Pela segunda vez os profissionais que prestam serviços nos escritórios no Edifício Borba Gato, localizado na Avenida Presidente Antonio Carlos, 615, no Centro do Rio de Janeiro, foram impedidos de trabalhar em decorrência da falta de luz.
O problema foi percebido por um funcionário do prédio, por volta das 5h40, desta segunda-feira (24). O vigia, então, ligou para o síndico do condomínio, Alexander Costa para comunicar o fato.
Temendo novo prejuízo, Costa pediu para o que o único elevador do prédio que está funcionando não fosse ligado, por conta de um incidente semelhante que teria acontecido há dois meses.
Acionada, uma equipe da companhia responsável pelos elevadores teria afirmado que não estaria “entrando uma fase para o prédio”, que a Light deveria ser comunicada.
Alexander então entrou em contato com a concessionária. A uma primeira equipe da empresa verificou que o quadro de energia do Borba Gato estava íntegro. Outra equipe foi chamada e constatou que houve furto de cabos de alta tensão, nas cercanias do edifício, causando a falta de luz na edificação e em outros prédios e estabelecimentos vizinhos, incluindo o Terminal Menezes Cortes.
“Eu conversei com os técnicos de Light. Eles me comunicaram que estavam aguardando chegada de material porque tinha havido o furto de cabeamento em frente à Avenida Antônio Carlos, quase na esquina com a Nilo Peçanha. No mesmo local onde há dois meses tivemos o mesmo problema. O furto de cabo aconteceu no mesmo local onde tem uma banca de jornal. Lá, é uma área de Light. Os funcionários falaram que haviam aberto o chamado para a chegada do material, tendo em vista que houve um furto de cabos de alta tensão, cabos grossos”, relatou Alexander Costa ao DIÁRIO DO RIO.
Mesmo prestando o atendimento com a maior rapidez possível, os técnicos da Light não conseguiram evitar que os escritórios do Borba Gato não ficassem vazios, atrapalhando a prestação de serviços à população. Segundo o síndico do condomínio, que é um prédio comercial, 90% dos escritórios prestam serviços advocatícios.
De acordo com Alexander, o primeiro incidente gerou um transtorno imenso para os profissionais do Borba Gato e de prédios vizinhos. Alexander Costa disse que um dia antes uma quadrilha que atuava na região havia sido presa.
Pela expertise dos ladrões, segundo o administrador do condomínio, não seriam moradores de rua. Os homens estavam uniformizados e dirigiam um carro adesivado, aparentando serem qualificados para a atuação na área. Para Alexander não eram pessoas sem experiência dado o calibre da bitola dos cabos arrancados.
“Os cabos são pesados. Obviamente, não é tipo de furto que pode ser cometido por qualquer um. Recordo que no mês que pegaram uma quadrilha que estava furtando cabos no Centro, um dia antes, numa segunda-feira, também foram furtados cabos. O que afetou o nosso prédio, gerando um prejuízo de uma placa do drive de um dos elevadores”, afirmou o síndico, acrescentando que a valor do equipamento foi de R$ 12.254,98, pagos pelo seguro.
Daí, a sua preocupação para que o elevador não fosse acionado na ocorrência desta segunda-feira, uma vez que só tem um equipamento funcionado. Ele espera que o drive do elevador não tenha queimado.
Alexander ressalta, que essa sucessão de apagões tem gerado diversos problemas para os profissionais do prédio.
“Infelizmente, a prática de furtos tem acarretado diversos problemas para o prédio e para as pessoas que trabalham nos seus escritórios. O prédio é ocupado por 90% de advogados, que precisam ter os seus equipamentos ligados por questões de prazos processuais e acabam sem poder trabalhar. Inclusive, alguns advogados têm que desmarcar seus horários de atendimento porque o prédio tem 13 andares”, disse Costa, acrescentando que encaminhou uma circular para os escritórios do Borba Gato para que os advogados apresentem o documento aos tribunais Regional do Trabalho e de Justiça para o realinhamento de prazos.
Alexander Costa comentou ainda que o Centro do Rio, apesar de todos os esforços empreendidos, ainda carece de muitas ações de segurança, ordem pública e zeladoria da cidade.
“Ultimamente, temos sofrido com determinados abandonos na nossa cidade, principalmente no Centro do Rio. O que tem afetado a nossa vida, do profissional que trabalha e das pessoas que circulam pela região. È irônico. Percebemos que o poder público não está atuando de forma a coibir determinadas práticas. Percebemos um avanço da violência de moradoras de rua, que passam a conviver com os transeuntes, com quem trabalha ou está passeio no Centro. Você acaba convivendo como pessoas que utilizam a via pública como suas moradias”, disse ele, complementando que o acontece na região é um desestímulo à presença das pessoas na região.
“O que vem acontecendo é um desestímulo às pessoas estarem no Centro da cidade porque há um abandono. Além disso, está havendo uma reincidência. E não há nenhuma providência tomada, apesar da área afetada, com grandes e importantes edifícios, impedidos de trabalhar, por conta dos furtos de cabos, que acontecem de madrugada”, disse Alexander Costa.