Gigantes do comércio suspendem pagamentos de aluguel e Justiça reduz alugueis de lojas no Rio

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A Leader Magazine já não paga aluguel há dois meses, e neste mês não teria pago sequer condomínios e IPTUs.

Parece que não foram só os pequenos e médios comerciantes que estão tendo problemas para arcar com compromissos em geral e pagar seus aluguéis por conta da pandemia do novo coronavírus. Desde que começou a quarentena, os inquilinos vêm inundando as administradoras de imóveis com pedidos de desconto e isenção, conforme noticiamos aqui.

Mas agora a coisa parece estar ficando muito mais séria. Grandes empresas como Casas Bahia, Leader e Ponto Frio não estão pagando aluguéis aos proprietários dos imóveis onde funcionam suas lojas. E outras, como o Mac Donald’s, anunciaram que irão segurar despesas e pagar alguns aluguéis “proporcionais ao faturamento”, o que na prática, deve causar grande impacto aos proprietários.

Ponto Frio e Casas Bahia compõem a gigante de vendas Via Varejo, cujas 1071 lojas no Brasil se encontram fechadas. Só no Rio de Janeiro, as duas marcas somam 162 lojas. A empresa divulgou que, apesar de fazer vendas online, perdera 70% de seu faturamento. Além de não pagar o aluguel das lojas sob a alegação de estarem fechadas, a Via Varejo teve que postergar o pagamento de fornecedores indiretos. Corretores de imóveis consultados pelo DIÁRIO especializados no segmento de lojas disseram que a companhia estaria tentando vender algumas lojas que ainda são de sua propriedade, distribuídas pelo Brasil. A lista teria diversos imóveis nos melhores pontos de comércio da cidade, incluindo Ipanema, Penha, Bangu e Campo Grande. Não conseguimos ter acesso à lista.

Em pior situação está a Leader. O velho magazine, que requereu no mês passado recuperação judicial, após um imbróglio com o Banco Bradesco, sequer trabalha com vendas online. A Leader já completou dois meses sem pagar aluguel dos imóveis que ocupa. Todas as suas lojas estão fechadas. No mês de abril, segundo levantamos, a empresa fundada em Niterói sequer pagou o condomínio e IPTU de algumas de suas lojas.

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A maior franquia do mundo da marca McDonald’s do mundo é a argentina Arcos Dourados. A empresa anunciou na semana passada que iria quebrar diversos contratos e renegociá-los. No caso da rede de fast-foods, consta que os alugueis estão sendo pagos, mas são muitas as tentativas de renegociação. Hoje mesmo estava aberta a loja da Avenida Rio Branco 100, na esquina da rua do Ouvidor, apenas para delivery e take-out. Porém, é inegável que o movimento é quase nenhum. Em nota, a Arcos Dourados afirmou que “apesar de sua sólida posição financeira atual, adotou proativamente medidas de contenção de despesas junto aos seus parceiros comerciais por meio de renegociações para justamente estender sua capacidade de suportar aqueles que mais precisam nesta crise sem precedentes“.

Neste momento, os donos de imóvel têm que deixar a negociação com seus inquilinos para os profissionais do ramo: se é lógico que numa situação desta todos têm que ceder, também é lógico que, mesmo de portas fechadas, os contratos continuam em vigor e a mercadoria do comerciante está ocupando o imóvel alugado“, bate duro Wilton Alves, Diretor da Administradora de Bens Sergio Castro Imóveis, a maior no ramo de imóveis comerciais. Segundo Alves, desde o fechamento das lojas, os inquilinos lojistas têm concordado em pagar os custos de ocupação e um percentual do aluguel, que têm variado de 20% a 30%.

“Muitos de nossos clientes donos de lojas e andares comerciais estão em dificuldades”, contou André Toledo, da Block Imóveis, ao DIÁRIO. “O imóvel que ficar vazio, simplesmente não vai alugar tão cedo, e os inquilinos sabem disso”, completa.

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Lojista do Bangu Shopping apelou com sucesso à Justiça carioca, e ganhou o direito de ter 70% de desconto durante a pandemia.

Os Shoppings não estão sendo tão benevolentes quanto os proprietários de lojas de rua. Têm falado em apenas suspender as cobranças, e mesmo em entrar com ação contra os inquilinos inadimplentes, mesmo com todas as lojas fechadas. Só que a justiça não concordou muito com isso, não. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro determinou a redução de 70% no valor do aluguel de uma lojano Bangu Shopping, enquanto perdurarem os efeitos da pandemia de Covid-19.  A decisão inédita no Rio foi assinada pelo desembargador Fernando Cerqueira Chagas, da 11ª Câmara Cível do TJRJ. Segundo a decisão liminar, a lojista Angélica Cunha, inquilina de uma loja no shopping da Zona Oeste pagará apenas 30% do valor total do aluguel comercial. Em São Paulo, já houve diversas decisões neste sentido. E pra piorar a situação dos shoppings, a medida determinada pelo desembargador também se estende ao condomínio mensal.

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