Guilherme Fonseca: Túnel Adutor do Rio Paraíba do Sul

Fonseca trata sobre o Túnel Adutor do Rio Paraíba do Sul, projeto que busca melhorar o abastecimento hídrico do Grande Rio

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O pleno abastecimento de água é um desafio para diversos municípios da Baixada Fluminense e Leste Metropolitano, mas a solução do problema não tem a ver com a deficiência da rede de distribuição, mas com as limitações quanto à vazão, qualidade e localização dos mananciais. Esta é a opinião de um profissional altamente qualificado, o engenheiro Antonio Sampaio Netto, com vasta experiência em órgãos da administração estadual: foi presidente, em 1963, da Comissão de Águas e Engenharia Sanitária (CAES), órgão equivalente à Cedae no antigo Estado do Rio de Janeiro; diretor de Estudos e Projetos e Presidente da extinta Serla (Superintendência de Rios e Lagoas) e Diretor de Obras da extinta Fundação para o Desenvolvimento da Região Metropolitana (Fundrem).

Durante minha primeira gestão como presidente do Instituto Estadual de Engenharia e Arquitetura do Rio de Janeiro (IEEA/RJ), recebi a visita dos engenheiros, Francisco Deolindo Filardi, ex-presidente do IEEA/RJ, e Nilo Ovídio Lima Passos, ex-presidente da SEAERJ. Recebi, também, uma cópia de um anteprojeto elaborado pelo engenheiro Antonio Sampaio Netto denominado Túnel Adutor do Rio Paraíba do Sul. O projeto busca transformar as perspectivas de abastecimento, não apenas da Baixada e Leste Metropolitano, mas também das baixadas litorâneas, como são oficialmente denominadas. Ou seja, apresenta uma nova solução para o abastecimento de água de uma parcela significativa do território fluminense com fornecimento de um volume considerável e de boa qualidade.

No anexo do documento apresentado naquela reunião, a captação de água do Rio Paraíba do Sul ocorreria na região de Anta, localidade entre as cidades de Três Rios e Sapucaia, na cota aproximada de 205 metros, através de um túnel adutor de 50 km de extensão que atravessaria a Serra do Mar e, por gravidade, através de adutoras, distribuiria a água para às cidades do Rio de Janeiro, Baixada Fluminense, Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Região dos Lagos. Hoje, o principal manancial de abastecimento da Região Metropolitana é o Rio Guandu, em consequência de um desvio do Rio Paraíba do Sul, em Santa Cecília, e à regularização do Ribeirão das Lajes.

De acordo com os dados do anteprojeto, “o sistema hídrico Paraíba-Lajes-Guandu transfere em média uma vazão de 156m³/s, que adicionados a uma descarga regularizada de 12m³/s em Ribeirão das Lages, liberada para jusante leva a um valor médio de 168 m³/s”. Ressalta também que nos meses entre maio e agosto, além dos anos hidrológicos secos, os valores médios mensais se reduzem de 168 para 131 m³/s.

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Região dos Lagos

O estudo destaca características importantes das cidades turísticas para o planejamento do sistema de abastecimento nas baixadas litorâneas que têm a sua população aumentada em até dez vezes no verão, devido ao intenso fluxo de visitantes de outras regiões. Devido ao aumento da demanda, a Cedae implantou um sistema de abastecimento tendo como captação a Lagoa de Juturnaíba. A lagoa tem múltiplas funções. Formada pela confluência dos rios São João, Capivari e Bacaxá, atende ao abastecimento urbano, hidroagrícola e controle de enchentes.

Para a defesa do projeto, reforça que a engenharia moderna vem sendo desafiada com projetos de escavações de longos trechos subterrâneos. Lembra ainda que túneis de grande extensão se tornam obrigatórios por motivos diversos, ligados a problemas ambientais, de segurança ou de aproveitamento de recursos. Também enumera uma série de recomendações que precisam ser realizadas para a escavação destes túneis. Estudos, ressalta, que devem ser considerados e avaliados desde o início. Em relação às questões ambientais, reforça-se ainda a necessidade da identificação dos impactos desta intervenção na foz do Rio Paraíba do Sul, em São João da Barra.

A população residente nas áreas a seriam atendidas com esse novo sistema é de 13,6 milhões de fluminenses.

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1 COMENTÁRIO

  1. Do tempo em que havia projetos sérios no Estado do Rio de Janeiro. Hoje o Governo do Estado já quer partir para as obras de um novo metrô de superfície na baixada que ninguém tem nem a planta do projeto pra sabermos o traçado.

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