Ponto de referência no Centro do Rio de Janeiro, a Praça Tiradentes, há muito tempo, abriga essa característica de ser um local para concentração de pessoas. E bota tempo nisso.
A origem da Praça se deu no século XVII, quando houve o desmembramento do Campo de São Domingos. Nessa época, a Tiradentes se chamava Rossio Grande, em uma referência ao Largo do Rossio, de Lisboa, em Portugal.
Em pouco tempo, devido à localização, o então Rossio Grande se tornou ponto de encontro dos mais variados tipos de pessoas. Nesse mesmo período, a região passou a ser chamada de Campo dos Ciganos, por haver muitas tendas ciganas por lá.
No livro “A Conquista”, Coelho Neto descreve a prostituição no Largo: “Quando chegaram ao largo do Rocio, Anselmo fez uma observação sutil […] As mulheres, debruçadas às janelas, entre as cortinas, algaraviavam. O olhar, penetrando, dava imediatamente com os leitos muito lisos, muito alvos, ao fundo dos quartos entreabertos e iluminados. Não contentes com a exposição dos corpos ainda chamavam os transeuntes”.
A partir de 1747, com a construção da Igreja de Nossa Senhora da Lampadosa em um terreno próximo, a Praça passou a ser conhecida como Campo da Lampadosa. No ano em que a Família Real Portuguesa chegou ao Brasil, 1808, a Tiradentes passou a ser chamada de Campo do Polé, devido à instalação de um pelourinho no local.
Mais de duas décadas depois, em 1821, o príncipe-regente, D. Pedro de Alcântara, jurou fidelidade à Constituição Portuguesa na sacada do Real Teatro São João (hoje Teatro João Caetano). Depois disso, o nome passou a ser Praça da Constituição.
No ano 1862 foi inaugurada estátua equestre de D. Pedro I, com projeto de João Maximiano Mafra, executado pelo escultor francês Louis Rochet a mando do imperador Pedro II. Isso mesmo, o monumento da Praça não é uma representação de Tiradentes.
“Todas essas mudanças de nomes ao longo dos séculos foram acompanhadas por reformas que foram modelando a Praça Tiradentes como conhecemos hoje em dia. Além da estátua de Dom Pedro, a Praça tem mais quatro estátuas que representam a Justiça, a Liberdade, a União e a Fidelidade”, conta o historiador Maurício Santos.
O atual nome foi escolhido em 1890, dois anos antes do centenário da morte de Tiradentes. Morte que aconteceu perto da Praça, na esquina da Rua Senhor dos Passos com a Avenida Passos.
Com vocação para as artes, a Praça é palco de blocos de carnaval, como o Toca Raul e será um dos locais onde acontecem eventos do Festival do Choro deste ano. Próximo à Tiradentes estão os Teatros Carlos Gomes e João Caetano, além do Real Gabinete Português de Leitura, entre outros importantes locais.
Embora tenha problemas de segurança e de conservação, como boa parte do centro da cidade, a Praça Tiradentes segue firme, exaltando a história do Rio de Janeiro e do Brasil.
Muito top essa matéria. Queria mais fotos antigas.
Outra versão do local de enforcamento de Tiradentes é de que teria acontecido no terreno onde hoje fica a Escola Municipal Tiradentes local próximo a praça também.
Boa … Não sabia de tantos detalhes.
Sempre bom ler esses artigos.
Obrigado!