É praticamente impossível passar pela Lapa e não notar os Arcos. A imagem já está presa nas paredes da memória da maioria dos cariocas e de muitos estrangeiros. Porém, nem sempre essa construção foi um ponto turístico e símbolo da boêmia. O Aqueduto da Carioca foi utilizado por muito tempo para levar água de uma nascente para a população da cidade.
No começo dos anos 1600, foram iniciados os estudos para que as águas do Rio Carioca abastecessem o povo. Só mais de duas décadas depois, em 1624, um contrato para a realização do condutor de água foi firmado. No ano 1660, as obras ainda estavam longe do fim. Somente em 1706, sob o governo de dom Fernando Martins Mascarenhas Lancastro (1705-1709), a construção, que contou com braços de escravos e indígenas, foi intensificada.
Alguns anos depois, no governo de Antônio de Brito Freire de Menezes (1717-1719), iniciaram-se as obras de instalação dos canos de água através da antiga Rua dos Barbonos – atual Rua Evaristo da Veiga.
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Sob o governo de Aires de Saldanha e Albuquerque Coutinho Matos e Noronha (1719-1725), em 1720, o encanamento alcançou o Campo da Ajuda (atual Cinelândia). Foi esse governador quem, alterando o projeto original, defendeu a vantagem de se prolongar a obra até ao Campo de Santo Antônio (atual Largo da Carioca), optando pelos chamados Arcos Velhos – um aqueduto ligando o morro do Desterro (atual morro de Santa Teresa) ao morro de Santo Antônio, inspirado no Aqueduto das Águas Livres, de Lisboa. A obra estava concluída em 1723, levando as águas à Fonte da Carioca.
Gomes Freire de Andrade, governador do estado de 1733-1763, determinou, em 1744, a reconstrução do Aqueduto da Carioca com pedra do Brasil, para não ter que pagar mais pelo material vindo de Portugal. No dia dois de maio de 1747 foi determinado que as águas fossem cobertas por abóbada de tijolos, para evitar desvios ilegais.
Inaugurado em 1750, as águas brotaram aos pés do Convento de Santo Antônio, em um chafariz de mármore, através de 16 bicas de bronze. Mais tarde essa água foi estendida, através da Rua do Cano (atual Rua Sete de Setembro), até ao Largo do Paço (atual Praça 15 de Novembro), onde os navios vinham abastecer-se.
As pessoas puderam, enfim, ter um lugar para buscar água para realizar as atividades diárias. O Aqueduto, por estar em uma região privilegiada da cidade, também servia de ponto de referência e encontro para a população.
Com o tempo, novas soluções para o abastecimento de água foram criadas. Com isso, o Aqueduto da Carioca, a partir de 1896, passou a ser utilizado como viaduto para os novos bondes de ferro, principal meio de acesso do centro aos altos do bairro de Santa Teresa.
Hoje, as lembranças que ficam são outras. No entanto, é impossível desassociar os Arcos da Lapa (ou o Aqueduto da Carioca) da memória do povo do Rio de Janeiro. Seja para o abastecimento de água ou para se abastecer com uma boa cerveja gelada em uma noite de boêmia e diversão.
alguem sabe dizer se tem fotos desse chafariz
Não vivi essa época , mas parece que estive por la
Achei interessantíssima a história do aqueduto da Lapa. O que seria de nós se não fosse a história pra nos trazer essas lembranças.
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