História da construção da Ponte Rio-Niterói

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A maior ponte do Brasil e uma das maiores do mundo fica no Rio de Janeiro. Essa obra faraônica esconde fatos curiosos e até assustadores. O Diário do Rio conta a história da Ponte Rio-Niterói, oficialmente chamada Presidente Costa e Silva.

Projeto da década de 20 para a ponte Rio-Niterói
Projeto da década de 20 para a ponte Rio-Niterói

Alguns relatos antigos afirmam que o projeto da Ponte Rio-Niterói é do ano 1875. O objetivo dessa obra era evidente: ligar com mais facilidade a cidade do Rio de Janeiro aos municípios que ficavam no litoral norte do estado, do outro lado da Baía de Guanabara.

Travessia Rio-Niterói nos anos 60
Travessia Rio-Niterói nos anos 60

Antes da obra, o acesso para Niterói e munícipios vizinhos só era possível via mar ou através de uma viagem terrestre de mais de 100 km, que passava pelo município de Magé. Existia também a ideia de fazer um túnel junto que faria a função da Ponte. ~

Construção da Ponte Rio-Niterói

Somente em 1963 foi criado um grupo de trabalho para estudar um projeto para a construção de uma ponte que ligaria Rio-Niterói. Em 29 de dezembro de 1965, uma comissão executiva foi formada para cuidar do projeto definitivo dessa construção.

Mário Andreazza em visita a construção da Ponte Rio-Niterói, 1974
Mário Andreazza em visita a construção da Ponte Rio-Niterói, 1974

O projeto de construção da Ponte, idealizado por Mário Andreazza, então Ministro dos Transportes, foi assinado pelo presidente Costa e Silva, no ano 1968.

Rainha Elizabeth II desfilou pelo Rio de Janeiro em carro aberto - 1968
Rainha Elizabeth II desfilou pelo Rio de Janeiro em carro aberto – 1968

Uma inauguração simbólica da obra, ocorrida em nove de novembro de 1968, contou com a presença da Rainha da Grã-Bretanha, Elizabeth II e de sua alteza real, o Príncipe Filipe, Duque de Edimburgo.

banner 1200x800 2 História da construção da Ponte Rio-Niterói

Com mais de meio século de tradição no mercado imobiliário do Rio de Janeiro, a Sergio Castro Imóveis – a empresa que resolve contribui para a valorização da cultura carioca

A apresentação oficial do projeto da Ponte Rio-Niterói aconteceu no dia 14 de novembro de 1968, na Escola de Engenharia da Universidade Católica de Petrópolis (UCP). As obras tiveram início em janeiro de 1969.

Antônio Alves de Noronha Filho e Benjamin Ernani Diaz
Antônio Alves de Noronha Filho e Benjamin Ernani Diaz

Uma estrutura de aço apoia a de concreto e asfalto da Rio-Niterói. Os engenheiros responsáveis pelo projeto da ponte de concreto foram Antônio Alves de Noronha Filho e Benjamin Ernani Diaz. O da ponte de aço foi o norte-americano James Graham.

Toda a estrutura que foi utilizada nas obras da Ponte Rio-Niterói foi fabricada na Inglaterra em módulos que chegaram ao Brasil por transporte marítimo. Essa importação foi bastante difícil, devido ao movimento que havia na Baía de Guanabara.

Em um teste de carga, feito em 24 de março de 1970, plataforma flutuante não resiste e leva à morte de oito pessoas, entre elas três engenheiros Arquivo - Ag O Globo
Em um teste de carga, feito em 24 de março de 1970, plataforma flutuante não resiste e leva à morte de oito pessoas, entre elas três engenheiros Arquivo – Ag O Globo

Mais de trinta pessoas perderam a vida durante as obras da Ponte Rio-Niterói, de acordo com jornais da época. Entretanto, muitos pesquisadores afirmam que o número de mortos é bem mais elevado.

“Morreram vários operários. Em um dos acidentes, eu me lembro bem, morreram 12 pessoas, inclusive um engenheiro. Como confirma pesquisa no Jornal do Brasil da Biblioteca Nacional, o acidente foi no dia 25 de março de 1970, ou seja, um ano após o início das obras. Mas não foi possível publicar, o assunto estava sob censura”, contou o jornalista Romildo Guerrante ao portal da PUC. Guerrante cobriu as obras da Ponte Rio-Niterói.

Operários comemoram a colocação do último vão da ponte, em 1973
Operários comemoram a colocação do último vão da ponte, em 1973

Muitas pessoas dizem que alguns desses trabalhadores que morreram durante as obras, ficaram concretados junto com os pilares que sustentam a Ponte.

“A morte dos operários concretados não era lenda. Naquele acidente censurado em que morreram 12 pessoas, o ‘tubulão’ se rompeu violentamente. Não havia chance para quem estava lá dentro. O que se sabe é que os corpos não foram resgatados, pois o concreto cobriu tudo”, destaca Guerrante.

