Localizado na Gamboa, esta construção histórica, definitivamente, está na história da cidade do Rio de Janeiro e de todo o Brasil.
Em 1808, com a chegada da Família Real ao Brasil, o Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas foi assinado. Com isso, muitos ingleses vieram para o Rio de Janeiro e outras cidades do Brasil.
“A maior parte dos britânicos que chegaram ao Brasil eram anglicanos e protestantes. Então, eles não podiam ser enterrados no interior das igrejas católicas, como era costume na época. Logo, foi pedido a Dom João VI um terreno para a construção de um cemitério”, destaca o historiador Maurício Santos.
Em 1810, como parte do Tratado de Amizade e Comércio Portugal-Inglaterra, foi construído um cemitério e um templo anglicano na cidade do Rio de Janeiro. O primeiro enterro foi registrado no dia 15 de janeiro de 1811.
O Cemitério, que ficava perto do mar, em uma região da Gamboa ainda isolada do restante da cidade, tinha um atracadouro próprio para navios que traziam ingleses que morriam atravessando o mar para chegar ao Brasil.
A construção valorizou a área, que passou a ser ocupada por muitas pessoas com alto poder aquisitivo. O Cemitério, ainda, serviu de cenário para vários artistas, que retrataram e descreveram suas belas paisagens.
A partir do Século XX, com o aterramento para a construção do Porto do Rio de Janeiro, a região onde fica o Cemitério perdeu a vista para o mar e se desvalorizou no ponto de vista imobiliário.
O cemitério foi tombado pelo Governo Estadual, e, hoje em dia, é administrado pela representação diplomática britânica, sob a fiscalização da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro.
Atualmente, qualquer pessoa, de qualquer nacionalidade, pode ser enterrada no local.