A semana passada foi histórica para o Rio de Janeiro em diversos sentidos. Os cariocas assistem o retorno da Cidade à normalidade e muitos já têm saudade dos últimos dias. A Jornada Mundial da Juventude trouxe visitantes aos milhões e teve importantes dimensões espirituais, morais e políticas.
O Papa Francisco deixou nossa Cidade e voltou ao Vaticano com a sensação de dever cumprido. Já Eduardo Paes e Sérgio Cabral permanecem em solo carioca com novos atestados de incompetência e má gestão que se somam aos já existentes.
A simpatia e a dedicação de Francisco contrastaram intensamente com as falhas do Prefeito e do Governador, bem como de suas respectivas equipes. Ficou provado que o Papa está pronto para liderar os católicos em todo o mundo e também que os governantes do Rio não sabem se comportar e não conseguiram organizar a Cidade para os grandes eventos.
Enquanto o Pontífice defendia princípios importantíssimos e deixava mensagens relevantes sobre ética, solidariedade, humildade, fraternidade, justiça, tolerância e diálogo, Eduardo Paes se irritava com críticas legítimas sobre o lamaçal real e moral do terreno em Guaratiba e Cabral tentava reprimir protestos contra ele, que agora se estendem até São Paulo.
As manchetes dos jornais mostravam as contradições: Francisco pedia uma economia mais humana e a reabilitação da política. Nesse mesmo dia, Cabral zombava da democracia e, quase ao mesmo tempo, ficávamos sabendo que o Prefeito quer comprar o tal terreno onde seria realizada parte da JMJ, ignorando o fato de se tratar de uma área de proteção ambiental e indiretamente remunerando mais uma vez os amigos do rei.
Mas não foi apenas nos valores democráticos e éticos tão defendidos pelo Papa que Paes e Cabral derraparam. O planejamento de trânsito da Prefeitura foi extremamente falho e teve erros que poderiam ter causado tragédia na chegada do líder religioso ao Rio. Já os serviços de metrô e trem, que deveriam ser fiscalizados pelo Governo do Estado, tiveram desempenhos pífios, como sempre. Fica o receio de como a Cidade receberá os visitantes na Copa do Mundo e, principalmente, nas Olimpíadas.
Para fechar com chave de ouro, a dupla conseguiu envergonhar o Rio até mesmo no comportamento. Quando o Papa se despede para entrar em seu avião, Cabral tenta uma piada infame, Eduardo ri para não contrariar o padrinho e o Santo Padre, constrangido, dá um sorriso sem graça e vai embora. Parece que seguiram o exemplo de Dilma, que desrespeitou a tudo e a todos ao fazer propaganda do PT na recepção a Francisco.
No fim das contas, ficam na lembrança a simpatia e a humildade de Bergoglio e os equívocos do Prefeito, do Governador e da Presidente. Valorizemos a energia positiva que envolveu o Rio, aplaudamos os voluntários e os peregrinos e tenhamos em mente as palavras e atitudes desses governantes quando formos às urnas nas próximas eleições. Felizmente o Papa retornará. Infelizmente esses governantes ficarão, mas pelo visto não será por muito tempo.