Após a entrada dos formandos, o cerimonialista convidou a todos para um momento de reflexão, independentemente da crença de cada um, porém depois de realizar uma oração, o cantor do evento surpreendeu os presentes com a canção evangélica “Faz um milagre em mim”, de Regis Danese.
“É lamentável que, em um país juridicamente laico desde 1890, vivendo no século XXI, ainda existam pessoas que não compreendam que nossa sociedade é plural e que nossa cultura é multifacetada. Trata-se de um desrespeito à diversidade e um atestado de total falta de letramento religioso”, afirmou o Babalorixá Márcio de Jagun, coordenador de Diversidade Religiosa do Rio de Janeiro.
A mãe de um dos formandos de administração, Rosane Miranda, que é católica, destacou parte da letra para explicar a falta de representatividade.
“Uma canção que afirma ‘amar somente a ti’ não representa os universitários que acreditam em Santos, Orixás ou que simplesmente não têm religião. Não tenho nada contra nenhuma religião, mas achei que o momento foi dispensável”, lamentou a professora.
A Constituição Federal, em seu artigo 5° e a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), asseguram a liberdade de consciência e crença, bem como os lugares de culto e suas liturgias.
“Manifestar-se, livremente, a partir do seu conjunto de perspectivas divinatórias é um direito, mas que conflita com o do outro quando há a “ditadura da maioria” por meio da tentativa de produzir constrangimento. Nesse caso, o ideal seria que todos os estudantes fossem contemplados, por meio de seus segmentos religiosos, também com um cântico de cada um. Também se deve respeitar aqueles e aquelas que não professam uma fé”, afirmou Prof. Awofakan Leonardo Mattos de Xangô, assessor para Povos e Comunidades Tradicionais da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Clima do Rio.
Para o presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade de Vassouras, Renzo Curty, O espaço acadêmico é um espaço laico e que deve servir como um espaço de acolhimento e de bem estar de todos os alunos.
“Impor a sua fé, mesmo que de maneira sútil em situações desse tipo, podem gerar ambientes desagradáveis. É direito da pessoa manifestar sua fé, mas é de direito também dos demais participantes escolherem se querem ter seu espaço invadido por esta fé ou não, então, as pessoas responsáveis pela organização do evento deveriam se atentar a estes detalhes, já que é de responsabilidade deles montar o evento para atender aos alunos e não aos próprios interesses”, concluiu Renzo.
Nenhum aluno foi consultado sobre o repertório da cerimônia, de acordo com formandos ouvidos.
Ter um representante de cada religião seria também uma violência para quem não possui nenhuma nem segue qualquer amigo ou amigos imaginário(s).
Que cada um que depois da cerimônia de formatura vá ao centro religioso que a pertence!
Falta “OPÇÕES” para compartilhar nas sociais.
Babalorixá? Que p… é essa?!!!! kkkkkkkkkkkk
São melhores que muitos pastores e padres por aí.
Aliás, os espíritas kardecistas e também de religião de matriz africana fazem muito mais que aqueles no interesse realmente público. Pois foram contra ensino religioso nas escolas promovida pelas bancadas religiosas de parlamentares.
Esse absurdo de aula de religião introduzida na grade curricular de escolas públicas levou governos a terem que contratar, com verba pública, docentes formados por aquelas entidades religiosas dominantes. Só o município precisou contratar mais de 300 docentes de uma vez. Dinheiro público no lixo.
É complicado