A insegurança hídrica também foi avaliada pelo Mapa da Fome da Cidade do Rio de Janeiro. O estudo revela que 15% dos lares cariocas não tiveram fornecimento regular de água ou sofreram com a falta de água potável. Dessas famílias, 27% se encontraram em situação de fome. As regiões mais afetadas pela escassez de recursos hídricos são a AP 1, que corresponde a região da Zona Portuária, (24,3%) e a AP 3, Zona Norte sem a grande Tijuca (21,7%).
“Sempre tem alguém passando mal e a gente sabe que muitas vezes é por causa da água. Muitas crianças vão parar no hospital. Mas fazer o quê? É a água que tem pra gente beber“, conta Jonas de Souza, morador da favela Terra Nostra, em Costa Barros.
Como legado do Mapa da Fome, o vereador Dr. Marcos Paulo (PT), presidente da Frente Parlamentar Contra a Fome e a Miséria no Município do Rio de Janeiro, afirma:
“É urgente construir uma agenda de projetos de leis, políticas públicas, estratégias e outras ações. O número de cozinhas comunitárias e restaurantes populares, por exemplo, deve aumentar. São esses os espaços que asseguram a distribuição de refeições saudáveis e gratuitas (ou com preços acessíveis) em toda a cidade do Rio de Janeiro”.
A última matéria da série Fome na Cidade Maravilhosa, que será publicada neste sábado (01/06) liga um alerta: os números da insegurança alimentar no Rio de Janeiro são quase o dobro da média nacional.