São muitos os bairros, cidades, estados e até países que desenvolveram em torno de alguma atividade industrial. Histórias espalhadas pelo mundo. O Brasil tem algumas. Uma delas se passou no bairro de Bangu, na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, que cresceu em torno de uma fábrica de tecidos. Algumas memórias dessa fábrica, o Diário do Rio vai contar agora.
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Com o nome Companhia Progresso Industrial do Brasil, a fábrica foi fundada no dia 6 de fevereiro de 1889. O idealizador foi comendador Manuel Antônio da Costa Pereira, xará de Manuel de Barcelos Domingues, considerado o fundador do bairro de Bangu, quando ainda era uma grande fazenda, no ano 1673.
Quando a fábrica começou a funcionar, Bangu passou a se desenvolver. A região, que antes era rural, se tornou um típico bairro urbano. Nesta época, foram construídas a Estação Ferroviária de Bangu (1890), o ramal ferroviário de Santa Cruz (1892), a Paróquia de São Sebastião e Santa Cecília, (1908), entre outras obras que mexeram com a estrutura física e social do bairro.
“O Bairro Bangu cresceu com todas as características de um bairro proletário, onde os primeiros patrões foram os ingleses, sendo um bairro planejado para funcionar atendendo à Fábrica de Tecidos Bangu. Todo este crescimento ocasionou em uma boa qualidade de vida. A fábrica financiava casas para todos os seus empregados. Essas casas eram construídas com materiais que vinham da Europa. A ideia era manter sempre o modelo de arquitetura inglesa”, informa o site de pesquisa Encontra RJ.
O esporte também entrou nessa linha de montagem. Em 1904, um grupo de operários ingleses e brasileiros, que trabalhavam no bairro, fundou o Bangu Athletic Club, tradicional time do futebol brasileiro. Em 1905, surgiu outro time de futebol no bairro. O Esperança Football Club, também fundando por operários, disputou o Campeonato Carioca de Futebol de 1924.
“Na década de 50 a Bangu tornou-se grande patrocinadora de alta moda, os presidentes da Companhia desde 1928 foram os irmãos Manoel e Joaquim Guilherme da Silveira, do patamar mais alto do high society carioca, recebiam personalidades internacionais no seu iate Miss Bangu. O casal Joaquim e Candinha Guilherme da Silveira eram as locomotivas sociais do Rio. Joaquim foi Ministro da Fazenda de Getúlio, naqueles tempos Ministros da Fazenda eram geralmente riquíssimos industriais ou banqueiros, da mesma forma os presidentes do Banco do Brasil“, destaca o jornalista e pesquisador Motta Araujo.
Escolas, hospitais e o comércio, em geral, também cresceram muito em Bangu após a fundação da Fábrica de Tecidos. A Fábrica encerrou suas atividades em Bangu no ano 2005.
A Fábrica ganhou livros, exposições e documentários. Um deles é o “Os Campeões da elegância”, produzido em 1955, por Jean Manzon. (Assista aqui)
Após o término das atividades da fábrica, no espaço onde a mesma funcionava, foi construído um shopping. O Bangu Shopping, que ficou pronto em 2007, mantem as características arquitetônicas originais da Companhia Progresso Industrial do Brasil, fundada no século XIX, a famosa Fábrica de Tecidos de Bangu.
Minha mãe participou dos concursos miss bangu no clube naval da Lagoa (Piraquê) em 1961 ou 62, tirou 2 fotos, uma delas ainda tem, a outra meu pai perdeu num táxi e até hoje chora por isso. Ainda há arquivo das fotos tiradas nesses eventos?
boa tarde! tenho uma vizinha q/ o pai dela trabalhou a vida toda nesta fábrica. A casa onde residem pertence à essa fabrica, ou foi financiada pela própria,não sei bem ao certo. Gostaria de saber onde encontrar documentos dessas residências. grata aguardo retorno.
,Muito interessante , bagagem cultural , maravilhoso, estou defendendo ,minha tese ,sobre ´os trabalhadores da fábrica Bangu , e gostaria muito de ter mas material , muito obrigada .