Muitos cariocas têm memórias afetivas da velha loja de departamentos Mesbla. Mas essa história vai além de memórias pessoais. O DIÁRIO DO RIO conta um pouco dela, hoje, aqui.
Tudo começou na Rua da Assembleia, número 83, no Centro do Rio. No local foi instalada, em 1912, uma filial da firma Mestre & Blatgé, com sede em Paris e especializada no comércio de máquinas e equipamentos.
No entanto, a filial brasileira tinha pouca importância dentro da organização francesa espalhada pelo mundo. Quatro anos depois de sua instalação, em 1916, sua administração foi entregue ao francês Louis La Saigne, até então subgerente da filial em Buenos Aires.
Já em 1924 La Saigne transformou o estabelecimento carioca em uma firma autônoma, com o nome de Sociedade Anônima Brasileira Estabelecimentos Mestre et Blatgé, que em 1939 passou a denominar-se Mesbla S.A.
“Esse novo nome era uma combinação das primeiras sílabas do nome original, que foi sugerida pela secretária de Louis La Saigne, Isaura, por meio de um concurso interno. Existia a preocupação porque no início da Segunda Guerra Mundial a França se manifestou solidária a Adolf Hitler, o que poderia ocasionar represálias no Brasil com referência ao nome”, informa o pesquisador Marcelo Costa.
La Saigne teve quatro filhas, e a mais velha casou-se com Henrique de Botton. Após um dia de intenso trabalho, Louis La Saigne, o fundador da Mesbla, morreu em sua residência na noite do dia 18 de janeiro de 1961. Sua casa é hoje o belíssimo Solar Real, reputada casa de festas em Santa Teresa.
Com sua morte foram eleitos presidente e vice-presidente dois de seus mais antigos funcionários, respectivamente, Silvano Santos Cardoso e Henrique de Botton.
Na década de 1950 a empresa tinha lojas instaladas nas principais capitais do país e em algumas cidades do interior. Em 1952, que a Mesbla abriu sua primeira loja de departamentos, no prédio da Rua do Passeio, no centro do Rio de Janeiro. A diversificação de atividades nas décadas de 60 e 70 transformou a Mesbla em uma das maiores empresas do país.
Nos anos 1980 a Mesbla tinha 180 pontos de venda e empregava 28 mil pessoas. Suas lojas de grande porte, com áreas raramente inferiores a 3 mil metros quadrados, eram pontos de referência nas cidades onde a Mesbla se fazia presente. Seu edifício-sede ainda chama atenção, garboso e art déco, na frente do Passeio Público; hoje, é propriedade da São Carlos Empreendimentos, e a imensa loja embaixo dele, com mais de 6.000m2, é uma gigantesca filial das Lojas Americanas.
Os funcionários diziam que a Mesbla só não vendia caixões funerários, que são para os mortos; para os vivos tinham todas as mercadorias, desde botões até automóveis, lanchas e aviões. Difícil esquecer da Mesbla Veículos, concessionária Chevrolet, ou da Icônica Mesbla Náutica, na Barra e em Botafogo.
A Mesbla encerrou suas atividades em 1999, quando decretou falência após uma tentativa do controverso empresário Ricardo Mansur de reviver seus tempos de glória. As memórias pessoais ficam.
Uma curiosidade: o famoso relógio da Mesbla, que até hoje enfeita a Rua do Passeio, no Centro, tem uma réplica em menor escala em Paquetá, de frente para o mar, na antiga sede recreativa da Companhia na ilha. Ali, depois, funcionou o Hotel Farol de Paquetá.
trabalhei no deposito central em vicente de carvalho como encarregado de servicos operacionais em 1076m na epoca do senhor brandao como gerente, na epoca muito boa empresa, depois foi logo trocando de gerente e ela comecou a cair ate ir a falencia.
SAUDADES , Hiper Moveis Mesbla , trabalhei no depósito e depois foi para compras no Passeio, 10 º andar que saudades, aque elevador de madeira enorme que nunca parou rs rs bons tempos ! Minha chefa foi a Denise da Mata uma pessoa de um bom coração.
