No centro da cidade do Rio de Janeiro, um local de paz e espiritualidade. Essa frase, de certa forma, resume o que é o Mosteiro de São Bento – um lugar cheio de história.
Em 1590, os monges beneditinos Frei Pedro Ferraz e João Porcalho aceitaram um presente do fidalgo Manuel de Britoa. A doação era uma faixa de terra, onde havia a capela a N.S. da Conceição.
Recém-chegados da Bahia, os monges viram na região o lugar perfeito para erguer um Mosteiro: “As boas condições de defesa oferecidas pelo local, no alto da colina com vista panorâmica da Baía da Guanabara, além do ótimo clima – graças aos ventos salubres da Baía, longe dos pantanais, representaram fortes motivações para que a obra fosse erguida lá”, frisa um texto informativo da prefeitura do Rio.
Enquanto as obras para a construção do Mosteiro não começavam, os monges se abrigavam e faziam as celebrações religiosas na antiga capela de N.S. da Conceição.
Considerando a antiga capela, os monges adotaram a santa como padroeira. No entanto, em 1596, uma decisão da Junta Geral da Congregação Portuguesa ordenou que todos os mosteiros beneditinos no Brasil deveriam ter como patrono São Bento. O mosteiro, que ainda estava sendo projetado, adicionou o nome “São Bento” à sua denominação.
Alguns anos mais tarde, em 1602, o então “Mosteiro de São Bento de Nossa Senhora da Conceição” mudou de nome para “Mosteiro de Nossa Senhora de Montserrat”. A ideia foi homenagear a santa de devoção do então governador da Capitania do Rio de Janeiro, dom Francisco de Souza.
A mão de obra utilizada na construção do Mosteiro era escrava. Em 1617, foram traçados os planos do novo edifício. O responsável foi o engenheiro militar português Francisco Frias de Mesquita.
As obras da igreja só começaram em 1633, pela capela-mor. Por volta de 1650, os trabalhos foram intensificados e terminaram em 1671. Toda essa demora se deu por diversos motivos. Um deles foi a alteração no projeto original da construção, realizada por Frei Bernardo de São Bento Correia de Souza, que era arquiteto.
O mosteiro anexo à igreja foi concluído em 1755, com a construção do claustro, projetado pelo famoso engenheiro militar José Fernandes Pinto Alpoim.
Depois de tudo finalizado, o espaço começou a funcionar para suas devidas finalidades. Além disso, ao longo dos anos, passou a abrigar o Colégio de São Bento, as Edições Lumen Christi, a Faculdade de São Bento, a Casa de retiros de Emaús e a Obra Social São Bento.
“Fundado em 1858, o Colégio São Bento formou muitas personalidades brasileiras, como Pixinguinha, Noel Rosa, Villa-Lobos, Cazuza, entre muitos outros”, conta o historiador Maurício Santos.
Esse é o Mosteiro de São Bento, um local de paz e espiritualidade e muita história no centro do Rio de Janeiro.