Final do ano está chegando e um das festas pagas mais badaladas para se passar o réveillon é o Clube Monte Líbano. No entanto, o que nem todo mundo sabe é que a história deste espaço, localizado na Zona Sul do Rio, vai muito além das festas e celebrações. O Monte Líbano tem uma ligação forte com o passado político, artístico, social e cultural do Rio de Janeiro e do Brasil.
O Clube Monte Líbano foi fundado em 12 de setembro de 1946 por 296 sócios. Nessa época, o espaço se chamava Club Atlético Monte Líbano. A organização teve duas salas como sedes provisórias. Uma ficava na Rua Almirante Barroso, 97, no Centro e a outra no prédio da Rua Desembargador Izidro,135, na Tijuca.
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O atual nome veio um pouco antes. Em 25 de setembro de 1946, o Club Atlético Monte Líbano passou a se chamar Associação Monte Líbano e em 28 de maio de 1947 se tornou, definitivamente, Clube Monte Líbano.
Já a atual sede, construída na Av. Borges de Medeiros nº 701, foi inaugurada em 18 de maio de 1957, contando com a presença do então presidente Juscelino Kubitschek. A presença de Juscelino não foi a única estada de um governante federal no Monte Líbano.
“O presidente João Gulart e o João Figueiredo montaram gabinete e governavam o país de dentro do Clube. Além deles, o atual vice-presidente do Brasil, Michel Temer, e outros políticos antigos, como o ex-prefeito Negrão de Lima e Leonel de Moura Brizola estiveram em bailes no Monte Líbano” conta Samyr Badouy, filho de um dos fundadores do Clube e dos sócios mais antigos da instituição.
Ter governantes dentro de suas dependências não foi a única forma do Clube Monte Líbano fazer política. Nas dependências do Clube aconteceram muitos debates que ajudaram a decidir questões importantes para Rio de Janeiro e Brasil:
“Tivemos aqui palestras sobre pena de morte, sobre o alargamento da Avenida Atlântica e sobre o divórcio, com o famoso senador Nelson Carneiro, que lutou e conseguiu legalizar o divórcio no Brasil. Esses debates eram realizados no salão nobre com um público imenso. Os noticiários nacionais e internacionais replicaram muito esse evento, esse debate sobre o divórcio. Até hoje temos debates aqui promovidos por mim e Antônio Handar, no departamento de cultura libanesa” afirma Samyr, que já foi vice-social, vice-administratitivo e secretário geral do Monte Líbano.
O Clube Monte Líbano também não fica de fora da história artística/cultural do Brasil. Artistas de muito destaque e prestígio estiveram nas dependências do célebre clube carioca: “Aqui [no Monte Líbano] cantou a maior cantora do Líbano, a Sabah. Roberto Carlos também fez show no Monte Líbano. Raimundo Fagner também cantou aqui, Maysa Matarazzo também se apresentou no Clube Monte Líbano. Tivemos aqui também uma edição do festival nacional da canção, que contou com a presença de Chico Buarque, Caetano Veloso, entre outros. Esse festival aconteceu nos anos 1970. Além dos shows, temos tradição nos bailes de carnaval e nos réveillon” destaca Samyr Badouy.
Importante na política, na cultura e nas artes, o Clube Monte Líbano se encaixa perfeitamente na história da cidade do Rio de Janeiro.