História da expressão ‘abalou Bangu’

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Existem expressões que ficam marcadas e entram para a cultura popular. Uma delas é a “abalou Bangu”, que embora já tenha mais de meio século, ainda é usada nos dias atuais.

A expressão é divertida, usada de forma bastante irreverente, mas o que motivou o nascimento da máxima foi um fato que assustou bastante a população na época.

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Com mais de meio século de tradição no mercado imobiliário do Rio de Janeiro, a Sergio Castro Imóveis – a empresa que resolve contribui para a valorização da cultura carioca

Em 2 de agosto 1958, houve uma grande explosão no paiol das forças armadas no bairro de Deodoro. Como foi algo de muito impacto, as pessoas diziam que o estrondo foi tão grande que “abalou de Deodoro até Bangu”. Com o tempo o “abalou até Bangu”, virou apenas “abalou Bangu”.

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“O Estado ainda vivia o clima de euforia gerado pela conquista da Copa do Mundo disputada pouco antes na Suécia, quando, perto da meia-noite, uma grandiosa explosão na direção da serra do Gericinó fez iluminar todo o céu, tremer chão, rachar paredes, além de quebrar vidros, fazendo com que os moradores de Bangu e bairros adjacentes, muito assustados, abandonassem correndo suas casas, e sem saber ao certo o que estava ocorrendo, caminhassem, desesperados, com seus filhos e os poucos pertences que conseguissem amealhar, na direção oposta àquela espetacular e barulhenta tragédia. Outras explosões logo se fizeram sentir, gerando mais comoção popular e aumentando o desespero de todos. Perguntavam entre si… Seria uma nova guerra? Uma revolução? Um acidente nuclear? Ou mesmo o fim dos tempos? Somente no dia seguinte, quando os jornais do Estado noticiaram, é que todos iriam saber. O paiol ou Depósito Central de Armamento e Munição do Exército, localizado na serra do Gericinó, Bairro de Deodoro, havia explodido”, conta o pesquisador Romario Melo.

O complexo de Deodoro, o maior da América Latina à época, era formado por dez paióis e 60 depósitos de armamento bélico. Relatos dizem que sepulturas foram arrasadas no cemitério de Ricardo de Albuquerque, que ficava ao lado do paiol, e restos mortais dos defuntos apareceram boiando na Praia de Ramos, que fica a alguns quilômetros do local.

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Tempos depois, Mauro Rasi escreveu a peça teatral “Abalou Bangu”, que conta a história de moradores de Bangu que se mudam para Copacabana. A obra, que ganhou adaptação mais recente de Flávio Marinho, fez muito sucesso, o que ajudou a popularizar ainda mais a expressão.

A frase “Abalou Bangu” também já esteve na TV. O falecido ator Luiz Carlos de Castro Tourinho usava a frase com o personagem Edilberto, o desastrado assistente de Uálber Cañedo (Diogo Vilela), na novela Suave Veneno, em 1999.

Apesar de vir de uma situação bem tensa, a expressão “abalou Bangu”, segundo pesquisadores e usuários da mesma, quer dizer que alguém fez bonito, arrasou, mandou bem.

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3 COMENTÁRIOS

  1. – Estava de plantão no 2º Regimento de infantaria nesse trágico dia que abalou todo o subúrbio, de Marechal Hermes até Bangu. parecia uma explosão nuclear, foi um espetáculo pirotécnico impressionante, minha cama no quartel chegou a virar devido ao deslocamento do ar, as cenas posterior a explosão foi chocante, pessoas de calcinha, camisola e cuecas perambulando pelas ruas sem rumo totalmente desnorteadas, o mais dramático cenário de guerra.

  2. Bela narrativa. Fiquei presa na leitura e imaginando algo que mais parece um filme de humor. Não consegui alcançar a dimensão da tragédia. ??? Não fala de vítimas, mas fala de restos mortais de defuntos. ?

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