de 1.500 aposentadorias até o ano de 2030. Isso é uma situação muito preocupante porque nós temos a estrutura, mas não contamos com recurso humano. Por isso, não tenho como garantir a entrada de alunos”, disse ela, retratando o quadro em que se encontra a Faetec, que hoje dispõe de 643 professores em contrato.
Na mesma linha, o defensor público Rodrigo Azambuja disse que um levantamento elaborado pela Defensoria Pública mostra que faltam mais de 1.300 profissionais na rede, entre professores e inspetores, mas principalmente de professores com jornada de trabalho de 20 e 40 horas.
”Se permanecer nessa perspectiva, nos próximos 10 anos, haverá uma vacância de outros 1.500 cargos e ainda não há um estudo de impacto econômico e financeiro para a reposição dessa vacância. É algo que a fundação precisa fazer para avançar na contratação de servidores”, acrescentou.
Outro problema apontado pelos servidores da Faetec é o não pagamento das progressões salariais, congeladas desde 2022.
”O nosso Plano de Cargos e Salários está sem reajuste há mais de um ano e dois meses. Os profissionais não têm progressão na carreira e isso é muito ruim porque o profissional espera ser valorizado”, relatou o coordenador do SindpeFaetec, Luiz Ferreira. Ainda segundo ele, das instituições vinculadas à Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, a Faetec é a única que não recebe o auxílio-alimentação.
Em resposta, a presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Alerj, deputada Elika Takimoto (PT), comentou que o direito ao benefício está previsto na Lei 9.838/22 e que vai acompanhar de perto a sua implementação. Além disso, a parlamentar garantiu que, em breve, acontecerá uma audiência pública, em conjunto com a Comissão de Servidores Públicos, para tratar somente das especificidades dos servidores da Faetec.
”Vamos criar um grupo de trabalho no âmbito do colegiado para acompanhar as demandas dos servidores da Faetec, que não são poucas. Faremos reuniões de trabalho e quantas audiências públicas forem necessárias para falar sobre as dificuldades apresentadas”, disse Elika.
não importa o partido, não importa a ideologia, não importa o leg-leg-leg, a educação nunca foi prioridade. nem pra esquerda, nem pra direita. tudo farinha do mesmo saco.