A eleição municipal terminou na cidade do Rio de Janeiro. Muitas questões dependem do tempo, do início da nova legislatura, dos desgastes dos dias. No entanto, algumas impressões surgem nas franjas das primeiras horas pós-votação.
À esquerda, Tarcísio Motta (PSOL) teve um desempenho abaixo do esperado e do que o candidato já havia alcançado em outras eleições. Vale frisar que a campanha pelo voto útil contra Alexandre Ramagem (PL) e o bolsonarismo tirou muitos votos do psolista.
Em relação aos vereadores deste campo, o PSOL também fez menos do que esperava. Chegou-se a falar em seis ou sete cadeiras na Câmara Municipal. Terminaram com quatro. O mais votado, Rick Azevedo, defende o fim da escala de trabalho 6×1. O que pode ser um indicador de caminhos em relação às bandeiras e formas de se comunicar com a população. Rick, com pouco investimento para a campanha, é bastante conhecido nas redes com o movimento VAT (Vida Além do Trabalho).
A vereadora de esquerda mais votada, Tainá de Paula (PT), se destacou pelo pragmatismo, passou a fazer parte da prefeitura, na Secretaria de Meio Ambiente. Embora existam críticas comuns a quem sai da oposição para a situação, é vista como futura liderança petista para cargos executivos no Rio de Janeiro.
Olhando para o centro, o PSD sai como o grande vitorioso deste pleito. Não só no Rio de Janeiro, mas em muitas partes do país. O partido fez 16 vereadores no Rio, subprefeitos, além de aliados de todos os lados, muito bem costurados em torno de Eduardo Paes. De Marcelo Freixo a Otoni de Paula.
Ramagem foi derrotado no primeiro turno, o que é um baque para Bolsonaro. É o famoso “apanhou em casa“. Contudo, Carlos Bolsonaro foi o vereador mais votado da história da cidade ( 130.480 mil votos) e seu partido, o PL, ficou em segundo no número de cadeiras (7). Não sei se dá pra falar em derrota total do bolsonarismo no Rio. Talvez haja algum enfraquecimento do ex-presidente e adaptação eleitoral da extrema direita. Talvez.
Muita coisa pode acontecer, mas fiquemos com as primeiras impressões, que muitas vezes são as que ficam. Saberemos.