Após passar pela Caixa Cultural do Rio de Janeiro e pelo Espaço Front, o Festival Corpos da Terra chega a sua terceira edição, desta vez totalmente on-line, entre os dias 5 e 14 de março, com exibições gratuitas no canal do Vimeo do Museu de Arte Moderna do Rio.
O projeto, realizado pela Lúdica Produções com patrocínio da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa (SECEC), por intermédio da Lei Aldir Blanc, conta com a curadoria da jornalista, produtora e roteirista Renata Tupinambá, que selecionou 12 curtas-metragens e quatro longas, a maioria deles dirigidos por mulheres indígenas.
Em destaque “Equilíbrio” (2020), da cineasta Olinda Muniz Silva Wanderley, que com um olhar sensível mostra problemas ambientais e uma crítica ao antropoceno. Já “Fôlego Vivo” (2021), da Associação dos Cariris do Poço de Dantas, apresenta uma realidade indígena cultural que desconstrói estereótipos. O curta “Kunhangue – Universo de um Novo Mundo” (2020), de Graciela Guarani, e o longa “Yãm?yhex: As Mulheres-Espírito” (2019), de Isael Maxakali e Sueli Maxakali, foram aclamados em diversas mostras brasileiras, entre elas o Festival do Filme Documentário e Etnográfico de Belo Horizonte (forumdoc.bh) e a Mostra de Cinema de Tiradentes.
Além dos filmes, o festival vai promover ao vivo, sempre às 19h, no site do Corpos da Terra, uma série de debates mediados pela curadora Renata Tupinambá e pelo antropólogo Idjahure Kadiwel.
Fechando a programação no domingo, dia 14, às 16h, o site do Festival Corpos da Terra vai transmitir sets da DJ e curadora Renata Tupinambá, além de shows com a cantora e compositora Kaê Guajajara e a rapper Katu Mirim. Tanto os debates como as apresentações musicais serão interativas, e o público poderá fazer perguntas e comentários através do facebook do evento.
“Preparamos para essa terceira edição uma programação valorizando a pluralidade brasileira indígena de diferentes regiões e contextos. O público vai poder conhecer esses vários Brasis invisíveis em um panorama contemporâneo. Mostraremos a energia feminina matriarcal com destaque para realizadoras e lideranças mulheres, além de um feminino que todos possuem além dos gêneros, como filhos e corpos da natureza”, comenta a curadora.
A identidade visual desta terceira edição do Corpos da Terra foi desenvolvida pelo artista Denilson Baniwa, que buscou refletir sobre a cosmologia indígena, onde tudo está conectado ao corpo do planeta. Em 2019, Baniwa foi indicado ao Prêmio Pipa, a principal premiação de arte contemporânea do Brasil, sendo vencedor na categoria on-line. O ilustrador coleciona oito exposições individuais, além de participações em mais de 30 coletivas e cinco internacionais.
Mais informações sobre o Festival Corpos da Terra podem ser obtidas através do site.
SERVIÇO:
Festival Corpos da Terra
Data: 5 a 14 de março
Local da exibição dos filmes: Vimeo do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio)
Local dos debates e shows: corposdaterra.com.br
Horário dos debates: 19h
Horários dos shows: 16h, 17h e 18h30
Ingresso: Gratuito
Informações: corposdaterra.com.br / facebook.com/corposdaterra / instagram.com/corposdaterra
PROGRAMAÇÃO:
FILMES
Sessão 1
- Jeroky Gwasu – Grande Canto (2021), de Michele Perito Concianza, Brasil, 12 min, Digital, Livre.
- Teko Haxy – ser imperfeita (2018), de Patrícia Ferreira Pará Yxapy e Sophia Pinheiro, Brasil, 40 min, Digital, Livre.
- Mãtãnãg, a Encantada (2019), de Shawara Maxakali e Charles Bicalho, Brasil, 14 min, Digital, Livre.
Sessão 2
- Equilíbrio (2020), de Olinda Muniz Silva Wanderley, Brasil, 11 min, Digital, Livre.
- Kunhangue – Universo de um Novo Mundo (2020), de Graciela Guarani, Brasil, 20 min, Digital, Livre.
- Yãm?yhex: As Mulheres-Espírito (2019), de Isael Maxakali e Sueli Maxakali, Brasil, 76 min, Digital, 12 anos.
Sessão 3
- Yarang Mamin (2019), de Kamatxi Ikpeng, Brasil, 21 min, Digital, Livre.
- Opy’i Regua (2019), de Júlia Gimenes e Sérgio Guidoux, Brasil, 20 min, Digital, Livre.
- Mitos Indígenas em Travessia (2019), de Julia Vellutini e Wesley Rodrigues, Brasil, 21 min, Digital, Livre.
- Mandayaki e Takino (2020), de Yariato e Dadiwa Juruna, Brasil, 10 min, Digital, Livre.
Sessão 4
- Fôlego Vivo (2021), de Associação dos Índios Cariris do Poço do Dantas, Brasil, 28 min, Digital, Livre.
- O último sonho (2019), de Alberto Alvares, Brasil, 60 min, Digital, 12 anos.
Sessão 5
- Ka’a zar ukyze wà – Os donos da floresta em perigo (2019), de Flay Guajajara, Edivan dos Santos Guajajara e Erisvan Bone Guajajara, Brasil, 14 min, Digital, 14 anos.
- N?h? yãgm? yõg hãm: essa terra é nossa! (2020), Isael Maxakali, Sueli Maxakali,
- Carolina Canguçu e Roberto Romero, Brasil, 70 min, Digital, Livre
Sessão 6
- Apiyemiyekî? (2020), de Ana Vaz, Brasil, 27 min, Digital, Livre.
- O índio cor de rosa contra a fera invisível: a peleja de Noel Nutels (2019), de Tiago Carvalho, Brasil, 80 min, Digital, 12 anos.
DEBATES
Sexta-feira, dia 5 de março
19h – Protagonistas na pedagogia da mãe terra, com Yakuy Tupinambá (BA), Juma Xipaya (PA), Avelin Bunicá Kambiwá (MG), Daiara Tukano (DF) e mediação de Renata Tupinambá
Sábado, dia 6 de março
19h – Decolonização do corpo, arte e moda, com Dayana Molina (RJ), Sallisa Rosa (GO) e mediação de Idjahure Kadiwel
Domingo, dia 7 de março
19h – Cinematografia indígena feminina, com Olinda Muniz Tupinambá (BA), Graciela Guarani (PE), Lian Gaia (RJ) e mediação de Renata Tupinambá
Quinta-feira, dia 11 de março
19h – Uma conversa sobre arte, com Uyra Sodoma (AM), Juão Nÿn (SP) e mediação de Renata Tupinambá
Sexta-feira, dia 12 de março
19h – Territórios e direitos originários, com Arassari Pataxó (BA), Tereza Arapium (PA) e mediação de Idjahure Kadiwel
Sábado, dia 13 de março
19h – Música contemporânea e etnotransmídia nas redes, com Katu Mirim (SP), Kaê Guajajara (MA) e mediação de Renata Tupinambá
APRESENTAÇÕES MUSICAIS
Domingo, dia 14 de março
- 16h – DJ Renata Tupinambá
- 17h – Kaê Guajajara
- 18h30 – Katu Mirim