No local onde um dia esteve a linda Casa de Pedra de Copacabana, na Avenida Atlântica, surgirá um luxuoso condomínio, totalmente vendido a preço de ouro por uma construtora, em poucos dias. O “Atlântico Bait”, vendeu como água, e sua obra corre normalmente. Porém, pelo menos enquanto não fica pronto, o odor é de chorume.
A situação dos moradores de rua em Copacabana anda de mãos dadas com o furto de grades, bueiros, portinholas de hidrômetro, e pedaços de metal de todo o gênero, assim como com os catadores de lixo, que escarafuncham a lixeira dos edifícios no horário entre sua colocação do lado de fora e a passagem do caminhão de lixo. Como ocorre diariamente na frente do edifício em construção, ruas como a Dias da Rocha se transformaram numa espécie de Biafra, onde se escutam durante a noite inteira berros e o rasgar de papéis, tilintar de latas e o bater de ferros e madeiras nas calçadas e bancos de concreto, que acabam sempre destruídos.
“A Avenida Atlântica é um cartão postal da cidade. Se nem mesmo na calçada frontal ao mar as autoridades conseguem manter uma ordem mínima, imagine-se nas ruas de dentro“, disse ao Diário o síndico de um edifício próximo ao Atlântico Bait. Segundo vizinhos, a quantidade de lixo é admirável, e chega a ir e vir em carrinhos de supermercado: a frente do empreendimento vendido a mais de 35 mil reais por metro quadrado virou uma espécie de centro de reciclagem.
Se o empreendimento terá uma piscina semi-olímpica, a calçada em frente às futuras residências luxuosas hoje mete medo nos passantes. “Já fui ameaçada por um deles, e diversas vezes vi esconderem cápsulas e colheres queimadas em mochilas”, disse, depois de muita insistência do repórter, Adriana, uma moradora da rua Domingos Ferreira. São diversos os relatos que demonstram que a situação ali vai um pouco além da miséria e do problema social. A situação já perdura há mais de dois meses.
O presidente da Sociedade Amigos de Copacabana, Horácio Magalhães, lamenta a situação. “Estamos com este problema em diversos pontos do bairro, com mais gravidade em frente a este empreendimento, na Dias da Rocha e na Siqueira Campos. A situação está muito complicada.” De fato, a situação na Dias da Rocha tem gerado diversas reclamações nas redes sociais ligadas ao bairro de Copacabana, rivalizando com o caos nas proximidades desta esquina da Santa Clara com a Atlântica, destacado nesta reportagem.
Estivemos no local. O caos é realmente impressionante: colchões de casal, e até camas – isso, tem até uma cama box confortavelmente colocada no passeio público, e muito lixo ocupando o que sobrou da calçada, junto com carrinhos de supermercado, imensos sacos de recicláveis, garrafas, quentinhas, muita sujeira e restos de comida.
“A situação de Copacabana só se agrava“, disse Adriano Nascimento, administrador de um edifício na orla. “A gente até vê, várias vezes por semana, pessoal da prefeitura vindo conversar com esse pessoal, mas eles ignoram, e continuam a defecar, urinar, destruir, furtar e ameaçar quem ousa passar pelas calçadas que deveriam ser públicas. Tenho pena de quem pagou milhões por estes apartamentos, se ninguém tomar uma atitude até lá”.
Aos que defendem esta baderna, levem eles para suas casas! TNC pagar impostos e aínda ter isso..
A BURGUESIA FEDE! E quem escreveu esse lixo também! Nenhuma vírgula para solucionar a questão das pessoas em situação de rua, mas uma matéria inteira falando do desconforto de futuros moradores de um condomínio de luxo. Será que a construtora pagou barato pela matéria?
PREFEITO E SUB PREFEITO INCOMPETÊNCIA TOTAL
Com a política econômica neoliberal implementada desde o golpe em 2016,a miséria retornou de uma forma exponencial,sei que muitos defende esse modelo nefasto,que só faz engordar a fortuna dos mais ricos e que produz cada vez mais uma legião de miseráveis!
Gostei do nome do prédio: Atlântico Bait. Bait em português é “Isca”. O milionário vai morder a isca achando que vai morar longe de pobre e vai se deparar com uma cracolândia quase que na portaria, hahahahahaha!
Coitado de quem vai morar aí..
Olha a frase que encerra essa matéria. O cara tem pena de quem pagou milhões em um ap de frente para a praia de Copacabana mas não tem pena de quem não tem onde morar e precisa revirar o lixo para ter o que comer. O pior é que essa declaração representa bem o quê é a elite carioca, um nojo só.
vc fala porque não deve ter que conviver com miséria e pobreza na sua porta. pura hipocrisia !
O inferno onde há choro e ranger de dentes é o lugar onde pessoas como vc ira morar a eternidade. Junto com o rico que pensava a mesma coisa de Lázaro. Ainda dá tempo de pensar diferente, antes que tenha que implorar por um dedo molhado de um mendigo salvo, para molhar seus lábios sujos.
Lamentável a insensibilidade dessa pseudo “elite”carioca…