O Festival Ópera na Tela, em sua quarta edição, retorna ao Parque Lage, exibindo 12 óperas inéditas e recentes (2017/2018) em um telão em uma tenda cristal ao ar livre montada especialmente para o evento. Entre 27 de outubro e 8 de novembro, o público poderá assistir montagens clássicas e célebres apresentadas em teatros de Paris, Milão, Roma, Barcelona, Praga, Berlim, Salzburgo e Bayreuth, entre outros grandes palcos líricos.
O festival dará ao público mais uma vez a oportunidade de se emocionar com os maiores cantores do mundo: com destaques este ano para Anna Netrebko (presente em três óperas: Aída, Macbeth e Andrea Chénier), Plácido Domingo (Macbeth), Aida Garifullina (Romeu e Julieta e La Bohème), Anja Harteros (Tosca) e o tenor brasileiro Atalla Ayan (La Bohème). Também estão presentes regentes lendários, como Riccardo Muti (Aída), Daniel Barenboim (Macbeth), Riccardo Chailly (Don Pasquale e Andrea Chénier) e Christian Thielemann (Tosca e Tristão e Isolda).
Entre os destaques deste ano estão ‘Don Giovanni’, dirigida por Plácido Domingo, em uma reconstituição da regência de Mozart no Teatro dos Estados de Praga há 230 anos; ‘Tristão e Isolda’, apresentada no Festival de Bayreuth, evento concebido pelo compositor Wagner; ‘La Bohème’, em uma versão futurista que se passa na Lua, vista na Ópera Nacional de Paris, e ‘Carmen’, em uma montagem que reflete a crise de imigração e se passa na fronteira entre o México e os Estados Unidos.
Nessa edição, as obras ‘Boris Godunov’, ‘Don Pasquale’, ‘Turandot’, ‘Andréa Chenier’, ‘Tristão e Isolda’ e ‘Romeu e Julieta’ serão apresentadas pela primeira vez no âmbito do Festival.
Após as exibições no Parque Lage, os filmes do festival chegarão aos cinemas de mais de 20 cidades brasileiras, onde ficarão em cartaz até outubro de 2019.
No Rio, além da programação a céu aberto e nos cinemas, haverá uma masterclass de canto lírico com Raphaël Sikorski, renomado técnico vocal francês, responsável pelo treinamento dos principais nomes da ópera da atualidade. A masterclass será gratuita e acontecerá no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Ainda no Rio, acontecerão ações educativas coordenadas pelo maestro Ricardo Prado, especialista em educação musical. No ano passado foram oferecidas quatro sessões para cerca de 200 alunos de escolas públicas e particulares. Este ano estão previstas 4 sessões, sempre no Cine Odeon Net Claro, na Cinelândia.
Destaques
‘Don Giovanni’ é um dos principais destaques da programação da quarta edição do festival Ópera na Tela. A récita, dirigida por Ji?í Nekvasil, foi regida pelo famoso tenor lírico e maestro espanhol Plácido Domingo no Teatro dos Estados de Praga, em uma reconstituição perfeita da primeira regência de Mozart da peça de sua autoria, feita há 230 anos no mesmo local, quando este se chamava Teatro Nostitz. A produção levou cinco anos até sair do papel desde que Domingo a idealizou como uma homenagem ao compositor austríaco.
Neste ano, a mostra de filmes no Parque Lage exibirá pela primeira vez uma ópera apresentada no exclusivo Festival de Bayreuth, local concebido por Richard Wagner e que se tornou uma meta de peregrinação dos entusiastas de sua obra. O público poderá assistir ‘Tristão e Isolda’ dirigida por Katharina Wagner, bisneta do compositor. Isso sem a espera de até sete anos por um ingresso, como ocorre para as apresentações do festival na cidade alemã.
