Com mais de 300 anos de existência, o prédio da igreja do Pilar foi erguido na década de 1720 e acompanhou o crescimento da cidade ao seu redor. Hoje em dia, a Igreja dá nome ao bairro no qual se encontra, o bairro do Pilar, em Duque de Caxias.
O templo apresenta características semelhantes às igrejas barrocas de Minas Gerais, principalmente quanto a seus altares, que são entalhados em madeiras e foram folheados a ouro. A igreja do Pilar e todo o seu acervo foram tombados em 1938, um ano após a criação do Iphan. O monumento está inscrito no Livro do Tombo das Belas Artes.
No entanto, poucos sabem que essa não foi a primeira construção da Igreja do Pilar. O motivo foi o material utilizado em seu primeiro templo, tornando necessária a reconstrução.
“A fundação da igreja de Nossa Senhora do Pilar do Iguaçu iniciou-se com a construção de seu primeiro templo, em 1697. Mas devido ao material utilizado não ser muito duradouro, não tardou para que fosse necessária a construção de um templo mais durável. Foi então, sem uma data precisa, que iniciou-se a construção do templo atual, com paredes de pedra e cal, feito com a contribuição financeira de fregueses, paroquianos, viajantes, além da côngrua do vigário e da Fazenda Real“, contou a historiadora Elaine Gusmão.
Ela ainda completou: “com esses recursos, o templo começou a apresentar a suntuosidade exigida para uma igreja matriz de grande importância da região“.
E a Igreja ganhou destaque após a descoberta do ouro em Minas Gerais, como também explicou a historiadora: “A descoberta do ouro em Minas Gerais, no final do século XVII, deu origem a abertura de caminhos que proporcionavam ao transporte do ouro mais segurança e rapidez do Rio de Janeiro a Minas Gerais. Foi assim que, em 1704, Garcia Rodrigues Paes concluiu a primeira ligação direta do Rio com Minas Gerais e transformou o Porto do Pilar em um importante entreposto comercial, pois ali foi construído um posto de registro para fiscalização do ouro”.
“A Matriz da Freguesia do Pilar, como era de costume no período, tornou-se um grande instrumento de sociabilidade e tornou-se parte de um órgão administrativo da Coroa Portuguesa e da organização de seus fregueses, registrando nascimentos, casamentos, óbitos, sepultamentos, registros de venda e compra de casas, terras e produtos em seus livros de tombo“, finalizou Elaine.
Em setembro de 2020, após muitas denúncias sobre as más condições em que a igreja se encontrava, o templo passou por obras de restauração. Na mesma época, a igreja teve sua imagem-símbolo recuperada. A escultura havia sido furtada em 1974 e constava na lista de bens procurados pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) desde 2016. Apreendida em Belo Horizonte (BH), a obra integrava ilegalmente o acervo de um colecionador privado.