Um dos marcos da história do Brasil, essa antiga fazenda, localizada na Zona Oeste da cidade, no bairro de Santa Cruz, é uma das raízes do passado nacional.
A Coroa Portuguesa deu uma vasta faixa de terra na Baixada de Santa Cruz a Cristóvão Monteiro, em agradecimento aos serviços prestados por ele na luta contra os franceses no Rio de Janeiro.
Depois que Cristóvão morreu, a Marquesa Ferreira, esposa dele, doou as ricas terras para os padres jesuítas.
“Os Jesuítas juntaram essas terras doadas a outras e fizeram uma grande fazenda, um latifúndio, que tinha como referência uma grande cruz, então nasceu o nome Fazenda de Santa Cruz“, conta o historiador Maurício Santos.
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As terras eram tão vastas que englobavam regiões como Guaratiba, Mangaratiba e iam até Vassouras, no Sul do estado do Rio de Janeiro. Era uma das mais desenvolvidas fazendas das Américas.
“Um dos símbolos da sofisticação da Fazenda de Santa Cruz nesta época é a Ponte do Guandu, ou Ponte dos Jesuítas, que foi erguida para conter as águas do Rio Guandu, em uma espécie de represa”, destaca Maurício Santos.
A Fazenda de Santa Cruz é considerada o berço da organização instrumental e coral do primeiro conservatório de música do país, pois lá se formaram grupos de escravos que tinham aulas de música para se apresentar em missas locais.
Com a expulsão dos Jesuítas de todas as regiões dominadas por Portugal, a Fazenda de Santa Cruz passou a ser posse da Coroa, se tornando Real Fazenda de Santa Cruz.
A Corte adotou o local como casa de veraneio e usava o Caminho Real para se deslocar da Quinta, em São Cristóvão, para a Real Fazenda de Santa Cruz. D. Pedro I e D. Miguel foram, praticamente, criados no local.
Quando voltou para Portugal, em 1821, D. João VI, que tanto gostava da Real Fazenda de Santa Cruz, estendendo por meses os finais de semana que passaria por lá, a viu se tornar Fazenda Imperial de Santa Cruz.
Foi na Fazenda Imperial de Santa Cruz que D. Pedro I passou a lua de mel com a princesa Leopoldina. Foi lá, também, que ele se reuniu com José Bonifácio antes de tomar a decisão de declarar a independência do Brasil, em 1822.
Já com D. Pedro II à frente do Brasil, a Fazenda Imperial de Santa Cruz ganhou a primeiro telefone do país, que fazia comunicação com Paço de São Cristóvão, isso em 1842, bem distante dos nossos muitos celulares.
Com o advento da República, a casa principal da Fazenda de Santa Cruz, que já havia sido convento de Jesuítas e residência imperial, passou a abrigar tropas do Exército Brasileiro. Atualmente é sede do histórico Batalhão Escola de Engenharia. Cabe muita história por lá. Muita, mesmo.
Coisas fazendo sentido, agora. Na década de 50 do século 20 havia em Santa Cruz a escola Princesa isabel. Logo depois ficava a estação da Central do Brasil chamada Matadouro. De lá o trem voltava. Se em Santa Cruz ficava a fazenda, na estação Realengo ficava o Real Engenho. E em São Cristóvão, onde meu avô português faleceu de gripe espanhola em 1919, aos 31 anos, no Hospital São Cristóvão, a moradia oficial.Quinta da Boa Vista. O museu que veio a pegar fogo.
Também amo história e moro e nasci em paciência muito pertinho de Santa Cruz
Continue nos contando mais,sobre nossa rica história tão pouco valorizada! obrigada
Adoro história do Brasil, principalmente sobre este bairro onde nasci, me entristece muito ver o abandono que se encontra hoje, quem mora lá não conhece e se conhece não dá valor a sua história, nasci no prédio antigo do hospital Dom Pedro II, prestei serviço militar no batalhão escola de engenharia, em 1996 quando ainda era o 1° BeComb (Batalhão de engenharia de combate), frequentei muito o largo do bodegão, onde havia o matadouro, hoje ETESC, agora moro em Curitiba, mas sempre estou em Santa Cruz para rever parentes e amigos.
A história me fascina,principalmente,a do Brasil. Uma pena nossos governantes não incentivarem nossas crianças nesse mundo.
A história me fascina, principalmente, a do Brasil. Uma pena nossos governantes não incentivarem nossas crianças nesse sentido.