O tenor brasileiro Atalla Ayan poderá ser visto em uma versão inventiva passada na lua em ‘La Bohème’, no papel de Rodolfo, um dos protagonistas da história dos jovens artistas que vivem na penúria. A seu lado, a soprano australiana Nicole Carr, no papel de Mimi, e a russa Aida Garifullina, que cantou com Robbie Williams na abertura da Copa do Mundo da Rússia, no papel de Musetta. A montagem dirigida por Claus Guth e sob a batuta de Gustavo Dudamel, um dos principais regentes de sua geração, foi apresentada na Ópera Nacional de Paris.
A montagem de ‘Carmen’, dirigida por Valentina Carrasco ao ar livre nas Termas de Caracalla em Roma, transpôs o drama passional vivido pela cigana e o soldado Don José na fronteira entre o México e os Estados Unidos. A proposta é refletir sobre a crise de imigração e debater questões contemporâneas através de uma mise-en-scène moderna e engajada, porém respeitando fielmente a partitura original.
Entre as outras óperas da programação estão títulos conhecidos pelo grande público – com nova montagem – como ‘Romeu e Julieta’, de Charles Gounod, dirigida por Stephen Lawless e regida por Josep Pons, encenada no Grande Teatro do Liceu de Barcelona, com Aida Garifullina e Saimir Pirgu nos papéis-título; e ‘Macbeth’, de Giuseppe Verdi, apresentada na Ópera do Estado de Berlim, com direção de Harry Kupfer e regência de Daniel Barenboim, com Anna Netrebko e Placido Domingo interpretando o casal principal. Ambas são inspiradas na obra teatral de William Shakespeare.
Os amantes das obras italianas terão mais opções de óperas cantadas na língua do país onde o gênero surgiu. De Giacomo Puccini, o festival apresenta ‘Tosca’, encenada no Festival de Páscoa de Salzburgo e dirigida por Michael Sturminger, com Anja Harteros como protagonista; e ‘Turandot’, apresentada no Teatro Regio di Torino com direção espetacular de Stefano Poda. Há também ‘Aída’, dirigida pela cineasta iraniana Shirin Neshat no Festival de Salzburgo, com Anna Netrebko no papel-título; ‘Andrea Chénier’, dirigida por Mario Martone no Teatro Nacional da Baviera, e ‘Don Pasquale’, dirigida por Davide Livermore, numa encenação digna de Fellini, no Teatro alla Scala de Milão.
Já para os entusiastas das óperas cantadas em russo, a opção é ‘Boris Godunov’, de Modest Mussorgsky, obra emblemática da ópera russa, baseada em livro homônimo de Alexander Pushkin, que reflete a respeito da solidão do poder por meio do reino trágico de Bóris, czar de todas as Rússias entre 1598 e 1605. A peça lírica foi apresentada na Ópera Nacional de Paris, com direção de Ivan van Hove, regência de Vladimir Jurowski, e o famoso bass Ildar Abdrazakov no papel de Bóris.
Os ingressos no Parque Lage, no Rio, terão valores acessíveis a todos os públicos (R$ 24 inteira) e nos cinemas valores praticados de acordo com a bilheteria.
Como em cada edição, o Festival 2018 convidará especialmente um artista lírico europeu para dar um recital exclusivo durante a noite de abertura do evento.
Programação
SÁBADO, 27 DE OUTUBRO
TOSCA, de Giacomo Puccini – Festival de Páscoa de Salzburgo
Maestro: Christian Thielemann
Diretor: Michael Sturminger
Orquestra Estatal de Dresden
Ópera em três atos – Duração: 2h45
Elenco: Anja Harteros, Aleksandrs Antonenko, Ludovic Tezier, Andrea Mastroni, Mikeldi Atxalandabaso, Rupert Grössinger, Matteo Peirone
Sinopse: A cantora Floria Tosca e o pintor Mario Cavaradossi se apaixonam. O chefe da polícia de Roma, o barão Scarpia, que deseja possuir Tosca, persegue um prisioneiro político que se esconde na casa de Cavaradossi. Carpia manda que Cavaradossi seja torturado até que Tosca aceite se entregar a ele. Tido como um traidor, Cavaradossi deve morrer. Scarpia promete a Tosca que a execução será apenas simulada.
