Há quem ache que essas construções deixam a cidade feia. Contudo, os viadutos estão por aí e muitos deles têm boas histórias para se contar. O Paulo de Frontin, repleto de memórias, continua com sua história sendo escrita. Inclusive com alguns problemas. Recentemente, pedaços de concreto estão caindo da construção.
Idealizado em 1962, junto com a primeira parte da Linha Vermelha, por conta de uma série de problemas estruturais, o Viaduto Eugène Freyssinet só começou a ser construído em 1969. Sim, ele não se chama Paulo de Frontin.
Com mais de meio século de tradição no mercado imobiliário do Rio de Janeiro, a Sergio Castro Imóveis sempre contribuiu para a valorização da cultura carioca
“O Viaduto é conhecido como Paulo de Frontin porque embaixo dele passa uma avenida com esse nome”, explica o historiador Maurício Santos.
Nomeado Viaduto Eugène Freyssinet, em homenagem ao engenheiro e arquiteto francês, considerado “o pai do concreto protendido”, esse elevado foi cenário de uma grande tragédia, pouco tempo depois da inauguração.
No dia 20 de novembro de 1971, um trecho de 50 metros do Elevado Engenheiro Freyssinet desabou sobre o cruzamento da Rua Haddock Lobo com a Avenida Paulo de Frontin, na Tijuca, matando 29 pessoas e ferindo outras 18.
À época, a perícia constatou que a causa do acidente foi a abertura das janelas de inspeção na estrutura. O engenheiro Sérgio Marques de Souza foi condenado a um ano e quatro meses, mas não ficou preso porque conseguiu um sursis, uma dispensa do cumprimento da pena.
Após o trágico episódio, governador Chagas Freitas ordenou a revisão completa do projeto do viaduto, que só voltou a funcionar normalmente em 1974. Hoje em dia, o Viaduto segue operando em plena normalidade, apesar de alguns engarrafamentos e das placas de concreto que caem.
Alguém sabe historias das pessoas que investiram ali e acabaram “perdendo seus imóveis pelo barulho e poluição e a desvalorização brutal?
Só uma correção: o desabamento ocorreu antes da inauguração, na fase final das obras.
Minha mulher havia acabado de passar debaixo dele e chegara à calçada oposta ao posto de gasolina quanto ocorreu um barulho enorme. Imaginem! Eu estava em Minas Gerais. Não tinhamos telefone. Celular? Cenas sinistras.
Olá, me chamo Hellen, gostaria de fazer uma pergunta… Você sabe se os engenheiros e as empreiteras foram responsabilizadas formalmente na justiça, punidas pelo ocorrido?
Olá Hellen, eles foram e as investigações foram conduzidas por Chagas Freitas!!
Lembro muito bem da situação tinha um parente no ocorrido, e fiquei muito feliz pelas atitudes do governador.
mas eles não foram presos…
Muito bom conhecer a história do Rio de Janeiro. Gosto muito dessas matérias e os cariocas não conhecem….. muito interessante.
Os Cariocas conhecem sim…pelo menos a maioria!
Adoro essa coluna! É tão bom conhecer a história do Rio de Janeiro. Pena que não ensinam história dessa maneira nas escolas, seria muito mais interessante.
Eu estou na escola aprendendo isso nesse exato momento
O nome oficial do elevado é Engenheiro Freyssinet.
O desabamento aconteceu quando faziam testes de carga, antes da inauguração.
Muito legal e interessante !!!
Adoro ler essas matérias!
Bom dia. O acidente ocorreu antes da inauguração. Eu tinha 14 anos e a obra interditava parte da Av Paulo de Frontin, no acesso à rua Delegado Mirabeau Souto Uchôa (na época era o segmento final da Av. Presidente Vargas). Essa interdição nos deixava com amplos espaços para brincar e jogar bola.
No dia da tragédia, só caminhões de serviço podiam trafegar – como essa betoneira que se vê no centro das duas pistas, onde depois seria colocada uma mureta divisória.
Após o acidente, o secretário de obras Emílio Ibrahim mandou fazer sustentações em cruzos de moirões (enormes, cada um com mais de quatro metros de comprimento, que nós, moleques, aproveitávamos para escalar) nos dois lados de cada cruzamento de ruas: Santa Alexandrina, Rua do Bispo, Barão de Itapagipe, Santa Amélia e Joaquim Palhares. Os retornos e cruzamentos de vias menores foram interditados até o final das obras, e esses reforços de madeira só foram retirados cerca de dois anos depois de inauguração, com o início das escavações das linhas 1 e 2 do metrô, e abertura da rua João Paulo O.
Correção: rua João Paulo I