Halfoun: Roberta Sudbrack, a pizza e sua comida mil estrelas

Sudbrack faz cobertura para redonda comemorativa e, mais solta do que nunca, coloca o seu Sud, o pássaro verde em voo de cruzeiro

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Sud, o pássaro verde: a casinha mais gostosa do Jardim Botânico

Nesta semana, a Roberta Sudbrack lançou a sua pizza para comemorar os 15 anos da paulistaníssima Bráz, no Rio. Tem molho com tomate San Marzano produzido em Paty do Alferes, interior fluminense. Tem caccio cavalo (queijo a cavalo, porque tem sempre uma corda amarrada no “pescoço”, típico do sul da Itália). Tem bok choy (um tipo de verdura chinesa, entre endívia e couve, com gosto de espinafre). Tem mini pimentões coloridos. E tem… pancetta!

Esqueça, seria uma bobagem dizer que gosto tem (precisa comer). O que dá para revelar é que ela carrega em si a elegância da cozinha da, na minha opinião, a nossa cozinheira mais talentosa de todos os tempos.

Conheci a Roberta faz tempo, quando a convidei para editar comigo a maior revista de gastronomia do Brasil, na época. Ela sugeria as pautas e eu as desenvolvia e publicava. Foi uma delícia. Até hoje, eu a chamo de “chef” e ela de “meu editor”. Posso dizer, de cadeira: a Roberta Sudbrack é, mesmo, uma pessoa especial. Tanto quanto a cozinha cheia de personalidade e brasilidade que ela faz.

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Se por um tempo ela flertou com a sofisticação sugerida pelas estrelas Michelin, recentemente ela está mergulhada num forno de alta temperatura, no seu Sud, o pássaro verde, no Jardim Botânico. A comida que sai de lá tem personalidade, referências que conhecemos bem (sinônimo de conforto) e execução impecável. Além de inventividade, claro.

Definitivamente, não citarei pratos aqui. Não porque não existam destaques no cardápio ou porque ele mude sempre. Mas porque eles estão em constante evolução. A Roberta faz um tipo de comida viva, feita pelo fogo e ingredientes puríssimos que, sim, variam de estação a estação (e há vários fatores que determinam isso). Com esses ingredientes, o crescimento é inevitável.

Eu conheci o Sud quando era apenas uma obra, num projeto ousado que contestava a alta gastronomia. Depois vi fechado, durante o auge da pandemia, marcando a vida das pessoas, com um delivery de alma, absolutamente inesquecível (era tudo, afinal, o que mais precisávamos). Agora, abertinho da silva, só vejo alegria e gente feliz por aqui.

A casa renasceu pronta e linda, gostosa de sentar e ficar (aliás, como a chef sempre propôs). E, como os grandes vinhos, ela melhora com o tempo. Principalmente porque o espírito da chef e da turma simpática e competente que trabalha com ela vai se impregnando pelas paredes, pela cozinha. O forno vai calejando, as panelas também e o que era bom vai ficando muito melhor. Mais à vontade na sua casa, depois da barra pesada que encarou entre um lockdown e outro, a nossa Roberta está ainda mais livre, mais ousada. Há sempre uma surpresa saindo do fogo.

Enfim, se você ainda não foi, vá. Se foi, vá novamente. Então saia inteiramente apaixonado de lá.

Serviço
Sud
Rua Visconde de Carandaí, 35, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ
Tel.: (21) 3114-0464
Reservas: de terça à sábado das 19h30 às 21h30; Domingo das 12h às 16h.

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Robert Halfoun é jornalista, publicitário e amante da boa mesa. Depois de anos na Editora Abril, relançou com grande sucesso a Revista Domingo, no Jornal do Brasil, onde também atuou como Diretor Executivo. Então, dirigiu a Revista Gula, na época de sua maior circulação, até que, há oito anos, lançou a plataforma Sabor.club, com revista, site e o clube de assinaturas Sabor Clube. É também autor do livro Histórias da Gastronomia Brasileira, lançado em parceria com Ricardo “alô alô” Amaral.

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