Governo adia decisão sobre retomada de Angra 3 para 2025

Construção da usina nuclear, iniciada na década de 80, segue paralisada; Conselho Nacional de Política Energética avaliará o projeto em janeiro.

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O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) adiou a decisão sobre a retomada das obras da usina nuclear Angra 3. A decisão unânime ocorreu na última terça-feira (10/12). A construção da usina, iniciada na década de 1980, está paralisada desde 2015.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, havia recomendado a aprovação da retomada, mas com duas condicionantes: um modelo de governança da Eletronuclear definido pela Casa Civil e um estudo sobre novas fontes de financiamento, a ser elaborado pelos Ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento.

O custo para concluir Angra 3 é estimado em R$ 23 bilhões, segundo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Desistir do projeto também teria um custo bilionário, cerca de R$ 21 bilhões.

A reunião do CNPE contou com a presença de diversos ministros, incluindo Rui Costa (Casa Civil), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), Esther Dweck (Gestão e Inovação), Renan Filho (Transportes) e Marina Silva (Meio Ambiente). O Ministério da Fazenda, que já havia se posicionado contra a retomada das obras, foi representado por Dario Durigan (secretário-executivo) e Marcos Pinto (secretário de Reformas Econômicas). O ministro Fernando Haddad não compareceu.

Angra 3: potencial energético e reservas de urânio

A usina nuclear Angra 3 terá potência de 1.405 megawatts, com capacidade de produzir cerca de 12 milhões de MWh anuais. Com a conclusão, a Central Nuclear de Angra dos Reis poderá gerar o equivalente a 70% do consumo de energia do Estado do Rio de Janeiro.

Um estudo do BNDES, realizado em setembro, estimou a tarifa de Angra 3 em R$ 653,31 por MWh, valor inferior ao custo de diversas usinas térmicas. Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a média dos custos variáveis unitários das térmicas do subsistema Sudeste é de R$ 665,00/MWh.

Defensor da energia nuclear, Silveira destaca a riqueza de urânio no Brasil e defende maior participação do setor privado na exploração do minério. Atualmente, a atividade é monopólio do Estado, exercido pela Indústrias Nucleares do Brasil (INB). “É inaceitável que o Brasil seja a 7ª maior reserva de urânio do mundo, conhecendo só 26% do seu subsolo”, afirmou o ministro durante o lançamento do caderno de Consolidação do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2034.

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