Muito antes dos marcantes quiosques na orla do Rio de Janeiro, esses estabelecimentos existiam em outras partes da cidade. Alguns bem peculiares, como falaremos em uma matéria na próxima quinta-feira, 31/08. No texto de hoje, vamos falar do passado desses locais que fazem parte da vida de quem mora no Rio.
Foram criados durante o século XIX, copiando um modelo europeu para venda livros, jornais, revistas e de cartões-postais. No entanto, com o tempo foram mudando de função. A maioria desses estabelecimentos se localizava no Centro da Cidade. e eram frequentados por pessoas escravizadas, trabalhadores com baixo poder aquisitivo, boêmios.
Já no final do século XIX e começo do XX, passaram a comercializar bebidas, salgados fritos e bilhetes de loteria. A má conservação dos alimentos logo se tonou um problema e um pretexto para a prefeitura de Pereira Passos, que promovia reformas urbanas com demolições na região central da cidade.
“Foram, talvez, os precursores dos pés-sujos de hoje. Seja como for, já davam indícios da vocação carioca para a gastronomia de rua, marca registrada — e atrativo irresistível — da cidade. Ontem como hoje, porém, os traços plebeus dos quiosques desagradavam às autoridades, e os quiosques do Rio antigo acabaram vindo abaixo com a reforma urbana de Pereira Passos“, publicou o site Rio Memórias.
O site Multirio, da Prefeitura do Rio, destacou em uma matéria que “diante dos ares de progresso associados aos conceitos higienistas, a manutenção dos quiosques localizados na área central do Rio ficou insustentável. Mas, ao mesmo tempo que eles eram demolidos, estimulava-se, na mesma região, a abertura de lojas que serviriam o chá da tarde. Com tais ações, Pereira Passos pretendia que o centro da capital federal emanasse o conceito do progresso desejado”.
Com o tempo e a popularização do banho de mar no Rio de Janeiro, estabelecimentos deste tipo começaram a salpicar na orla da cidade. Inicialmente, eram feitos no modelo tradicional, de madeira.
Foto: Copacabana.com
Em 1999, o então prefeito Luiz Paulo Conde assinou a licitação da empresa Orla Rio, conferindo a concessão de uso para os pontos da orla marítima, inclusive com exploração publicitária. À época, ambulantes, barraqueiros e donos de quiosques não ficaram satisfeitos com a mudança.
Os anos foram passando, alguns quiosques ganharam formatos diferentes, de vidro, estilizados, promovendo eventos. E tudo começou no centro da cidade, com os pequenos estabelecimentos frequentados pelas pessoas que formavam as camadas mais populares do Rio.