Feminicídios no Rio alcançam segundo maior índice e casos de estupro batem recorde em 2024

Número de casos cresceu 8% no estado, com 107 vítimas, contra 99 registradas em 2023

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Número de casos cresceu 8% no estado, com 107 vítimas, contra 99 registradas em 2023 - Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O número de mulheres vítimas de feminicídio aumentou 8% no estado do Rio de Janeiro em 2024, com 107 casos registrados, contra 99 em 2023. Esse é o segundo maior patamar desde 2016, quando este crime passou a ser contabilizado nas estatísticas feitas pelo Instituto de Segurança Pública. 

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O dado faz parte do Panorama da Violência Contra a Mulher 2025, lançado neste sábado (08), Dia Internacional da Mulher, pelo Governo do Estado.

O feminicídio é caracterizado pelo assassinato de mulheres em contextos de violência de gênero, como casos de violência doméstica. No ano passado, passou a ser considerado um crime autônomo, sem agravo de pena.

O mesmo panorama mostra que o assassinato de mulheres em razão do seu gênero cresceu mesmo com a diminuição de 26,3% dos homicídios dolosos com vítimas femininas, o que inclui também aqueles em que o sexismo não foi um fator determinante. 

Em 2024, foram 140 registros – o que significa que 76% dessas mulheres foram vítimas de feminicídio. Já em 2023, o estado do Rio teve 190 homicídios dolosos em geral praticados contra mulheres, incluindo 99 feminicídios, ou seja 52% do total.

Além disso, as delegacias do estado receberam 370 denúncias de tentativa de feminicídio em 2024, um recorde na série histórica, com um aumento de 20% em relação aos 308 registrados no ano anterior.

O Rio de Janeiro conta com 14 Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher e, somente nessas unidades, foram registradas mais de 36 mil ocorrências, sendo 22.710 relacionadas a medidas protetivas.

O levantamento aponta ainda um crescimento alarmante nos casos de violência sexual. As denúncias de estupro contra mulheres e meninas ultrapassaram a marca de 5 mil, cerca de 300 a mais do que em 2023.

Já os casos de importunação sexual – que é o termo correto para a prática mais conhecida como assédio, quando alguém pratica atos libidinosos sem o consentimento da outra pessoa – foram 2441, outro recorde.

Denúncia e ajuda

Além de denunciar qualquer tipo de violência diretamente nas delegacias, as vítimas também podem acionar a Polícia Militar, caso ainda estejam sofrendo a violência ou em perigo iminente. 

No Rio de Janeiro, o programa Patrulha Maria da Penha atua para garantir o cumprimento de medidas protetivas e encaminhar mulheres à rede de apoio. Em cinco anos, mais de 91 mil vítimas foram assistidas em cerca de 343 mil atendimentos.

As mulheres também podem baixar o aplicativo Rede Mulher, disponível para todos os aparelhos de celular. Ele oferece informações sobre os serviços de proteção à mulher disponíveis no estado e também permite que a vítima peça socorro a amigos e familiares de forma rápida e fácil, e acione a Polícia Militar, com apenas alguns cliques.

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