Outra história assustadora ronda a Ponte. A revista Veja chegou a publicar que operários viram uma senhora vestida de branco, com uma rosa vermelha na mão andando pela Rio-Niterói. Há quem diga que essa história não passa de lenda urbana.

Inauguração da Ponte Rio-Niterói
Inauguração da Ponte Rio-Niterói

O que é inquestionável é que a Ponte Rio-Niterói ficou pronta em março de 1974. A imponente obra mede 72m de altura e tem 13.290m de comprimento. Tamanho digno de uma obra tão importante para o Rio de Janeiro e para o Brasil.

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44 COMENTÁRIOS

  1. lembro qdo da inauguração da ponte muitas pessoas temiam atravessá-la com medo de cair. Hoje, passado tantos anos ela está aí, firme, facilitando a ida e volta de muitos trablhadores do Rio e de Niteroi.
    Aqueles que deram a vida para a realização dessa obra que Deus os encaminhe para um lugar de luz e paz.

  2. Quem está na foto onde está escrito Benjamin Ernani Dias é o Bruno Contarini, revejam esta foto, por favor.
    Está errado.

  3. Que triste , perdi um tio meu no acidente (Joaquim Vicente Ferreira ) nordestino
    Estou a procura dos filhos dele
    Eu e minha família a anos
    Meus avós se chamavam manoel Vicente Ferreira e santinha Maria da Conceição
    Se eu tiver a sorte de alguém ver esse comentário e nos ajudar de alguma forma entre em contato pelo meu e-mail joreferrer1978@gmail.com

  4. Já que se sabe que houve muitas mortes de operários e elas ficaram “abafadas” ou ocultas pelo governo , acho que já passou da hora do governo ressarcir essas perdas em forma de pensão as famílias, render homenagens a esses guerreiros e anônimos e revelar a verdade as famílias que esperam retorno do seu ente querido até hoje. Isso tudo é no mínimo uma falta de respeito com quem deu a vida na construção dessa ponte.
    Gostei de mais da reportagem e que esses guerreiros nunca sejam esquecidos, pois as grandes construções no Brasil são feitas por nordestinos e eles merecem sempre o nosso respeito e consideração.

  5. Já que se sabe que houve muitas mortes de operários e elas ficaram “abafadas” ou ocultas pelo governo , acho que já passou da hora do governo ressarcir essas perdas em forma de pensão as famílias, render homenagens a esses guerreiros e anônimos e revelar a verdade as famílias que esperam retorno do seu ente querido até hoje. Isso tudo é no mínimo uma falta de respeito com quem deu a vida na construção dessa ponte.

  6. Meu pai trabalhou na construção é falava que pediu demissão quando foi transferido para trabalhar no tubulão peça que descia o concreto e onde acontecia muitos acidentes.

  7. Não acho necessário homenagem. Morreram fazendo seu trabalho tais como mineiros que morrem em desabamento de minas, policiais que morrem no cumprimento do dever, operários que morrem em desastres nas construções de prédios e outros diversos acidentes. Homenagear uns implicaria em ter que homenagear todos. É muita gente entre milhares de acidentes.

  8. É imperdoável da parte das autoridades não homenagear as grandiosas vidas que foram concretadas vivas sem ao menos direito de um enterro digno ! Hoje passamos por cima das suas ossadas , sendo que inúmeras pessoas se beneficiam da Ponte, sem ao menos ter conhecimento desses heróis que ali jazem !!na minha opinião deveria passar a se chamar ponte dos heróis esquecidos!!

  9. Na segunda foto, o engenheiro citado é o Doutor Bruno Contarini, o maior e melhor! Tive a honra de conhecê-lo e de trabalhar com ele.
    Suas grandes obras são conhecidas no mundo inteiro, projetos do Arquiteto Oscar Niemeyer entre outros!

    • Mentira. Só vieram da Inglaterra as placas metálicas para a construção dos três vãos centrais. Mesmo assim, as vigas e todo o caixão foram soldados e montados aqui, em Niteroi, na ilha do Cajú. Todo o restante da ponte é em concreto armado e protendido.

  10. Graças a Deus que essas mortes não foram em vão, tem pessoas que dizem: foram só algumas pessoas. Mas eu digo: se fossem pessoas que aproveitaram a vida do melhor jeito; possuíam as melhores condições de vida e viveram o suficiente enquanto eram felizes menos mal (não vou falar que não tem problemas, porque é errado), mas pode ser uma pessoa de 100 anos; de 1000, se ela não aproveitou a vida, viveu na miséria, entre uma pessoa rica que aproveitou a vida e entre esta pessoa, quem para mim deveria viver mais é a pessoa que não aproveitou a vida, pois deus daria para ela em algum momento, uma boa oportunidade.
    Pois 1 ano mal, triste; vale muitos dias felizes, porque triste não tem graça de viver. Reflitam sobre isso.

