Em 1822, foi criada a Estrada Real do Comércio, considerada a primeira estrada brasileira aberta para o transporte do café no Brasil.
“A estrada real do comércio era importantíssima. Foi a primeira estrada de comércio pavimentada no Brasil, que foi feita pelo tio-avo do Oscar Niemeyer, o coronel Conrado Jacob de Niemeyer”, conta o historiador Marcus Antonio Monteiro Nogueira.
Na década anterior à inauguração da Estrada, em 1811, a Real Junta de Comércio, Agricultura, Fábrica e Navegação do Estado do Brasil e Domínios Ultramarinos sugeriu a abertura de um caminho através de uma região de mata virgem para melhorar o trajeto das tropas de mulas entre o porto do Rio de Janeiro e as Minas Gerais e Goiás.
A Estrada saía da vila de Nossa Senhora da Piedade do Iguaçu (hoje em Nova Iguaçu), cortava a atual Reserva Biológica Federal do Tinguá subindo as serras, passava pelo arraiais da Estiva (hoje município de Miguel Pereira, Arcádia e Vera Cruz) e chegava no porto de Ubá (atual Andrade Pinto, distrito de Vassouras), nas margens do rio Paraíba do Sul.
Em Piedade do Iguaçu, a estrada permitia a conexão com diversos portos no rio Iguaçu de onde as embarcações chegavam no porto do Rio de Janeiro, nas águas da Baía de Guanabara. Também era possível seguir por estradas que passavam pela freguesia de Nossa Senhora da Apresentação do Irajá e Inhaúma até chegar na cidade do Rio.
A abertura da Estrada do Comércio influenciou o crescimento econômico da Baixada Fluminense e a criação da vila de Nossa Senhora da Piedade do Iguaçu, que depois mudou de lugar e nome para o atual município de Nova Iguaçu. Por conta da expansão das lavouras de café no vale do rio Paraíba do Sul, a Estrada se tornou a principal via de escoamento desta região para o porto do Rio de Janeiro.
Em 1858, quando foi inaugurada a Estrada de Ferro Dom Pedro II (atual Estrada de Ferro Central do Brasil), que ligava o Rio de Janeiro com Queimados e, anos depois, com Minas Gerais, antiga estrada foi perdendo uso e importância. O modelo ferroviário era mais eficaz para os negócios. Atualmente, em Nova Iguaçu, há apenas um trecho do velho caminho.
