Embora as obras que sugerem modernidade atrapalhem um pouco atualmente, andar pela Avenida Rio Branco, no centro do Rio de Janeiro, é desfilar sobre a história.
No início do século XX, a Cidade Maravilhosa ainda conservava ares coloniais que não combinavam mais com a imagem positiva que grandes cidades europeias (principalmente Paris) tinham por aqui. Além disso, existia uma grande população que se amontoava nessa região do Rio, que era suja e propensa à propagação de doenças como a febre amarela e a varíola. Essas duas situações levaram Francisco Pereira Passos, prefeito do Rio de Janeiro, a fazer mudanças drásticas.
As obras iniciaram-se em março de 1904 com a demolição de muitas casas e prédios antigos, desalojando um grande número de pessoas, que migraram para cortiços e morros em outras partes da cidade. Após alguns meses de trabalho estava aberta de ponta a ponta uma avenida que rasgava todo o centro da cidade, da Praça Mauá (onde estava o porto) até a Avenida Beira Mar – encostando-se ao bairro da Glória, que crescia muito na época -, com 33 metros de largura e 1.800 metros de comprimento.
O historiador Milton Teixeira conta que apesar da grandeza da obra, vale ressaltar que as proporções eram outras na época: “Quando a Rio Branco foi iniciada, ainda como Avenida Central, o Rio de Janeiro tinha seis automóveis. Era uma cidade bem menor se comprarmos com o porte de atualmente”.
A Avenida Central foi inaugurada em sete de setembro de 1904 pelo presidente da República, Rodrigues Alves, e entregue ao tráfego em 15 de novembro de 1905. Logo, passou a ser a mais importante via de circulação, lazer e economia da cidade. Tendo muito destaque também devido a elogiada arquitetura dos prédios que a cercavam.
Sete anos depois, em 21 de fevereiro de 1912, o nome da avenida foi mudado para Rio Branco, em homenagem ao Barão do Rio Branco, diplomata brasileiro que havia morrido em 11 de fevereiro e fora responsável por tratados que garantiram as fronteiras brasileiras em conflitos com países vizinhos.
O passar dos anos não foi muito solidário com arquitetura histórica da Rio Branco. A partir de 1940, a avenida começou a descaracterizar-se arquitetonicamente, a tal ponto que, hoje em dia, apenas alguns dos edifícios originais estão preservados. Milton Teixeira comenta esse fato:
“A nossa tradição sempre foi andar para frente. O carioca vai acabar aos poucos se acostumando e aprendendo a sobreviver com essas mudanças que deixam o passado, a história para trás sem muito sentimento”.
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A Avenida Rio Branco não perdeu seu valor. Ela ainda é uma das mais importantes vias da cidade. Por lá se encontram alguns dos principais escritórios e bancos do Rio de Janeiro. Por toda a sua extensão, andam mais de 500.000 pessoas ao dia vindas de todas as partes da cidade do Rio, Baixada Fluminense e Niterói.
Nos últimos anos, a Rio Branco passou por obras para a implantação do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT). Com isso, a Via ganhou um ar ainda mais cosmopolita, por onde o Veículo e as pessoas transitam.