Nesta sexta-feira (08/04) foram feitas diversas ações encabeçados por órgãos do Governo do Estado do Rio de Janeiro, após o anúncio da suspensão das negociações com a SuperVia, até que seja normalizados os serviços prestados à população fluminense.
A Operação Estação Segura, de responsabilidade da Polícia Militar, teve início com ações fiscalizatórias nas estações de Manguinhos, Parada Angélica, Suruí e Guapimirim. Segundo a SuperVia, são 12 as estações consideradas perdidas para a violência urbana. Todas elas serão alvo do poder público estadual, para a retomada e devolução à população. Em Maguinhos, a PM mobilizou 130 agentes que fizeram cerca de 100 abordagens, tendo recuperado 2 carros roubados. Também foram encontradas na região, após informações do Disque Denúncia, drogas em uma casa próxima à estação ferroviária.
Mais uma vez, o governador Cláudio Castro (PL) afirmou que o Estado agirá de forma enérgica para que a SuperVia cumpra as regras estabelecidas no contrato de concessão e ofereça serviços de qualidade ao cidadão fluminense.
“O governo do estado vai entrar com força para resolver a questão. Foi preciso uma postura enérgica porque nós respeitamos contratos e concessões e não aceitamos o desrespeito com a população. Não resta nada mais a fazer ao Estado senão agir. Se for preciso investimento, o governo do estado vai fazer”, adiantou Cláudio Castro.
Nas estações de Deodoro, Madureira, Nova Iguaçu, Maracanã e Central do Brasil foram encontradas diversas irregularidades pelos representantes da Secretaria de Estado de Defesa do Consumidor e o Procon-RJ, entre elas: desníveis entre os vagões e a plataforma, superlotação e falta de segurança, banheiros interditados, homens viajando em vagões destinados a mulheres e ausência de piso tátil para pessoas com deficiência visual. A SuperVia foi autuada pelo Procon-RJ e a punição pode chegar a R$ 12 milhões ao fim do processo legal.
Cláudio Castro reiterou a clara negligência da concessionária diante dos maus serviços prestados. Para ele, a concessionária é uma bagunça, que não deveria ser responsabilidade do Estado organizar. Mas diante da situação calamitosa em que os serviços prestados se encontram, não resta outra alternativa.
“A concessionária é uma bagunça e nós vamos organizar a bagunça deles, apesar de não ser papel do governo do estado. Estávamos em processo claro de negociação. O Estado entende que há um desequilíbrio, mas há falta de compromisso da SuperVia em chegar a um consenso e em manter o serviço funcionando. A concessionária não pode fugir da sua responsabilidade. Todas as estações serão visitadas até semana que vem,” reclamou o governador.
Os problemas não pararam nas ações anteriores. Em fiscalização empreendida pela Secretaria de Estado de Transportes e a Central Logística, em parceria com a Agetransp, nos ramais de Deodoro e Belford Roxo, foram verificadas falta de manutenção da via permanente e de sinalização, especialmente, no ramal de Belford Roxo, onde é praticamente inexistente. Segundo as autoridades estaduais, o problema gera efeitos em cascata, pois com a sinalização manual, o maquinista tem que reduzir a velocidade do trem, o que aumenta o intervalo entre as viagens, provocando atrasos.
Sobre o furto de cabos, o governador declarou desconfiar que o ramal está nessa situação há muito tempo, pois é longo o trecho que está deficitário do equipamento.
“Existe a indicação de que não houve reposição suficiente de cabos, pois há trechos longos sem sinalização que não poderiam ter sido furtados em apenas um dia. Solicitei à Agetransp que levante os contratos de compra. O processo de fiscalização não termina hoje e vai continuar até a próxima semana,” asseverou o governador do Rio.