DOMINGO, 28 DE OUTUBRO
MACBETH, de Giuseppe Verdi – Ópera do Estado de Berlim
Maestro: Daniel Barenboim
Diretor: Harry Kupfer
Melodrama em 4 atos – Duração: 3h
Elenco: Plácido Domingo, Anna Netrebko, Kwangchul Youn, Fabio Sartori, Florian Hoffmann
Sinopse: Depois de ter vencido uma batalha importante, o comandante Macbeth é informado sobre uma profecia segundo a qual um dia se tornará Rei da Escócia. Influenciado por sua mulher, ele se mostra disposto a tudo – mesmo a cometer um assassinato – para que a profecia se cumpra. Porém logo cairá vítima de seu próprio cinismo e de sua insaciável sede de poder.
SEGUNDA-FEIRA, 29 DE OUTUBRO
DON GIOVANNI, de Wolfgang Amadeus Mozart – Teatro dos Estados de Praga
Maestro: Plácido Domingo
Diretor: Ji?í Nekvasil
Drama giocoso em dois atos – Duração: 3h02
Elenco: Simone Alberghini, Irina Lungu, Dmitry Korchak, Julia Novikova, Kate?ina Kn?žíková, Jiri Bruckler, Adrian Sampetrean
Sinopse: Caracterizado ora como um libertino obcecado por sexo, ora como um campeão da liberdade, Don Giovanni encarna ao mesmo tempo o mito do sedutor punido e o protesto contra uma concepção antiquada da moral e da vida. Intemporal, a obra marca também uma transição musical entre as fórmulas associadas à ópera do passado e aquelas do drama musical moderno.
QUARTA-FEIRA, 31 DE OUTUBRO
BORIS GODUNOV, de Modest Mussorgsky – Ópera Nacional de Paris
Maestro: Vladimir Jurowski
Diretor: Ivan van Hove
Coro, ballet e orquestra da Ópera Nacional de Paris
Drama em um prólogo e quatro atos – Duração: 2h28
Elenco: Ildar Abdrazakov, Evdokia Malevskaya, Ruza nMantashyan, Alexandra Durseneva, Maxim Paster
Sinopse: Rússia nos séculos XVI e XVII. Para conquistar o poder, Bóris Godunov manda assassinar Dimitri, filho de Ivan, o Terrível, e herdeiro legítimo do trono. Consegue, então, ser coroado com o aval da aclamação popular. Contudo, cinco anos depois, o país se vê castigado pela peste e pela fome. Bóris passa a ser recriminado por ter atraído essas desgraças. Grigori, um jovem monge que se faz passar por Dimitri, convence o rei da Polônia a invadir a Rússia, e Bóris, atormentado pelo remorso e pela culpa, mergulha na loucura, enquanto Grigori usurpa seu poder.
QUINTA-FEIRA, 1° DE NOVEMBRO
TRISTÃO E ISOLDA, de Richard Wagner – Festival de Bayreuth
Diretor: Katharina Wagner
Ópera em três atos – Duração: 4h08
Elenco: Stephen Gould, René Pape, Petra Lang, Iain Paterson, Raimund Nolte, Christa Mayer
Sinopse: Morold, noivo de Isolda, filha do rei da Irlanda, é morto por Tristão, sobrinho do rei da Cornualha. Porém Tristão é ferido pela espada envenenada de Morold. Isolda, por sua vez, que é a única a dispor do antídoto, decide se vingar do homem que lhe roubou o seu grande amor. Tristão e Isolda, contudo, acabam por se apaixonar. Dividida entre o ódio, a vergonha de ser assim entregue ao vassalo de seu pai por aquele que matou seu noivo e ainda o amor impossível que ela nutre por Tristão, Isolda decide se unir a ele na morte.
SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO
TURANDOT, de Giacomo Puccini – Teatro Regio de Turim
Maestro: Gianandrea Noseda
Direção: Stefano Poda
Orquestra e coro do Teatro Regio di Torino
Ópera em três atos – Duração: 1h54
Elenco: Rebeka Lokar, Jorge de León, Erika Grimaldi, In-Sung Sim, Antonello Ceron, Marco Filippo Romano, Luca Casalin, Mikeldi Atxalandabaso
Sinopse: A princesa Turandot, filha do imperador Altum, da China, odeia todos os homens e jura que jamais se entregará a um deles. Essa aversão tem sua origem no estupro e assassinato da princesa Lo-u-Ling, fato que a deixou traumatizada para sempre. Sob a pressão do pai, ela aceita se casar. Porém impõe uma condição: ela proporá três enigmas a todos os candidatos, que serão decapitados caso não consigam desvendá-los. Desse modo, ela somente se casará com aquele que decifrar as três dificílimas charadas.
SÁBADO, 3 DE NOVEMBRO
LA BOHÈME, de Giacomo Puccini – Ópera Nacional de Paris
Maestro: Gustavo Dudamel
Diretor: Claus Guth
Orquestra e coro da Ópera Nacional de Paris
Ópera em quatro atos – Duração: 2h10
Elenco: Nicole Car, Aida Garifullina, Atalla Ayan, Artur Ruci?ski
Sinopse: Inspirado em Scènes de la vie de bohème, de Murger, esta ópera coloca em cena jovens artistas que vivem na penúria e que sonham com uma outra vida. Puccini nos oferece, através da relação entre o poeta Rodolfo e a frágil Mimi, uma história de amor comovente e algumas de suas mais belas páginas no universo da ópera. A montagem dessa nova produção situa o drama em um futuro sem esperança, no qual o amor e a arte se tornam o derradeiro caminho para a transcendência.
DOMINGO, 4 DE NOVEMBRO
CARMEN, de Georges Bizet – Teatro dell’Opera di Roma – Termas de Caracalla
Maestro: Ryan McAdams
Diretora: Valentina Carrasco
Orquestra, Coro e Corpo de Baile do Teatro dell’Opera di Roma
Ópera cômica em quatro atos – Duração: 2h40
Elenco: Veronica Simeoni, Roberto Aronica, Rosa Feola, Alexander Vinogradov, Alessio Verna, Daniela Cappiello, Anna Pennisi
Sinopse: O tradicional drama passional entre a cigana Carmen e o soldado Don José é aqui apresentado no contexto da crise em torno da questão da imigração na América do Norte e se desenrola na fronteira entre o México e os Estados Unidos. Enfaticamente contemporânea, nem por isso essa produção deixa de respeitar fielmente a partitura original.
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE NOVEMBRO
ANDREA CHÉNIER, de Umberto Giordano – Teatro alla Scala de Milão
Maestro: Riccardo Chailly
Diretor: Mario Martone
Coro, ballet e orquestra do Teatro alla Scala
Drama histórico em quatro atos – Duração: 2h
Elenco: Yusif Eyvazov, Luca Salsi, Anna Netrebko, Annalisa Stroppa, Mariana Pentcheva
Sinopse: Durante o período do terror na Revolução Francesa, o tribunal revolucionário condena à morte o poeta Andrea Chénier. Este, contudo, decide não fugir, pois precisa descobrir quem está por trás das cartas que o denunciaram.
TERÇA-FEIRA, 6 DE NOVEMBRO
DON PASQUALE, de Gaetano Donizetti – Teatro alla Scala de Milão
Maestro: Riccardo Chailly
Diretor: Davide Livermore
Orquestra e coro do Teatro alla Scala de Milão
Ópera-buffa em três atos – Duração: 2h05
Elenco: Ambrogio Maestri, Rosa Feola, René Barbera, Mattia Olivieri
Sinopse: Don Pasquale prefere deserdar o sobrinho Ernesto a vê-lo casado com Norina, a quem considera “inadequada”. Decide então ele mesmo se casar, de modo a ter seus próprios herdeiros. O Dr. Malatesta propõe que ele se case com sua irmã, que vem a ser ninguém menos do que aquela por quem Ernesto está apaixonado, Norina, disfarçada como uma jovem tímida, saída de um convento. Logo a jovem se revela uma autêntica megera, a ponto de Don Pasquale se arrepender de sua decisão.
