Hoje em dia, quem passa próximo à sede da prefeitura do Rio de Janeiro pode ver um pouco do que já foi um projeto ambicioso e necessário para a cidade: o Canal do Mangue.
Havia um grande manguezal, chamado de Mangue do São Diogo, na área onde hoje fica o bairro da Cidade Nova, próximo à prefeitura.
Conforme a região crescia, o mangue incomodava. Então, em 1835, governo imperial decidiu sanear a área. Existia um plano de se construir um estreito canal na região a fim de receber as águas de chuva e de riachos que desaguavam nas imediações.
“O canal teria como objetivo secar um enorme pântano existente próximo da Cidade Nova, que era um foco de doenças, mosquitos e exalações desagradáveis“, destaca o portal Rio de Janeiro de Antigamente.
Dois anos mais tarde, em 1857, as obras tiveram início. Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá, foi quem conseguiu a concessão para os trabalhos.
A inauguração do canal se deu no dia 7 de setembro de 1860. A ideia funcionou muito bem e assim seguiu até o século seguinte, quando aconteceram mais reformas.
“A criação do Canal provocou a extinção da Lagoa da Sentinela e dos pantanais de São Diogo, que iam até quase o Campo de Santana“, pontua o Rio de Janeiro de Antigamente.
Durante o mandato do prefeito Pereira Passos (entre 1902 e 1906), foi feito o aterramento do Saco de São Cristóvão por conta da construção do Porto do Rio de Janeiro. Junto com o aterro, foi feita a expansão do Canal do Mangue, ao longo da Avenida Francisco Bicalho, para que continuasse a desaguar na Baía de Guanabara.
Essas obras de expansão foram chefiadas por Lauro Müller, que à época era Ministro da Indústria, Viação e Obras Públicas.
“Essa ampliada no canal foi muito importante para que as constantes enchentes na região diminuíssem“, conta o pesquisador Aroldo Santana.
Com o passar dos anos, outras reformas foram sendo realizadas, no intuito de melhorar o Canal.