Fajardo: Ocupação do Serrador pela Câmara é boa notícia; “a melhor cidade que existe é a que já existe”

Para o arquiteto e urbanista, a mudança da Câmara de Vereadores para o Edifício Serrador é uma notícia muito positiva para o Centro. Ele sugere que o terraço seja usado por um restaurante de acesso público, com preços acessíveis, permitindo aos cariocas ver a paisagem deslumbrante do local

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O edifício, construído em 1944, já teve oferta de R$ 400 milhões de Eike Batista

A possiblidade da Câmara dos Vereadores vir a ocupar o Edifício Serrador para seu uso funcional é uma notícia muito positiva para o Centro do Rio do ponto de vista urbanístico e econômico. Nada melhor do que aproveitar a localização onde se está já instalado. A Cinelândia e a Rua do Passeio precisam deste estímulo.

Importante lembrar que em anos recentes a Câmara chegou a cogitar mudar-se para a Região Portuária. Em tempos remotos, pensou-se até em ir para a Cidade Nova.

Diferente da ida da Alerj para o antigo prédio do BANERJ, hoje chamado prédio Lucio Costa, projeto do escritório do arquiteto Henrique Mindlin, o Edifício Serrador tem ótimas condições de utilização por causa da reforma recente pela qual passou. Essa mudança também asseguraria o uso e vitalidade do magnífico Palácio Pedro Ernesto, projeto de Archimedes Memória, que continuaria então a ser ocupado, podendo inclusive ficar mais liberado do enorme número de carros ao redor que ofuscam sua beleza. (Continua após a foto)


Diferente da ida da Alerj para o antigo prédio do BANERJ, hoje chamado prédio Lucio Costa, projeto do escritório do arquiteto Henrique Mindlin, o Edifício Serrador em ótimas condições de utilização por causa da reforma recente pela qual passou. Essa mudança também asseguraria o uso e vitalidade do magnífico Palácio Pedro Ernesto, projeto de Archimedes Memória, que continuaria então a ser ocupado, podendo inclusive ficar mais liberado do enorme número de carros ao redor que ofuscam sua beleza.

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Respeitando-se os preceitos de economicidade e transparência é uma excelente decisão que fomentará mais ainda a circulação de pessoas neste ponto específico da praça Marechal Floriano Peixoto, com repercussão positiva para os imóveis do entorno, das lojas e negócios ao rés-do-chão. Trata-se de recurso público bem investido que poderá retornar pelo incremento da atividade econômica local e dos tributos decorrentes dela.


Ter parlamentares municipais, e suas equipes, circulando pelas ruas e pela praça entre os dois edifícios permitirá uma imagem de cidade avançada e civilizada, consolidando a Cinelândia como epicentro político metropolitano.


Deixo uma sugestão para o Presidente da Câmara, o nobre Vereador Carlo Caiado. Permita que o terraço seja usado por um restaurante franqueado ao público, com oferta de preço acessíveis, e que algum outro andar superior possa ter função cultural, o que permitirá aos cariocas ver a magnifica paisagem do Rio do local.


A melhor cidade que existe é a que já existe. E o prédio mais sustentável que existe é aquele que já existe e que pode ser reabilitado para novo uso.

Washington Fajardo é arquiteto e urbanista, graduado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Em 2009, tornou-se Subsecretário de Patrimônio Cultural, Intervenção Urbana, Arquitetura e Design da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, assumindo o órgão de patrimônio cultural da cidade, propondo inovações (desenvolvimento de área dedicada ao design e à intervenção urbana), e criando o Centro Carioca de Design, na Praça Tiradentes. Em 2012, o órgão converte-se em IRPH – Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, após o reconhecimento da UNESCO para a Paisagem Cultural da cidade, tornando-se Presidente do órgão, vinculado ao Gabinete do Prefeito. Em 2013, acumula a função de Assessor Especial do Prefeito Eduardo Paes para Assuntos Urbanos. Por oito anos, de 2009 a 2016, foi Presidente do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro. É autor do projeto arquitetônico da Arena Carioca da Pavuna; autor da concepção arquitetônica da revitalização do Imperator – Centro Cultural João Nogueira, no Méier; concebeu o mecanismo que dedicou 3% do valor das CEPACs para Patrimônio Cultural no Porto; criou o edital Pro-APAC reconhecido em 2014 com o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade (IPHAN), e criou o Laboratório Aberto de Arqueologia Urbana. Em 2016, foi selecionado como curador do pavilhão brasileiro da Bienal Internacional de Arquitetura em Veneza. Em 2018, tornou-se Loeb Fellowship na Harvard Graduate School of Design. Em 50 anos do programa, que reconhece profissionais no campo do urbanismo, é o terceiro brasileiro agraciado. 

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3 COMENTÁRIOS

  1. Sr. Sidnei, vejo que suas postagens sempre são postagens saudando políticos nominalmente… e em caixa alta! No outro post foi o governador… agora é o vereador. Benza-nos Deus! Se os políticos fossem tão bons como o senhor saúda, o Rio de Janeiro não seria o Rio de Janeiro, mas uma Zurique.

  2. Concordo integralmente com a opinião do Arquiteto WASHINGTON FAJARDO. A iniciativa da Câmara Municipal em adquirir esse prédio é benéfica para os contribuintes municipais, além de manter o Legislativo da Cidade no lugar certo: a Cinelândia. A verdade é que a Câmara Municipal vai economizar muito dinheiro com a compra deste prédio, pois deixará de pagar os aluguéis e taxas de condomínio que paga atualnente. O Vereador CARLO CAIADO está de parabéns!

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