Festa no esporte: Clube de Regatas Vasco da Gama completa 126 anos de história no mês de agosto

Completando 126 anos no dia 21 de agosto, história do Clube carioca é marcada por muita luta e conquista dentro e fora de campo

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Foto: Getty Images

Fundado no dia 21 de agosto de 1898 por homens portugueses e brasileiros do comércio do Rio de Janeiro, o Clube de Regatas Vasco da Gama dá o seu pontapé no esporte como uma agremiação náutica e tem seu primeiro time de Remo composto de atletas oriundos das camadas mais populares da sociedade, em sua maioria empregados do comércio em postos de atendentes de balcão.

Em 1904, o Vasco elege Candido José de Araújo, conhecido como “Candinho” para presidência do clube, se tornando assim o primeiro clube brasileiro de esportes a ter como presidente um homem negro. Foi ainda na gestão de “Candinho” que o Vasco conquistou seus primeiros títulos no esporte.

Para a elite dirigente do esporte na época, os atletas do clube eram enxergados como inaptos para a prática do esporte. O time que chegou a ficar conhecido como os “indesejáveis do remo” conquistou o seu bicampeonato na cidade do Rio de Janeiro nos anos de 1905 e 1906. Além disso o time vascaíno alcançou outras inúmeras vitórias na modalidade e se tornou assim um dos clubes mais vitoriosos do remo.

Apenas no ano de 1915 é que o time dá o seu start no futebol, incorporado ao Lusitânia Futebol Clube, o Vasco marca assim a institucionalização do futebol no Clube.

No ano de 1923 o clube conquista o seu primeiro título de Campeão Carioca. Com uma campanha espetacular a equipe vascaína fez história ao conquistar pela primeira vez o campeonato com jogadores negros e brancos de baixa condição social, abalando assim as estruturas racistas e sociais que existiam no futebol na época. Vale lembrar que de 1906 a 1922, não havia jogadores das camadas populares nas equipes que conquistaram o campeonato de futebol na cidade do Rio de Janeiro.

Resposta Histórica

A conquista do campeonato de 1923 se tornou um divisor de águas na evolução do esporte no Brasil, a façanha vascaína despertou revolta nos times que monopolizavam os títulos e que comandavam o futebol na Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMDT), principal associação de agremiações que praticavam esse esporte na então maior metrópole do Brasil. Nos primeiros meses de 1924, em resposta ao Vasco da Gama em formar uma equipe que representava a diversidade do povo brasileiro, ocorreu uma cisão que resultou na criação de outra liga, a Associação Metropolitana de Esportes Athleticos (AMEA). O Vasco chegou a ser chamado para participar da nova liga, porém a exigência era que o time excluísse 12 dos seus jogadores da equipe. Sendo 7 do primeiro quadro e 5 cinco do segundo. Pois esses atletas estariam em desacordo com os “padrões morais” necessários para o futebol.

Em resposta às exigências da AMEA, marcadas pelo racismo e o preconceito social, o então presidente vascaíno, José Augusto Prestes, emitiu um ofício comunicando que o Clube desistiria de fazer parte da nova liga, por não aceitar a exclusão de seus atletas. A “Resposta Histórica” demarca uma postura institucional do Vasco da Gama alinhada com as camadas populares e na defesa de um futebol democrático, sem preconceito racial/étnico e social.

Resposta Historica Festa no esporte: Clube de Regatas Vasco da Gama completa 126 anos de história no mês de agosto
foto: Clube de Regatas Vasco da Gama

Construção do Estádio São Januário

A construção de seu Estádio, o conhecido São Januário é mais um símbolo de força do clube na luta contra os preconceitos enfrentados na época. Mesmo já tendo sido campeão da época o Vasco ainda era visto com maus olhos pelos outros clubes da época, por não ter uma arena esportiva, assim como a Resposta Histórica, o time não constrói apenas uma praça esportiva, mas o que ficaria conhecido na época como o maior estádio da América Latina. Construído em apenas dez meses com o apoio financeiro de sócios torcedores e comerciantes locais, o estádio de São Januário foi inaugurado no dia 21 de abril de 1927. A realização dessa construção é um marco para o esporte no Brasil. O estádio que hoje tem 97 anos de história conta com uma megaestrutura capaz de receber até 22 mil pessoas nos dias de jogos, além de possuir um Salão de Troféus, que abriga as principais conquistas do Clube, uma tribuna de honra, local destacado na arquibancada para receber autoridades e convidados da Diretoria, a Sala Chico Anysio, que dispõe de infraestrutura necessária para o trabalho de jornalistas, assim como para abrigar as coletivas de imprensa e anúncios oficiais feitos pelo clube. O estádio também conta com um centro de prevenção e reabilitação esportiva, um campo anexo onde atualmente é feito os treinamentos dos atletas de base e do futebol feminino do clube, uma pousada conhecida como “Pousado do Almirante”, para abrigar jovens atletas que veem de outra cidade ou estado para o clube, a Capela Nossa Senhora das Vitórias e a Mega Loja, onde o torcedor pode encontrar toda a linha de produtos licenciados do Clube.

Principais nomes que já passaram pelo time

O time possui grandes nomes em sua lista de jogadores que passaram por lá, entre os 10 principais nomes que fizeram história pelo clube estão: Roberto Dinamite, Romário, Juninho Pernambucano, Ademir Menezes, Edmundo, Bellini, Barbosa, Felipe, Mauro Galvão e Danilo Alvim.

Principais Títulos

Além do título de Campeão Carioca de 1923, alguns outros títulos marcaram a história do clube carioca, estão entre eles: Torneio Rivadávia Correia Meyer em 1953, Torneio de Paris em 1957, Campeonato Sul-americano em 1948, Campeonato Brasileiro de 1974, Campeonato Brasileiro de 1989, Tricampeonato Carioca nos anos de 92,93 e 94, Campeonato Brasileiro de 1997, Libertadores da América em 1998, Copa Mercosul no ano 2000, Campeonato Brasileiro de 2000 e a Copa do Brasil em 2011.

História de Torcedor

Todo time tem histórias de torcedor, e com o Vasco não seria diferente, o vascaíno Lucas Angelo conta que a sua primeira vez num estádio para acompanhar o time do coração foi marcada por bastante emoção. “Minha primeira vez em um estádio foi um tanto inusitada porque meu pai se atrasou para me levar a um jogo do Vasco em São Januário e não conseguimos comprar o ingresso na hora. Lembro que eu chorava decepcionado de ter que adiar minha primeira ida ao estádio, tinham centenas de pessoas passando pela mesma situação, foi aí que o então Presidente Eurico Miranda ordenou que abrissem os portões para o acesso gratuito ao estádio, dei muita sorte”, contou.

Além de ter vivido essa emoção em sua primeira visita a São Januário, Lucas também jogou na base do Vasco “Acho que um momento marcante da minha vida foi ter conseguido realizar um sonho de jogar na base do Vasco, meu time de coração, ter tido a oportunidade de andar pelos corredores de São Januário todos os dias, treinar com os profissionais e ver de perto um pouco do cotidiano dos meus ídolos Juninho Pernambucano e Felipe Maestro”, relata.

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