QUARTA-FEIRA, 7 DE NOVEMBRO
ROMEU E JULIETA, de Charles Gounod – Grande Teatro do Liceu de Barcelona
Maestro: Josep Pons
Diretor: Stephen Lawless
Coro e orquestra do Liceu Opera Barcelona
Ópera em cinco atos – Duração: 2h30
Elenco: Aida Garifullina, Saimir Pirgu, Tara Erraught, Susanne Resmark, Isaac Galán, Ruben Amoretti, Nicola Ulivieri
Sinopse: Julieta foi prometida ao conde Páris, mas acaba se apaixonando por Romeu, cuja família está em conflito aberto com a sua. Frei Lourenço promete auxiliar os amantes na expectativa de que a união ajude a reconciliar as duas famílias. Contudo, é o oposto que acontece, com a rivalidade se exacerbando ainda mais. Frei Lourenço sugere uma estratégia, cujo fracasso terminará por levar os dois amantes à morte.
QUINTA-FEIRA, 8 DE NOVEMBRO
AÍDA, de Giuseppe Verdi – Festival de Salzburgo
Maestro: Riccardo Muti
Diretor: Shirin Neshat
Ópera em quatro atos – Duração: 2h28
Elenco: Anna Netrebko, Roberto Tagliavini, Ekaterina Semenchuk, Francesco Meli, Dmitry Belosselskiy, Luca SalsI
Sinopse: Mênfis e Tebas na época dos faraós. O rei do Egito se encontra em guerra com Amonasro, rei da Etiópia, cuja filha, Aída, é mantida prisioneira por seus inimigos, tendo se tornado escrava da bela Amnéris, filha do faraó. Ambas se apaixonam por um jovem oficial chamado Radamés, que deve liderar os soldados no ataque aos etíopes. Radamés ama Aída e ignora que é contra o pai dela que terá de combater.
Serviço:
Festival ÓPERA NA TELA
Data: de 27 de outubro a 8 de novembro / Horário: 19h30m
Local: Parque Lage – R. Jardim Botânico, 414 – Jardim Botânico
Ingressos: R$24 (inteira) e R$12 (meia), vendidos antecipadamente pelos sites www.operanatela.com
Haverá meia-entrada no Parque Lage
Capacidade: 400 lugares
Classificação indicativa: Livre ou 14 anos, dependendo da obra.
Outras informações: (21) 2557-6717
Maravilhosa essa iniciativa da Ópera a céu aberto. Entretanto, algumas montagens modernas, trazendo cenários e épocas originais para os dias atuais, desconstroem os sentidos propostos pelos seus autores, nas tentativas de buscar atrair os jovens para a ópera. A beleza da ópera está em uma percentagem alta também no cenário e na época narrada no enredo e, por isso, acho uma grande falha dos responsáveis pelas montagens, criando climas artificiais daqueles criados pelos autores. Dou como exemplo, Paris de La Bohème, de estudantes pobres e aventureiros, que Puccini quis retratar, hoje seriam presos como indigentes e suspeitos de terrorismo. Portanto, mudar cenário e época é um despropósito..
Concordo plenamente com seu comentario.A liberdade artistica tem limites até no momento em que desvirtua a obra inicial, esvaziando inteiramente suas caracteristicas e qualidades. Assisti a Carmen de Bizet nesse domingo e fiquei realmente revoltada.
Conseguiram desfigurar de tal modo essa peça tão marcante e preciosa na historia da opera moderna,que eliminaram totalmente sua sensualidade, beleza e encanto.Uma Carmen grotesca loura de poeruca negra, de olhos azuis e branca como a neve,de soutien de renda e com bojo, um Don Jose que deveria ser um belo homem, gordo e forte como um turco carregador de piano, totalmente careca e para completar, meio estrabico.Transformaram Carmen em uma satira do maior mau gosto, esvaziaram toda a sua sensualidade intrínseca em um espetaculo broxante, a ponto de podermos afirmar que Carmen e Bizet foram nessa produção, literalmente estuprados.Me parece que o maestro que a regeu morreu pouco depois dessa apresentação e desconfio que tenha sido de vergonha!