Com todas as escolas em alto nível, o primeiro dia de desfiles do Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro provou mais uma vez que é o maior espetáculo a céu aberto do planeta.
1ª Escola – Estácio de Sá
A agremiação do Morro de São Carlos fez uma apresentação de quem quer ficar no Grupo Especial e jogou a responsabilidade no colo das demais escolas. Com animação, bom samba, boa harmonia e um enredo sobre São Jorge, que foi de fácil comunicação e que gerou emoção pela fé dos devotos, a Estácio de Sá foi bem. A fantasia das baianas chamou a atenção. As alegorias não eram tão luxuosas, mas o trabalho para tentar ficar no campeonato principal foi feito com louvor.
2ª Escola – União da Ilha do Governador
A União da Ilha impressionou pela alegria e felicidade dos componentes, que cantaram a todo momento e fizeram funcionar na Avenida, com ajuda de uma boa bateria, um samba que em outra circunstância poderia não ir tão bem. Alegorias e fantasias com excelente acabamento em sua maioria e bem criativas, embora o 5º carro tenha passado apagado. Ótima interação harmônica entre as diferentes alas e entre estas e os carros alegóricos. A Ilha, que falou sobre os Jogos Olímpicos do Rio 2016, pode até estar no pódio e voltar no desfile das Campeãs.
3ª Escola – Beija-Flor de Nilópolis
Um desfile clássico da Beija-Flor com muito profissionalismo, poucos erros, detalhismo, componentes cantando o samba bem alto e um visual que impressionou pela beleza e pela exuberância de alegorias e fantasias. A bateria não correu riscos e foi bem. Boa evolução e harmonia bem feita, embora fique a dúvida sobre como os jurados avaliarão a transição do enredo, que passou da história do Marquês de Sapucaí para a homenagem à própria escola. Defende e disputa o título.
4ª Escola – Acadêmicos do Grande Rio
A Acadêmicos do Grande Rio falou sobre a cidade paulista de Santos e fez um desfile de bom nível, mas que não empolgou e apresentou algumas fantasias um pouco mais pobres e algumas alegorias pequenas e com acabamento imperfeito. O samba não ajudou muito, mas a bateria foi bem. A harmonia e o desenvolvimento do enredo pareceram um pouco prejudicados pelas idas e vindas constantes do tema futebol e cronologia confusa. Deve ficar em posição intermediária.
5ª Escola – Mocidade Independente de Padre Miguel
A Mocidade Independente de Padre Miguel apresentou um enredo complexo, onde Dom Quixote tenta ajudar o Brasil a se livrar da corrupção, e um samba com letra sofisticada. O desfile foi irregular, com algumas alegorias ótimas e outras com problemas de acabamento básico, como o último carro, e com fantasias muito bonitas e outras mais simplórias. Além disso, teve problemas de evolução e complicações na dispersão. Deve ficar em posição intermediária.
6ª Escola – Unidos da Tijuca
Com um bom samba e um enredo de fácil leitura, a agricultura, a Unidos da Tijuca fez um ótimo desfile, mantendo o bom ritmo dos últimos anos. As alegorias, com destaque para o carro abre-alas, e as fantasias, valendo citar o figurino da ala das baianas, estiveram muito bem feitas e a evolução e a harmonia não tiveram complicações. Embora não tenha empolgado muito, talvez por já ter encontrado uma Sapucaí esvaziada às 5h da manhã, a agremiação deve estar novamente entre as campeãs que retornam à Sapucaí no sábado e pode até disputar o título.