O Rio de Janeiro é cercado de ilhas importantíssimas para nosso passado. A Ilha das Cobras é uma que faz parte desse mar de memórias históricas.

Durante os conflitos entre portugueses e franceses pelo controle da região que hoje corresponde ao Rio de Janeiro, a Ilha chegou a ser chamada de Ilha das Cabras – Ile des Chévres, em francês.
Em setembro de 1565, a ilha foi doada pelo Governador da Capitania do Rio de Janeiro, Estácio de Sá a Pedro Rodrigues, que aproveitou a área para plantar. No ano 1583, passou para a propriedade de João Gutierrez Valério, mercador de escravos, que a utilizou para manter presos negros trazidos à força da África.
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Alguns anos depois, em 1589, após a falência de João Gutierrez, a ilha foi adquirida pelos monges do Mosteiro de São Bento por 15$300 réis. A partir de então, passou a ser também denominada como Ilha dos Monges.
O nome “Ilha das Cobras” foi citado pela primeira vez em um texto do Mosteiro de São Bento:
“Esta ilha era como a que chamam Rubraria no mar de Tarragona, porque tinha em si infinitas cobras e essas muito peçonhentas, e por isso lhe puseram por nome a ilha das Cobras… Eram tantas que muitas vezes se achavam agasalhadas nos leitos, porem nunca fizeram mal algum. Em breve tempo se extinguirão de todo.”

A Ilha das Cobras também entrou no contexto dos conflitos entre portugueses e holandeses.
“Após a conquista neerlandesa da então capital do Brasil, Salvador, os rumores de uma possível invasão ao Rio de Janeiro assustavam a todos. Os muros das fortificações pressentes na Ilha das Cobras foram aumentados”, conta o historiador Maurício Santos.
Ao longo da história, foram erguidas quatro fortalezas na Ilha das Cobras, que se integravam – isso porque algumas foram danificadas em conflitos. A primeira por volta de 1620, a segunda em 1639, a terceira em 1709 e a quarta de 1736. Todas para proteger o Rio de Janeiro de invasores.

Tiradentes ficou preso na Ilha das Cobras por anos, entre 1789 e 1792, antes de morrer.
Em março de 1809, o Corpo de Fuzileiros Navais foi gerado na Fortaleza de São José da Ilha das Cobras (um a das fortificações da Ilha) onde se encontra até aos nossos dias.

Hoje em dia, a Ilha das Cobras abriga o complexo do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ), o Hospital Central da Marinha, o Centro de Perícias Médicas da Marinha, o Comando Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, o Presídio da Marinha, o Serviço de Documentação da Marinha e Diretorias Especializadas de Intendência, sob a responsabilidade da Marinha de Guerra do Brasil. Além da Empresa Gerencial de Projetos Navais.
Me sinto honrado por ter trabalhado nesta ilha como estagiário , ao lado de honrados brasileiros da nossa Marinha de Guerra.
Paulo Cesar Siruffo Fernandes