Excelentes os comentários, o meu entretanto é de nenhuma saudade na medida em que era fornecedor e perdi US$ 156.000,00 decretando a quebra da minha pequena empresa ( Rexcel Comércio Exterior Ltda.) Se tiverem curiosidade consultem a Folha de São Paulo em seu caderno de Economia do dia cinco (05) de abril de 1.999 e tomem conhecimento da matéria toda. Assim como a minha presenciei dezenas de outros proprietários de pequenas empresas que passaram por enormes dificuldades graças a um suposto empresário, Ricardo Mansur que posteriormente foi preso e provavelmente hoje encontra-se em liberdade porque afinal de contas não podemos esquecer que estamos no Brasil que é o país da impunidade. Gostaria de saber se quem obtem a exclusividade do uso da marca também arca com o passivo da empresa. Claro que não, esqueci que estamos no Brasil.
Sobre o comentário do Sr André (“Meu falecido pai era jurista , e contava que a Mesbla antrs de ter esse nome, sofreu golpe de um cliente que comprou automóveil com cheque , e logo a seguir foi pra porta da loja vender pela metade do valor, e terminou num golpe milionário sobre Sr Blatgé ( sócio da Mesbla)” ) . De fato, tive um professor de Direito Comercial (Pedro Calmon Filho), na UFF, nos idos de 1981, que comentou sobre esse episódio.
Meu falecido pai era jurista , e contava que a Mesbla antrs de ter esse nome, sofreu golpe de um cliente que comprou automóveil com cheque , e logo a seguir foi pra porta da loja vender pela metade do valor, e terminou num golpe milionário sobre Sr Blatgé ( sócio da Mesbla )
Entrei na Mesbla em 1988 como extra natal, na verdade na Presta que administrava o cartão esperaram em comentar 18 anos para me contratar, bons tempos…..
Muita saudade. Também sou ex Presta. Fui o engenheiro reponsável pelo processo de mudança da Presta para o prédio do Passeio – Obra e logistica. Durante os ultimos anos da Mesbla continuei como Coordenador de Patrimonio da Presta.
Trabalhei na Presta, que era a empresa que administrava o cartão Mesbla. Bons tempos da Taça Viena, colônia de férias em Paquetá. Roubaram tanto que falou.
A declaração que no início da Segunda Guerra Mundial a França se manifestou solidária a Adolf Hitler, ( informa o pesquisador Marcelo Costa) é um absurdo. Vocês mostram total desconhecimento da História recente.
Uma grande vergonha. Tanto nas 2 Guerras Mundiais, como na Guerra de 1870/71 França e Prússia/Alemanha
estiveram em lados opostos. É triste, vocês perderam uma leitora.
Ele deve estar falando do governo de Vichy. Em 1940, após ser invadida pela Alemanha Nazista, a França capitulou e o novo governo, liderado pelo Marechal Petáin, de fato era simpático aos alemães, até ser derrubado em 1944, com a libertação da França pelos Aliados.
Tem como explicar melhor.
Porque uma coisa é a parte empresarial Mesbla e outra o governo francês. Quer dizer que a Mesbla também apoiou a Alemanha na Segunda Guerra?
Ainda tenho o cartão MESBLA.
Trabalhei na Mesbla do Passeio no setor de crédito(Cartão Mesbla) foi ótimo . Restaurante no térreo maravilhoso desconto para funcionário na compra de roupas e calçados ……bons tempos
Luciene Gomes vc é a prima de Lauro que tmb trabalhou na mesbla/ Passeio? Sou Divania que tmb trabalhei no mesmo setor que vc. Se pode me responde.
Gostaria de saber como faço para saber de uma pessoa que trabalhou na Diretoria da Mesbla no Centro do Rio de Janeiro no ano de 1976 com sobrenome Salemos Bernardes. Por favor me ajuda a saber dela. Ela é filha de Brás Salemos Bernardes.
Quantas saudades !!! Trabalhei nesta sensacional Empresa aliás, a Mesbla foi o meu primeirk emprego. Fui “Aprendiz Correspondente” , que hj chamam de Jovem Aprendiz, de 1974 à 1976. Depois fui promovido à emissor de passafens na Mesblatur Viagens e Excursões. Era uma empresa afiliada da Mesbla que funcionava na Rua das Marrecas so lado da Nivesa. Nivesa era a empresa afiliada da Mesbla que vendia lanchas e, motores para embarcações. Hoje estou com 61 anos e, ñao me esqueço de nenhum dos maravilhosos momentos que vivi naquela Empresa.
Sensacional… Parabéns pela abordagem
Essa loja sempre fez diferença ou como dizem os intelectualóides ” Foi um referencial”.