  11. Meu tb trabalhou na construção em 1970.
    Foi acidentado com uma peça de ferro que caiu de um gindaste .ao que tudo indica o operador dormiu e a peça caiu .
    Sobre 6 homens .meu pai fraturou aperna em três lugares depois de anos foi chamado p fazer a perícia.passou em todas mais nunca recebeu o dinheiro.
    Disseram q ele ja tinha recebido.
    Hoje ele tem 93 anos e nunca recebeu

  12. Meu pai é meu tio trabalharam na ponte em 1973 como carpinteiro, sairam daqui do Nordeste, do Recife para se aventurar a procura de trabalho, claro meu tio já faleceu porém meu tá vivo pra contar a história.

  13. Já que se sabe que houve muitas mortes de operários e elas ficaram “abafadas” ou ocultas pelo governo , acho que já passou da hora do governo ressarcir essas perdas em forma de pensão as famílias, render homenagens a esses guerreiros e anônimos e revelar a verdade as famílias que esperam retorno do seu ente querido até hoje. Isso tudo é no mínimo uma falta de respeito com quem deu a vida na construção dessa ponte.

  14. Manoel Henriques cordeiro: 03/05/2020….Meu pai ,,,infelismente já falecido…contava várias histórias dessa obra da ponte Rio Niteroi…pois ele também trabalhou lá…tenho muito orgulho de saber que nessa obra gigantesca teve alguém tão próximo de mim que deixou sua marca nela.E uma das histórias que meu pai sempre falava era sobre o tal acidente de 1970…ele estava presente nesse dia…por sorte ele não estava nesse grupo de operários.Ele contava que depois de seis meses ele se demitiu …pois o índice de acidentes era muito alto.Realmente ele dizia que muitas mortes não foram divulgadas

  15. É imperdoável que não haja um placa nesta ponte, homenageando os que desempenhavam trabalho árduo e perigoso e acabaram perdendo suas vidas nesta construção. São realmente nossos heróis que foram sacrificados para benefício de tantas gerações. Que pena que não se pense em uma homenagem tão merecida. Que seja reparada esta ingratidão.

  16. Um irmão da minha avó trabalhou na construção dessa ponte , ela diz até hoje que ele sempre mandava carta , até que um dia uma carta dela voltou pois não acharam o destinatário , nunca mais obteve notícias, ainda sonha em encontrá-lo…

  17. Sou Potiguar, Nordestino e orgulhoso por saber que em todas as grandes obras espalhadas por esse imenso Brasil, teve uma parcela de contribuição do nosso povo. Infelizmente alguns perderam a vida na construção da ponte, que Deus os iluminem e leve ao merecimento da Graça.

  18. Gostei de mais da reportagem e que esses guerreiros nunca sejam esquecidos,pois as grandes construções no Brasil são feitas por nordestinos e eles merecem sempre o nosso respeito e consideração.

  19. EU E MAIS 17 CATARINENSES FOMOS OS PRIMEIROS A CHEGAR NA ILHA DO FUNDÃO – FEVEREIRO DE 1969 – QUANDO INICIAMOS A MONTAGEM DO ESCRITÓRIO E ALMOXARIFADO DA OBRA. A ADMINISTRAÇÃO FICAVA NA AV. RIO BRANO, 103 – 11º E 12º ANDAR. EM SEGUIDA FORAM FEITAS AS CASAS PARA NOSSA MORADIA NO FUNDÃO. MUITAS SAUDADES DAS PESSOAS COM AS QUAIS CONVIVI E, INFELIZMENTE, NÃO CONSIGO CONTATO COM NENHUM DELES. VOLTEI PARA FLORIANÓPOLIS (SC) NO FINAL DE 1971. SAUDADES DOS COMPANHEIROS DE TRABALHO, ESPECIALMENTE DO ESCRITÓRIO TAIS COMO JORGE, MENDES, ÁLVARO, GORDINHO LAÉRCIO, FALECIDO WANDERLEI, DILSON, LEIRTON (DE SÃO PAULO) E TANTOS OUTROS. SERIA UMA ALEGRIA IMENSURÁVEL DESCOBRIR CONTATO DE ALGUM DELES.

    • Boa tarde, uma grande parte dos funcionários da ponte se tornaram funcionários da UFRJ, os dormitórios que na época eram em galpões de madeiras , hoje virou a vila residencial da divinéia, existe lá uma igreja católica, é só acessar o google maps que você vai encontrar tudo, o pessoal da sua época que se tornaram funcionários mais de 60% já faleceu por idade…….

  20. Sinto muito orgulho em ser carioca,apesar de estar a 36 anos fora do Rio,mas vou sempre a passeio,na construção dessa ponte eu trabalhava no bairro do Cajú,em baixo de um trecho dela e acompanhava de bem perto a construção da ponte.sempre que vou ao Rio passo nela para visitar parentes em Niterói e Região dos Lagos.

  21. Meu pai trabalhou nessa epoca ele me disse que foi muuito triste ele tem uma cicatriz na perna devido a platina colocada ele disse. Que nao lembra de muita coisa que quando acordou estava no hospital.

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