Fim da Família Cesar Maia?

Ao não conseguir conquistar votos suficientes para o PSDB fazer uma cadeira para deputado federal, o grupo Maia chega a seu fim político no Rio

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Rodrigo Maia, Cezar Maia e Daniela Maia no PSDB na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.
Rodrigo Maia, Cesar Maia e Daniela Maia (Foto: Gabriel Subtil)

Um mandato de deputado constituinte, seis mandatos de deputado federal, três mandatos de Prefeito (e até aqui, o governante que por mais tempo governou a cidade do Rio) e três mandatos de vereador. Este é o balanço da família Maia, somando Cesar e Rodrigo. Sem contar os inúmeros mandatos que o capital político da família proporcionou aos seus aliados de outrora.

Mas soma-se a isso, uma dificuldade enorme em atingir o eleitorado do interior fluminense. Em todas as cinco eleições regionais que Cesar disputou, ele perdeu. Uma para governador, três para o Senado e a atual, como vice de Marcelo Freixo. Rodrigo também perdeu para Prefeito em 2012, quando somou a rejeição com Clarissa Garotinho.

Desde que saiu da Prefeitura do Rio, em 2008, os Maia vinham em uma decrescente, tanto que Rodrigo já cogitava abandonar a vida eleitoral ainda em meados da década passada. Ganharam uma sobrevida quando Rodrigo ganha, por acaso, para Presidente da Câmara dos Deputados. Justiça seja feita, fez uma excelente gestão à frente da Câmara, mas não foi o suficiente para recuperar seu grupo político. Assim que perdeu o cargo, perdeu os aliados. É a regra do jogo, infelizmente.

Em 2022, Rodrigo decide de vez abandonar a carreira e, junto com seu pai, obrigam Daniela Maia, a irmã gêmea, a concorrer em seu lugar. Cesar, que já estava sem paciência para novas eleições, decide ser vice de Marcelo Freixo, em uma inusitada combinação DEM e PSOL, partidos originários de ambos, apenas para ajudar a candidatura de sua filha. Frente ampla pela democracia? Vem em segundo lugar, quando se trata de cuidar dos filhos.

Corta para Daniela. Uma empresária que nunca foi um grande sucesso, mas tampouco foi um fracasso. Com a eleição de Eduardo Paes, ela assume a RioTur, responsável pela promoção do Rio de Janeiro, por atrair turistas para nossa cidade. E a daí pra frente foi só pra trás. Daniela fez uma gestão criticada por praticamente todos. Difícil encontrar alguém que a elogiasse. Mas foi em frente, muitas vezes contra sua própria vontade. Afinal, manda a cabeça da família.

Sem experiência política alguma, Daniela concorreu para manter o legado da família de pé. De novo, mesmo contra a sua vontade.

Hoje, 2 de outubro, vimos que não adiantou todo o histórico familiar. Pelo contrário, a família que governou, mandou e desmandou e criou diversos pupilos por décadas, sentiu o peso do tempo, do desgaste de material e, principalmente, da arrogância e de não saber se posicionar direito no tabuleiro.

Ainda há esperança. Cesar continua como vereador por mais dois anos e, se quiser, vai ser reeleito até morrer. Mas o capital político de outrora se resume a isso, a um único gabinete de vereador. Mas a política é igual a uma roda gigante, uma hora você sobe, outra você desce, e aí sobe de novo e assim vai. Pode ser que no futuro Rodrigo surpreeenda, mas considerado por (quase) todos como alguém sem carisma para uma campanha majoritária, é difícil que isso ocorra.

Fica a lição para os Maia, que reiteradamente preferem fazer a política sozinhos, dentro de um cenário que apenas os beneficie. Da minha parte, resta lamentar. Cesar foi um dos maiores, quiçá o maior, gestor que essa cidade já teve e não merece o ostracismo que a urna lhe está relegando. Mas a política é um triturador de gente, é cruel. E, principalmente, é resultado das nossas escolhas.

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16 COMENTÁRIOS

  1. Já foi tarde! O Brasil comandado por Bolsonaro vai limpar toda essa corja de velhas raposas corruptas! Matéria jornalística foi feita por uma pessoa alienada da realidade. O texto chega a beirar o ridículo puxando saco dos maias! Isso é o mais triste! Vai afundar também jornalista. Acorda antes que seja tarde!

  2. A “excelente gestão” como presidente da Câmara que você atribui a Rodrigo maia, foi o penúltimo ato do fim do clã maia na cena política. O ultimo, foi a não eleição da desconhecida filha/irmã. Tchau, maias! Zero saudade!

  3. Discordo completamente da afirmação: “fez uma excelente gestão à frente da Câmara”.
    Tudo que o Rodrigo Maia fez foi atrapalhar as pautas do Presidente, visando agradar essa mídia podre.

  4. Não há mais espaço para quem boicota o país por projetos pessoais de poder. Não esqueceremos o sobrenome Maia, pessoas como seu filho fizeram o Brasil perder vários meses em intrigas políticas mesquinhas e rasteiras, tempo esse que poderia ter sido usado para o avanço de pautas diversas para melhorar a economia do país. Vocês escolheram esse resultado, ninguém gosta de traidores, nem quem se beneficia da traição. A colheita é obrigatória.

  5. Mais um câncer que o povo opera nas urnas. assim o povo alagoano deveria ter feito com o senador Renan Calheiros, mas infelizmente vai ficar na politica ate ser chamado a prestar contas com o Grande Poderoso.

    • Amigo Paulo Mendes, concordo com a colocação, mas faço uma observação. Renan perder seria sair de forma razoável, o bonito será sair com um lindo impeachment e uma mega CPI e processos de corrupção, assim o pais terá justiça…

  6. Para mim, esse Rodrigo chileno Maia, com segundo grau somente, demorou p ser enterrado! Grosseiro e prepotente, encontrou oq procurava! Lascou!

  7. A conta chegou p todos que traíram o Bolsonaro e todos que traíram o Brasil. Joice, Frota, Maia, etc..
    Moro foi esperto, traiu mas se reconciliou c o Capitão. E outros logo estarão presos por abuso de poder dentro da nossa Nação. Assim o Brasil vai ficando limpo, pois o Capitão quer Ordem e Progresso e nós brasileiros também.

  8. Calero foi outro que teve a carreira política enterrada. Se elegeu com muitos votos bolsonaristas e no congresso virou antibolsonarista raíz. Se lascou…

  9. O Rodrigo Maia, que sempre foi um político conservador tinha tudo para ser aliado do Bolsonaro quando ganhou a presidência da Câmara, mas preferiu bater de frente na maioria das pautas. Agora aguenta as consequências dessa escolha equivocada…

    • Errou sim em não encaminhar os pedidos de impeachment do GENOCIDA e MILICIANO, associado ao crime organizado das milícias cariocas e ao Escritório do Crime do Adriano Nóbrega e assassinos da Mariele Franco. E tem muitos cariocas que, embora reclamem do inferno que é a violência da criminalidade no Rio, votam no GENOCIDA.

  10. Fim! Tomara.

    Rodrigo Maia colheu o que plantou após fazer corpo mole na presidência da câmara, atrapalhando. Cesar Maia recebeu a resposta que mereceu ao fazer uma chapa bêbada igual ao Alckmin e Loola.

    Tchau, queridos!

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