Esteve aqui em Londrina [Paraná] e, tinha um atendimento impar além de excelentes produtos a preços suportáveis para a época.
Inobstante, péssima administração – como em todo lugar – sobrecarregava o comércio com pesados impostos, taxas, contribuições, tributos e vassalagens “obrigatórias”, fazendo o povo em geral elevar ao quadrado sua pobreza pois é ele que paga essa conta sistematicamente repassada pelo comércio em geral.
Ademais, havia também – com a informatização – a ampliação de taxação de Imposto de Renda sobre assalariados na fonte o que exauriu ainda mais o ganho [se é que se pode chamar aquilo de ganho/salário].
Por conseguinte algumas lojas, bares, lanchonetes e casas comerciais do gênero tiveram sua clientela reduzida sensivelmente e foram obrigados a fecharem suas portas afinal, ninguém consegue ficar batendo palmas prá malucos por muito tempo.
Infelizmente, predominava e ainda predomina nessa terra de papagaios chamada Braziu a velha técnica milenar e subdesenvolvimentista conhecida como – POR QUE NÃO MATAR A VACA COM O OBJETIVO DE EXTERMINAR O CARRAPATO?
E assim foi feito. A Mesbla-Londrina bateu asas e voou para a sua toca onde dragões voavam ora para a direita, ora para a esquerda.
Atenciosamente.
Trabalhei com orgulho nós anos 80, fui eletricista de manutenção, fazia plantão de palco no teatro Mesbla, uma semana eu outra semana meu amigo Israel, o relógio mostrado no foto, era a minha maior preocupação, quando meu encarregado mandava um eletricista trocar as lâmpadas queimada morria de medo kkkkk
me lembro muito bem tem ate uma historia de um amigo do meu esposo esse amigo bebia muito um belo dia ele entrou na loja e dentro vitrine viu uma enceradeira agarrou-a gritando que era um jacaré ai colocaram o apelido nele de jacaré isto foi mais ou menos em 1971
Trabalhei na Mesbla passeio nos anos 80, departamento de óptica, uma empresa ímpar, verdadeira família . Ainda hoje sou tomado de profundas saudades, conheci o Sr. Henrique, Sr André e família, muito orgulho de ser mesblano.
Alem de ser uma enorme loja de departamentos, no último andar da loja da Rua do Passeio, funcionava o Teatro Mesbla. Vi grandes peças nele. Saudades. Hoje restou o relógio rsrsrs
Fui diretor de arte e de criação da houseagency da Mesbla (Provarejo) de 1985 a 90, em São Cristóvão. Com muito orgulho. Cercado de colegas e parceiros competentes e brilhantes e também orientado inicialmente pelo estímulo de criar mensagens elevadoras de imagem, conseguimos neste período transformar para melhor o desejo popular de procura pelos produtos à venda em suas lojas. Talvez o mais expressivo disso tenha sido “o cliente fazia questão de mostrar as sacolas com a marca Mesbla, coisa que antes não fazia”. A Provarejo foi, neste período, fartamente premiada por colunistas de propaganda e órgãos de comunicação. Dentre tais prêmios cabe destacar o Profissionais do Ano da Rede Globo de 1987 com o Grand Prix de Campanha, prêmio este votado por um júri de profissionais de criação do mercado. Isso comprova total isenção de parcialidade já que contraria a tendência, até certo ponto natural, de não enaltecer a qualidade de uma house agency. Saudade desse tempo, saudade da Mesbla e dos amigos que fiz por lá e que se espalharam por grandes empresas do Brasil e do mundo.
Tenho muitas saudades da Mesbla do Passeio. Trabalhava ali perto e era raro o dia em que não fazia alguma compra lá. Ainda possuo alguns objetos adquiridos nessa grande loja. Pfv façam uma reportagem sobre os motivos da falência. Gostavauitob bom da Sears de Botafogo. Façam tbm uma reportagem sobre sua história.
Frequentei muito essa maravilhosa loja de departamentos nas décadas de 1980/1990. Realmente, lá só não tinha caixões para defuntos. Atendimento muito bom, funcionários atenciosos e muita variedade de produtos. Senti muita falta da Mesbla e da Sears. Mas, tudo nesta vida passa!
Mas pra quem quiser matar saudades, o edifício Mesbla no Méier colocou o letreiro original na entrada do prédio.
Vdd, passei esses dia por lá e vi. Edificio Mesbla Meier. Ia fotografar mas não consegui.