A indústria no Rio de Janeiro, atualmente, não vive seu melhor momento. No entanto, em outras épocas já foi a mais importante do país. Além de ter sido pioneira.
Com a abertura dos portos, em 1808, e a independência (1822), surgiram no Brasil pequenos estaleiros privados, sobretudo no litoral do estado do Rio.
A maior parte desses estaleiros e das pequenas fundições dedicadas à construção naval, até meados de 1840, ficavam nos arredores do Arsenal da Marinha e na Ponta da Areia, em Niterói.
Em 1844, o britânico Charles Colmann inaugura uma pequena fundição na Ponta da Areia. Os negócios não iam bem e, em 11 de agosto de 1846, Colmann vende essa pequena empresa para Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá, que a rebatiza Estabelecimento de Fundição e Estaleiros da Ponta d’Areia.
“O Barão de Mauá, no ano seguinte [1846] já multiplicara por quatro o seu patrimônio inicial, tornando-se o maior empreendimento industrial do país, empregando mais de mil operários e produzindo navios, caldeiras para máquinas a vapor, engenhos de açúcar, guindastes, prensas, além de artilharia, postes para iluminação e canos de ferro para águas e gás. Deste complexo saíram mais de setenta e dois navios em onze anos, entre os quais as embarcações brasileiras utilizadas nas intervenções platinas (leia-se Guerras) e as embarcações para o tráfego no rio Amazonas“, conta o jornalista Luis Nassif, no portal GGN.
Em 1857, este estaleiro foi destruído por um incêndio e reconstruído três anos mais tarde. Quando a lei de 1860 isentou de direitos a entrada de navios construídos fora do país, faliu de vez.
O tempo foi passando e nas décadas seguintes, outros seguimentos industriais ganharam força no Brasil. Em sua maioria voltados para a produção de bens não-duráveis, como sabões, bebidas, fumo, alimentos, tecidos, roupas e calçados. Entre eles estava a CIA PROGRESSO INDUSTRIAL, uma das primeiras indústrias têxteis do país, fundada em 1889, em Bangu.
“Foi no decorrer das primeiras décadas do século XX que a pioneira indústria carioca teve sua dinâmica alterada, perdendo a liderança para São Paulo e passando a ocupar a segunda posição no conjunto da produção nacional, principalmente em função dos lucros excedentes gerados pelas exportações de café por parte dos produtores paulistas. A queda da participação relativa do Rio de Janeiro no cenário industrial do País foi, porém, acompanhada por uma diversificação na produção local, onde se destacaram as indústrias metalúrgicas, de minerais não metálicos, química e farmacêutica, bebidas, editorial e gráfica, além da construção civil“, detalha o jornalista Luis Nassif.