O recém-chegado presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Gabriel David, tem agitado o cenário do Carnaval carioca desde sua oficialização no cargo. Filho de Anísio Abraão, presidente de honra da Beija-Flor, ele agora apresenta uma proposta ousada: promover uma série de “festinhas premium” em um dos endereços mais nobres da Zona Sul do Rio, a Lagoa Rodrigo de Freitas.
A ideia de Gabriel vazou antes mesmo do anúncio oficial da Liga. Ele solicitou ao governador Cláudio Castro a cessão temporária do Complexo Lagoon, localizado na Avenida Borges de Medeiros, às margens da Lagoa, próximo ao Parque dos Patins. O espaço, que abrigou a Casa de Shows Miranda até seu fechamento em 2015, está desde 2022 de portas fechadas, abrindo apenas para eventos excepcionais.
A escolha do Lagoon não é aleatória. A localização estratégica do espaço, especialmente para turistas, foi um fator crucial para a decisão da Liesa. A escolha contrasta com a Cidade do Samba, que, segundo fontes, enfrenta um intenso movimento nas semanas que antecedem o Carnaval, com a montagem de alegorias e fantasias, sendo inviável para a realização de eventos.
As festas prometem ser animadas e sofisticadas, com a participação de grandes artistas do samba, rodas de samba e apresentações das baterias das agremiações. A proposta é que esses eventos funcionem como uma prévia exclusiva do que está por vir na Sapucaí em março de 2025.
Contrariando as informações vazadas, a Liga declarou em nota que elas são infundadas. A Liesa esclareceu que a Liga apenas fez um pedido oficial para viabilizar a utilização logística do espaço durante o período de Carnaval.
Até o momento, o governo do Estado não se manifestou oficialmente sobre o pedido de Gabriel.
A verdadeira apropriação de uma cultura popular e de origem afro-brasileira.
“Gourmetizaram” o carnaval, e o povo que a criou ficou de fora.