Guilherme Fonseca: Hospital Federal para o Noroeste Fluminense

A região não possui nenhuma unidade hospitalar integralmente pública, e isso tem se tornado um problema cada vez maior

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Foto: Divulgação/Prefeitura de Itaperuna

O Noroeste Fluminense sendo a região mais distante geograficamente da Região Metropolitana, tem um outro dado que aprofunda a desigualdade. Não possui nenhuma unidade hospitalar integralmente pública, e isso tem se tornado um problema cada vez maior para a população dependente exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS). 

O SUS, desde a sua criação, se destacou pelo avanço da atenção básica em diversas localidades do país, ao tornar o serviço básico acessível à população. Porém, em relação a atenção secundária e terciária, ainda não foi possível os avanços na mesma proporção. 

Em muitas cidades do interior, hospitais filantrópicos sobrevivem com dificuldades financeiras e há casos de municípios que nem hospitais possuem como por exemplo Porciúncula, dependendo integralmente dos hospitais de municípios vizinhos, como o São José do Avaí, de Itaperuna. 

O São José do Avaí é o principal hospital regional da região, contando com 229 leitos, seguido pelos hospitais dos municípios de Santo Antonio de Pádua, com 99 leitos e Bom Jesus do Itabapoana com 71. O São José do Avaí (HSJA) é um hospital filantrópico e particular de alta complexidade. 

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Porém, a sobrecarga no atendimento e na ocupação de leitos, tem levado a necessidade de implantação de um hospital federal. 

A dificuldade para internação de pacientes com doenças agudas, especialmente aquelas tempo-dependentes, cujo atraso no atendimento leva a sequelas irreversíveis, assim como a demora para chegar a vez na fila virtual da Central de Regulação para atendimentos de média e alta complexidade de cirurgias eletivas ortopédicas, oncológicas, cardiológicas dentre outras, é um problema que exige uma urgente ação político-administrativa. 

A presença da União no financiamento de despesas com ações e serviços públicos da saúde baixou de 52,4% para 43,9%, entre 2002 e 2018, com base no levantamento feito pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e publicado no “Anuário Multicidades: Finanças dos Municípios do Brasil”. O mesmo levantamento detectou que os municípios aumentaram a participação no aporte financeiro para custear a saúde, saltando de 25,5%, em 2002, para 31,2% em 2018. Em média, as prefeituras gastam em média mais de um quarto da receita com saúde. 

A criação de um hospital federal no Noroeste Fluminense, é uma luta que precisa entrar na agenda política, considerando além dos fatores geográficos colocados acima, a fragilidade socioeconômica da região, que por estar na divisa com os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, permitiria um atendimento aos pequenos municípios capixabas e mineiros localizados próximo da fronteira como o Estado do Rio de Janeiro. 

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